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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Um golpe à italiana

Nas vésperas de importantes votações pelo país inteiro, que acontecerão no próximo dia 3 de outubro em todos os estados brasileiros, a Sociedade Esportiva Palmeiras apresenta a comédia: "Um golpe à italiana", título de spaghetti-western.

Com um enredo digno de ópera bufa, exageradamente tragicômica e também de filme de gangster, o Palmeiras foi cenário nesta semana, de uma das piores manifestações de cultura italiana que se pode apresentar. Com uma atitude tipicamente autoritária, fascista e anti-democrática, o atual presidente do clube, em exercício, Salvador Hugo Palaia (já que Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo está hospitalizado), dissolveu toda a atual estrutura de comando do departamento de futebol do clube.

Palaia, como se estivesse investido da toga de ditador romano (consul imperator) e com rompantes de "salvador da pátria", afirmou que em 45 dias (tempo em que Belluzzo levará para se recuperar), o Verdão retomará seu prestígio, numa clara alusão a campanha que fará para ocupar definitivamente o cargo, no próximo biênio.

O presidente interino do Palmeiras, Salvador Hugo Palaia (foto abaixo), confirmou ainda na noite desta terça-feira (28/9/2010), em reunião no Palestra Itália, a criação de um conselho gestor (uma espécie de "triunvirato" com mais membros) para o futebol e consolidou as mudanças na diretoria do esporte. Como já havia dito na última segunda, quando tomou posse, Gilberto Cipullo não é mais o vice de futebol do Alviverde, assim como Savério Orlandi e Genaro Marino também não integram mais a diretoria de futebol.

Agora, Cipullo fará parte do conselho gestor para o futebol, bem como Clemente Pereira Júnior, Edvaldo Frasson Teixeira, Waldemir Pescarmona, José Cyrillo Júnior, Francisco Campisio Busico, Fabio Raiola e Antônio Carlos Corcione. Estes terão reuniões constantes com o mandatário para definir os novos rumos do departamento.

Além do conselho, Palaia alterou os nomes na diretoria de futebol. Pescarmona, que era diretor administrativo do clube, será diretor de futebol. José Cyrillo, ex-diretor de planejamento, ocupará a função de Pescarmona e ainda será responsável por responder sobre os questionamentos ligados à Arena Palestra Itália. Luiz Henrique Fronterota assume a diretoria de planejamento.

Palaia também definiu que terá dois assessores especiais durante o período em que substituirá o presidente licenciado Luiz Gonzaga Belluzzo: Fábio Raiola e Antônio Carlos Corcione. O mandatário interino do Alviverde só concederá entrevistas para falar das mudanças no clube na próxima quinta-feira, na Academia de Futebol.

"Dizem que sou polêmico, mas isso não é verdade. Eu sou é corajoso. Não sou homem de fazer média com ninguém e gosto das coisas muito claras" declarou Palaia que depois completou: "Enquanto eu permanecer no cargo, o Palmeiras será um clube respeitado por todos".

E assim, o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo foi traído, na prática, pelo seu vice e companheiro de chapa da época das últimas eleições alviverdes. O que se pode esperar de alguém que já mandou técnico calar a boca (Tite no Brasileirão 2006) e fugiu de um acidente de trânsito, meses atrás, correndo se esconder dentro das instalações do Palestra Itália? Outros rompantes de esperteza? Como Vinicius e Toquinho já cantaram e ensinaram em verso e prosa: "ouça, há um ditado muito certo, tem sempre um que é mais esperto, tem sempre um, que vai sofrer... Ouça, malandragem não convence, uma vez a gente vence e outra vez bota a perder...".

Disputa por "herança" em "famiglia italiana", no melhor estilo mafioso, é assim mesmo... Sempre alguém leva vantagem, outros levam a pior e acabam pagando o pato ou ficando com o mico! Geralmente as mulheres, os idosos ou os enfermos...

Não é a tôa que para sair da fila, o time de futebol do clube já teve de ser administrado pela multinacional de laticínios Parmalat, trunfo exclusivo da dupla Belluzzo e Cipullo, que o jovem torcedor da Mancha Alviverde e das outras uniformizadas, age como se ignorasse saber quando vaia a equipe em hora errada, já que é, sempre foi e será, apenas massa de manobra para os interesses políticos das oposições que lutam para "tomar o poder" no clube.

