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terça-feira, 27 de julho de 2010

O Dono do País do Futebol

Mano Menezes escalou sua seleção nesta segunda-feira, 26 de julho e parece que neste início conseguiu satisfazer em cheio, o clamor popular, frustrado pelo seu antecessor. Jovens jogadores terão a primeira oportunidade de mostrar serviço com a camisa amarela do Brasil num amistoso contra os Estados Unidos, a ser disputado no próximo dia 10 de agosto, em Nova Jersey (USA).

Confira os convocados: goleiros: Victor (Grêmio), Renan (Avaí) e Jefferson (Botafogo); laterais: Daniel Alves (Barcelona), Rafael (Manchester United), Marcelo (Real Madrid) e André Santos (Fenerbahçe); zagueiros: David Luiz (Benfica), Henrique (Racing Santander), Réver (Atlético-MG) e Thiago Silva (Milan); volantes: Sandro (Internacional), Jucilei (Corinthians), Hernanes (São Paulo) , Lucas (Liverpool) e Ramires (Benfica); meias: Carlos Eduardo (Hoffenheim), Ederson (Lyon) e Paulo Henrique Ganso (Santos); atacantes: Robinho (Santos), André (Santos), Neymar (Santos), Alexandre Pato (Milan) e Diego Tardelli (Atlético-MG).

Finalmente, os "Meninos da Vila" foram convocados. Outros jogadores que também estão indo para a sua primeira convocação como o goleiro Jefferson (Botafogo), o zagueiro Réver (Atlético-MG), o volante Sandro (Internacional) e o meia Ederson (Lyon), talvez causem o mesmo descontentamento de muitos dos escalados por Dunga e que bem ou mal, podem ter frustrado as esperanças da nação, de conquista do hexacampeonato na África do Sul, mas trouxeram a Taça das Confederações e disputaram no gramado, as cada vez mais difíceis Eliminatórias da Copa do Mundo. Tratam-se de atletas do mesmo nível dos que foram ao continente africano...

Aprendi que as convocações para o selecionado brasileiro sempre foram políticas e percebo que a partir de agora, em função da Copa do Mundo do Brasil em 2014, serão ainda mais complicadas. Mais do que um time da preferência de Mano Menezes, esta é uma comissão técnica com elenco de Ricardo Teixeira. Uma equipe para atender ao gosto popular... Lembro que em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002, nos anos de conquista do futebol brasileiro em Copas do Mundo, os times escalados nunca foram essencialmente de preferência popular! Muito pelo contrário! Espero que não estejamos assistindo ao repeteco de uma situação já vivenciada por Falcão, que recebeu na época, incumbências de escalar jogadores mais jovens e acabou demitido depois que eles não foram bem em uma edição de Copa América. Se é para formar um novo grupo para a Copa do Mundo do Brasil, seria muito bom que tivéssemos jovens, embora eu prefira uma mescla de experiências... Os jovens talentosos e velozes ao lado de gente com vivência de jogo! Não precisa haver concordância com o gosto do Povão, para fazer um time campeão...

Como bem disse a revista Carta Capital em artigo publicado na semana passada, "não causará espanto se, pelos próximos quatro anos, o Presidente da República, independentemente de quem vença as eleições, ficar à sombra dos holofotes de Ricardo Teixeira. Chefe da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa de 2014, será ele o imperador do Brasil, a palpitar sobre qualquer obra pública relacionada à realização do mundial. Amigo próximo do francês Jérome Valcke, poderoso secretário-geral da FIFA, com quem está em perfeita sincronia, terá plenos poderes para decidir o que deve ser feito e como. A menos que alguém se disponha (ou tenha real poder político) a colocar um freio".

Em 1994, após a vitória na Copa, Teixeira, tentou entrar no território nacional sem passar as bagagens da delegação brasileira pela alfândega. Os então fiscais da Receita Federal encontraram 17 toneladas de mercadorias importadas, incluindo máquinas de chope para a cervejaria que o dirigente possuía no Jockey Club do Rio.

Quem vai impor limites para quem age na prática como se fôsse o dono do país do futebol? A conta final pela realização da Copa do Mundo no Brasil em 2014 será paga por quem? Novamente, e só para lembrar: o Mundial de 2010 rendeu 3,2 bilhões de dólares à FIFA. Para a África do Sul, sobrou a dívida.

A julgar pelo mau exemplo do Pan-Americano do Rio 2007, todo cuidado é pouco. Orçado em 400 milhões de reais, o Pan terminou com um gasto público superior a 4 bilhões de reais e muitas denúncias de superfaturamento e corrupção. As espertezas de sempre, no país do jeitinho e da malandragem que os brasileiros do bem gostariam de ver no passado.

Num país em que, de tempos em tempos, a opinião pública gosta de apoiar políticas caras (que garantem muitos gastos), "populistas", sempre travestidas de desenvolvimentistas, as perspectivas podem mesmo acabar sendo assombrosas!

Juro que espero, profundamente, estar errado nesta análise! E mais uma vez, boa sorte ao Mano Menezes!

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