Numa época em que estruturas administrativas realmente profissionais são cada vez mais necessárias e transparentes, a manobra de Palaia ainda nos faz lembrar das conspirações políticas romanas em que se sugeria aos senadores e até ao próprio imperador, que cortassem gentilmente seus pulsos ao lavarem-se em suas banheiras. Era a única maneira de preservar os valores romanos, mudar a estrutura do poder estabelecido, dar amparo às famílias e manter alguma ordem no império! Neste sentido, como todos podem perceber, a moral e a conduta tradicional dos dirigentes do Palmeiras ainda é, infelizmente, liliputiana!

Crédito das fotos: Jornal O Globo

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Futebol sem memória

Dizem que somos um país sem memória, sem reflexão sobre a importância do nosso passado. Um pragmatismo truculento, que rodeia o nosso presente, celebra apenas aquilo que fazemos hoje, se é que fazemos.

No futebol, cada vez mais, fazemos questão de nos esquecer de quem é quem. Aqueles que realizaram mais, parece que despertam mais inveja, mais ódio, mais cobrança constante.

Mas é impossível ser o primeiro sempre, ser o maior sempre, o melhor sempre, disputar as primeiras colocações em todas as ocasiões. A politicagem de bastidores é cada vez mais intensa e o esporte dá lugar ao negócio, repleto de oportunidades. Times são desmontados precocemente e treinadores são mandados embora, ao primeiro sinal de insucesso.

Mas porque será que Vanderlei Luxemburgo (na foto, cumprimentando o Presidente Lula) desperta sempre tanta raiva, tanta mágoa e tanta ira, por parte de seus adversários?

Um curriculum invejável

Vanderlei Luxemburgo da Silva (Nova Iguaçu, 10 de maio de 1952 é um ex-jogador e atual treinador de futebol brasileiro. Atualmente esta sem clube.

Reconhecidamente um dos mais vitoriosos técnicos do futebol do Brasil, tendo sido o único a conquistar cinco vezes o Campeonato Brasileiro Série A. Treinou grandes equipes do futebol brasileiro como Santos, Corinthians, Palmeiras, Flamengo, Cruzeiro, Atlético Mineiro, além de ter treinado a Seleção Brasileira e o Real Madrid, da Espanha.

Filho de Sebastião da Silva e Rosa Luxemburgo da Silva, Vanderlei é o filho do meio de uma família com três irmãos.

A carreira de jogador de futebol não foi tão marcante como a de técnico. Despontou no futebol profissional como lateral-esquerdo do Flamengo em 1971 e permaneceu na equipe carioca até 1978. Neste período, teve como grande concorrente na posição o jogador Júnior, considerado um dos maiores laterais da história do Flamengo e da Seleção Brasileira. Depois de deixar a equipe rubro-negra e atuar pelo Internacional em 1978, jogou no Botafogo, onde jogou até 1980, quando uma contusão no joelho o afastou dos campos.

O início como treinador ocorreu no Campo Grande, do Rio de Janeiro, em 1983. No mesmo ano, seguiu para o Rio Branco, do Espírito Santo, onde conquistou o título do Campeonato Capixaba. Depois de passagens por outros clubes brasileiros e do futebol árabe, foi no Bragantino que conseguiu seu primeiro grande feito, conquistando dois títulos: do Campeonato Brasileiro Série B, no ano de 1989, e do Campeonato Paulista, no ano de 1990.

Sua primeira conquista em um grande clube como técnico aconteceu em 1993, quando foi campeão do Campeonato Paulista pelo Palmeiras. O título, alcançado com uma vitória por 4 a 0 sobre o maior rival da equipe alviverde, o Corinthians, foi um dos mais importantes da história do clube, pois interrompeu um jejum de 16 anos sem títulos. No mesmo ano, Luxemburgo levaria o Palmeiras aos títulos do Torneio Rio-São Paulo e do Campeonato Brasileiro. Em 1994, foi bicampeão paulista e brasileiro.

Depois de breves passagens pelo Flamengo e pelo Paraná em 1995, retornou em 1996 ao Palmeiras, onde conquistou mais um título do Campeonato Paulista, este marcado pela maior campanha de uma equipe no Estado na era profissional, com um ataque arrasador de mais de 100 gols marcados. Em 1997, já pelo Santos, conquistou o Torneio Rio-São Paulo.

No ano seguinte, foi contratado pelo Corinthians, onde obteve o título do Campeonato Brasileiro. No mesmo ano, foi convidado para ser o técnico da Seleção Brasileira, onde conquistou a Copa América de 1999.

Apesar de passagens vitoriosas nos times com grandes jogadores montados, teve problemas no período que treinou a seleção, sofrendo ao ser flagrado utilizando documentação falsa e com um processo de sonegação fiscal. Por esta razão, mudou seu nome de Wanderley (artístico) para Vanderlei (original). Sua saída do selecionado brasileiro, ficou marcada pela eliminação da equipe nas Olimpíadas de 2000, quando o Brasil foi derrotado pela seleção de Camarões.

Em 2001, de volta ao Corinthians, levou a equipe alvinegra a mais um título do Campeonato Paulista. Em 2002, teve uma passagem rápida e conturbada pelo Palmeiras, sendo responsabilizado pela imprensa dita especializada e por parte da torcida pela queda da equipe para a segunda divisão do futebol brasileiro, em virtude da dispensa de alguns jogadores de posições importantes logo no início do Campeonato Brasileiro, pouco antes de sua saída do clube para o Cruzeiro.

Em 2003, no comando da equipe mineira, conseguiu um fato inédito ao conquistar a tríplice coroa vencendo o Campeonato Mineiro a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro. No ano seguinte, de volta ao Santos, obteve mais um título de campeão do Campeonato Brasileiro.

Em 2005, deixou a equipe do Santos para atuar como treinador do Real Madrid, da Espanha, com os melhores jogadores do mundo, resultando em uma malograda passagem, tendo sido demitido no dia 4 de dezembro de 2005. Dez dias depois, é anunciado o retorno de Luxemburgo à equipe santista, onde conquistou nos dois anos seguintes o título do Campeonato Paulista.

Em 2007, levou a equipe às semifinais da Copa Libertadores da América, mas foi eliminado pelo Grêmio. A falta de uma conquista de torneio internacional interclubes é justamente uma das maiores frustrações do técnico.

"As pessoas me criticam por eu nunca ter conquistado uma Libertadores. Mas isso não me machuca. Dizem que para se vencer Libertadores tem de dar pontapé, praticar anti-jogo. Eu prefiro buscar esse título jogando futebol envolvente e bonito, como todas as minhas equipes têm demonstrado" - resposta de Vanderlei após a eliminação do Santos para o Grêmio na semi-final da Copa Libertadores da América de 2007.

Em 2008, voltou ao Palmeiras, onde conquistou mais um título do Campeonato Paulista. A equipe alviverde não vencia um campeonato desde 2000 e não conquistava o torneio estadual desde 1996. Em 2009, depois de ser eliminado mais uma vez da Copa Libertadores da América, desta vez nas quartas-de-final, as críticas da torcida palmeirense aumentaram em relação a Luxemburgo, que era questionado por suas interferências na equipe fora do campo, com a indicação de jogadores que não agradaram os torcedores.

No dia 26 de junho de 2009, às 0h44, no seu Twitter e no seu blog, Vanderlei anunciou que foi demitido pelo Palmeiras. O texto no Twitter dizia: "Não sou mais técnico do Palmeiras. Fui demitido por discordar (sic) das atitudes do Keirrison". A decisão da saída do treinador ocorreu após uma longa reunião no dia anterior. Segundo o clube, o motivo foi a quebra de hierarquia do treinador, ao falar sobre a transferência de Keirrison para o Barcelona. Gilberto Cipullo relatou que a decisão "não teve nada a ver com a eliminação na Libertadores".

No dia 17 de Julho de 2009 acertou seu retorno ao Santos. Com um resultado fraco no Campeonato Brasileiro (a pior que teve no comando da equipe da Vila Belmiro), conseguindo apenas a décima segunda colocação, deixou o time em dezembro de 2009.

No dia 8 de dezembro de 2009, Luxemburgo acertou sua ida para o Atlético Mineiro. O treinador fechou um contrato de dois anos com o clube e rejeitou propostas do CSKA Moscou e do Internacional.

No dia 9 de dezembro de 2009, foi apresentado oficialmente na sede administrativa do Galo, em entrevista coletiva. Mesmo debaixo de chuva, mais de 100 torcedores compareceram para acompanhar a apresentação do novo treinador. No dia 2 de maio, há 5 meses no comando da equipe, venceu o Campeonato Mineiro, em final contra o Ipatinga. No dia 24 de setembro de 2010, Luxemburgo foi demitido, logo após uma derrota de 5 a 1 contra o Fluminense, deixando o Atlético na zona de rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro. O técnico comandou o time mineiro em 53 jogos durante toda a temporada, alcançando 22 vitórias, 12 empates e 19 derrotas.

Títulos conquistados:

Rio Branco

Campeonato Capixaba: 1983

Bragantino

Campeonato Brasileiro Série B: 1989

Campeonato Paulista: 1990

Flamengo

Campeonato Carioca: 1991

Taça Guanabara: 1995

Palmeiras

Campeonato Brasileiro: 1993 e 1994

Torneio Rio-São Paulo: 1993

Campeonato Paulista: 1993, 1994, 1996, 2008

Santos

Campeonato Brasileiro: 2004

Torneio Rio-São Paulo: 1997

Campeonato Paulista: 2006 e 2007

Corinthians

Campeonato Brasileiro: 1998

Campeonato Paulista: 2001

Seleção Brasileira

Copa América: 1999

Torneio Pré-Olímpico: 2000

Cruzeiro

Campeonato Brasileiro: 2003

Copa do Brasil: 2003

Campeonato Mineiro: 2003

Atlético-MG

Campeonato Mineiro: 2010

Vanderlei Luxemburgo sempre foi polêmico. Sempre criticou e discutiu livremente sobre as hipocrisias que cercam o jogo das multidões no Brasil. E sempre foi adepto de tomar atitudes pouco ortodoxas. Em 1993, diante do trauma do Palmeiras em conquistar títulos, foi buscar o aconselhamento do Pai de Santo, Robério de Ogum, para trazer mais tranquilidade ao ambiente. Paralelamente à carreira de técnico, desempenha também a de manager, empresário de jogadores, atividade mal vista pelos dirigentes de clubes. Para onde vai, se acerca de cara comissão técnica de sua estrita confiança. Atualmente, todos destacam na mídia, que ele não ganha um título expressivo no futebol brasileiro há mais de seis anos, já que os títulos regionais são atualmente totalmente menosprezados. Tudo que realizou no passado, não vale mais nada. Seu prestigio foi totalmente perdido. Sua real competência (e olha que ele já demonstrou ter bastante) jogada na lata do lixo...

Fico realmente a me perguntar, porque tem sido tão criticado neste momento? Afinal de contas, ele não é o único vilão em nosso futebol... Que dá claros sinais de estar padecendo de estranha amnésia. Um futebol sem memória! Há quem será que interessa isso?

Crédito da foto: Uol

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Prestígio de Campeão

Costumo afirmar que não existe mais time campeão, sem força de lobby nos bastidores do jogo, da década de 90 para cá. Foi assim com o Palmeiras da Era Parmalat, com o São Paulo FC do Tricampeonato Brasileiro dos anos 2000 e também está sendo assim com o Corinthians atualmente. Não se conquista mais nada, somente com a qualidade do futebol apresentado dentro do campo de jogo. Infelizmente...

Além de estar mantendo indiscutível regularidade dentro da competição mais difícil do cenário nacional, o Timão também vem sendo favorecido em jogos importantes, pelos constantes “erros de arbitragem” que atormentam o sono dos torcedores de equipes prejudicadas nas disputas do futebol brasileiro e mundial.

Na vitória contra o Santos, nesta quarta-feira (29/9/2010) à noite, novamente não foi diferente. Danilo estava completamente impedido na jogada que originou o gol da vitória e o árbitro (sempre polêmico) Carlos Eugênio Simon, validou o lance. A amizade de Andrés Sanchez, o popular mandatário corintiano com o Todo Poderoso Presidente da CBF, Ricardo Teixeira, está mesmo dando frutos.

No encontro entre a crise e a “estabilidade”, a boa fase do Corinthians levou a melhor diante do momento turbulento do Santos. Com sua maior estrela em campo depois da confusão que culminou na demissão do técnico Dorival Júnior, o Peixe esteve duas vezes em vantagem no placar, mas permitiu que o Timão igualasse e virasse o marcador para 3 a 2, saindo da Vila Belmiro ainda mais fortalecido na briga pelo título do Campeonato Brasileiro. Durval e Neymar fizeram para a equipe da casa, enquanto Iarley, Elias e Paulo André, após Danilo tocar em impedimento, deram o triunfo ao clube da capital paulista.

Primeiro tempo de 4 gols

O Santos deixou de lado toda a confusão que se instalou no clube durante os últimos dias para pressionar o Corinthians desde o início do jogo. Acostumado a sufocar os adversários no Pacaembu, o Timão provou do próprio veneno na Vila Belmiro. O zagueiro Durval, logo no primeiro minuto, pegou rebote na área após escanteio e colocou o Peixe em vantagem com uma bomba indefensável para Julio Cesar.

Com o meio de campo avançado, o Santos marcou forte e atrapalhou a saída de bola da defesa rival. Mas, vagarosamente, o Corinthians se acalmou, encaixou a marcação de Boquita sobre Neymar e liberou Jucilei para encostar na frente. E deu certo. O volante passou por dois adversários, abriu a defesa e tocou para Iarley, livre na área, empatar.

Timão volta melhor no segundo tempo e obtém a virada

O Timão continuou melhor no segundo tempo. Jorge Henrique, Iarley e Bruno César trocaram constantemente de posição e confundiram a defesa santista. O Peixe, aliás, não se encontrou. Marquinhos e Alex Sandro pouco produziram no meio de campo e ficaram presos na marcação.

A primeira grande chance, no entanto, foi do Santos, aos 12. Julio Cesar fez milagre em chute de Neymar depois de dar rebote em cobrança de falta. Na volta, Marquinhos finalizou e a bola tocou em um dos braços de William. Carlos Eugênio Simon ignorou os pedidos de pênalti e mandou o lance seguir.

Adilson Batista apostou nas saídas de Boquita e Bruno César para as entradas de Moacir e Danilo, respectivamente. No Santos, Marcelo Martelote sacou Alex Sandro e colocou Alan Patrick. Melhor para o Corinthians, que virou o jogo pouco tempo depois, aos 24, com Paulo André, de cabeça, desviando cruzamento de Danilo. O meia estava em posição irregular no momento do levantamento.

A tão esperada pressão do Santos não aconteceu depois da virada. O Peixe mostrou pouca força para encurralar novamente o Corinthians e passou a apostar apenas na velocidade de Madson e em jogadas de efeito de Neymar.

Léo, aos 36, chegou a empatar, mas a arbitragem marcou impedimento após desvio de Marcel. Foi o máximo que o Santos conseguiu. Nos minutos finais, o Corinthians continuou tocando a bola pacientemente e a Fiel, que lotou o espaço reservado a ela na Vila, gritando "olé". E o título está mais próximo do Parque São Jorge.

Um desejo da Fiel Torcida e até do Presidente da República, no ano do tão festejado centenário do “time do Povo”. Os “outros” que sobrevivam as conseqüências. Prestígio de Campeão fora de campo, o Corinthians já adquiriu, indiscutivelmente. E olhe que não precisa disso!

Crédito da foto: Jornal O Globo

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

"Tristeza não tem fim..."

"Tristeza não tem fim. Felicidade sim. A felicidade é como a gota. De orvalho numa pétala de flor. Brilha tranquila... Depois de leve oscila. E cai como uma lágrima de amor" (Letra de música de autoria do compositor Tom Jobim).

Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo é o atual presidente do Palmeiras. Assumiu o cargo com ares de modernidade, esperança e o apoio de muitos torcedores do clube.

Nas suas intenções, a tão sonhada reforma do estádio Palestra Itália e a promessa de montar uma equipe de futebol competitiva, capaz de disputar torneios importantes e de conquistar campeonatos.

Quem é Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo?

Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo (Bariri, 29 de outubro de 1942) é um economista brasileiro.

Formou-se em Direito pela Universidade de São Paulo em 1965 e também estudou Ciências Sociais na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Ingressou no curso de pós-graduação em Desenvolvimento Econômico, promovido pela CEPAL/ILPES e graduou-se em 1969. Foi professor colaborador na Universidade Estadual de Campinas, onde doutorou-se em 1975 e tornou-se professor-titular em 1986. Entre 1974 e 1992 foi assessor econômico do PMDB e secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda (1985-1987), durante o governo de José Sarney. De 1988 a 1990 foi secretário de Ciência e Tecnologia do estado de São Paulo, durante a gestão de Orestes Quércia.

É membro do Conselho Diretor da mantenedora da Fundação Escola de Sociologia e Politica de São Paulo e professor titular de economia da Unicamp. Foi chefe da Secretaria Especial de Assuntos Econômicos do Ministério da Fazenda (governo Sarney) e secretário de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo (governo Quércia). É fundador da Facamp (Faculdades de Campinas). É presidente do Conselho Deliberativo do IPSO - Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais e Tecnológicos. É membro do Conselho de Administração da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), além de consultor editorial da revista semanal Carta Capital. É ainda conselheiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

É presidente do Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que opera a TV Brasil, pública. É presidente institucional do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, além de ser consultor pessoal de economia do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em 26 de janeiro de 2009 foi eleito presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras para o biênio 2009/2010. Logo começaram as polêmicas na imprensa, já que o time de futebol começou a despencar, dentro do cenário nacional. A formação técnica e intelectual também saiu de cena. Deu lugar, ao apaixonado torcedor...

No final de 2009, Belluzzo foi filmado em festa da torcida organizada Mancha Verde fazendo gracejos e provocando a torcida do São Paulo. Foi suspenso da presidência do Palmeiras em dezembro de 2009 por ter dito que se encontrasse o árbitro da partida entre Palmeiras e Fluminense (Carlos Eugênio Simon), que anulou um gol legítimo do atacante Obina, partiria para a agressão fisica. Na eleição da Presidência do Clube dos 13, ousou ficar contra o candidato do Todo Poderoso Presidente da CBF, Ricardo Teixeira.

Tem visto o clube amargar uma crise interminável, coincidentemente no mesmo período em que o rival, o Sport Clube Corinthians Paulista, regido por São Jorge, celebra o ano de seu Centenário, a construção do seu novo estádio em Itaquera, que será palco da Copa do Mundo de 2014 (graças ao lobby do Presidente Lula junto à multinacional Odebrecht Infraestrutura), e vive um período de felicidade com a liderança do Campeonato Brasileiro 2010 e ótimos resultados colhidos dentro do campo de jogo.

Afastamento

Muito insucesso e frustrações na vida e o coração de todos sempre se ressente... O presidente Luiz Gonzaga Belluzzo se recupera de problemas cardíacos (foi recentemente internado, às pressas, na UTI do Hospital Sírio-Libanês para submeter-se a cateterismo, depois de ter fortes dores no peito), mas a diretoria palmeirense não interrompeu seus trabalhos. Mesmo preocupada com o estado de saúde do mandatário, a cúpula alviverde se organiza para honrar seus compromissos e garantiu quitar as dívidas pendentes com os jogadores.

O vice-presidente de futebol Gilberto Cipullo disse que vem tendo frequentes reuniões com o departamento financeiro e garantiu que os direitos de imagem serão pagos até o fim do mês. O clube devia dois meses, mas um foi quitado.

Outra dívida que vem se arrastando é com Lincoln. Para deixar o Galatasaray e acertar com o Palmeiras, o meia pagou do próprio bolso metade da multa rescisória, valor que o clube se comprometeu a pagá-lo em parcelas. Até agora, Lincoln recebeu a primeira parcela e a segunda estava atrasada. Insatisfeito, o jogador chegou a enviar um comunicado por meio de seu advogado ao Palmeiras solicitando o recebimento do dinheiro.

Após estabelecer o prazo da metade deste mês, a diretoria mudou os planos e adiou o pagamento. Mas Cipullo garantiu que ele será reembolsado antes mesmo dos colegas, já nesta semana. “Vou conversar com o departamento financeiro na quinta-feira e acertar a dívida do Lincoln e a dos demais jogadores. O Lincoln vai receber ainda nesta semana e os outros devem receber até o fim do mês”, disse Cipullo.

Desde que chegou ao Palmeiras, Lincoln ainda não conseguiu engrenar e entrou em campo pela última vez no dia 1º de agosto, no empate por 1 a 1 no clássico contra o Corinthians. Depois, sofreu com seguidas contusões. Nas últimas semanas, ele realizou trabalhos de fortalecimento muscular.

Mais uma vez o meia não foi relacionado para a partida contra o Grêmio Prudente após realizar apenas seu quarto treino com bola. Cipullo acredita que ele voltará sábado contra o Flamengo.

“Ele se machucou contra o Corinthians. Chegaram a pensar que ele estava recuperado, mas acabou voltando para o departamento médico. Houve um entendimento geral de que ele só deveria voltar quando não tivesse qualquer risco de a lesão se agravar. Provavelmente será relacionado para o jogo de sábado (com o Flamengo)”, disse. "Não tem nada a ver a dívida com o fato de não estar jogando."

Belluzzo é homem íntegro, brasileiro defensor de nobres causas e palmeirense de ofício. Está fazendo tudo que pode, mas San Gennaro (São Januário) parece que não está de plantão... Talvez a conjuntura política e o ambiente nos bastidores do jogo, não o favoreça. E o torcedor de arquibancada não tem mesmo discernimento para compreender isso!

Que a sua saúde melhore logo! Que o seu clube volte também a ser grande como já é no coração de todos os seus torcedores, aconteça o que tiver que acontecer! Depois que a tristeza se for, virá um novo período de felicidade! Tudo na vida vem em ciclos e nada é para sempre...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

"Estão criando um monstro" (Neymar)

"Estão criando um monstro" disse o técnico René Simões, do Atlético - GO, após derrota do time goiano para o Santos FC, em plena Vila Belmiro, nesta quarta-feira (15/9/2010) à noite. "É um mal-educado. Com toda a experiência que eu tenho, em todos esses anos de futebol, eu nunca vi alguma coisa ou alguém tão mal-educado como esse Neymar. Em nome da arte, em nome do futebol, estão criando um monstro. Um monstro de Seleção Brasileira" enfatizou René Simões.

Segundo René, que em função da sua integridade, experiência, civilidade e serenidade, sempre mereceu o respeito de todos, Neymar teve atitudes desrespeitosas com os seus próprios companheiros de Santos.

"O que esse rapaz falou para o capitão do time dele foi um absurdo" citou ainda o técnico do Atlético - GO, que ainda comentou:

"Eu sai desse jogo extremamente triste. Nós estamos criando um monstro. Ele ainda não é um homem. Ele é muito mal-educado. O que ele fez em campo é inadimissível" encerrou René Simões.

Neymar se desentendeu com o técnico Dorival Junior após cobrança de falta de Marcel, porque ele queria cobrá-la. Posteriormente, houve atrito também no pênalti, o qual Dorival pediu para que o centroavante cobrasse, em detrimento da Jóia. Ao contrário do camisa 11, que saiu sem dar entrevistas e visivelmente irritado com a situação, Marcel tratou de pôr panos quentes logo na saída de campo.

"Aqui no Santos não tem vaidade. Eu treino falta, o Neymar treina, então não tem problema" ponderou o atacante, que fez o quarto gol da equipe da Vila Belmiro. Léo, um dos mais experientes do grupo, também não quis entrar na polêmica. Foi através dele que o técnico deu a ordem para que Marcel batesse a penalidade máxima.

"Normal, ele é o batedor, mas foi uma ordem, uma determinação" disse Léo, que falou também sobre o fato de Neymar ter irritado os demais jogadores, fazendo firulas com a bola, após a ordem de Dorival.

"Para jogar futebol tem de ter maturidade. Ele já adquiriu muito e vai adquirir ainda mais. É normal chegarem, mas ele tem cabeça boa, sabe entender. Só cobramos de quem tem para dar e ele tem muito para dar" completou.

Lembrei da sempre importante frase bíblica: "A quem muito for dado, muito será pedido" (Lucas, 12: 47 e 48) ou "Grandes poderes trazem grandes responsabilidades".

Todos sabem que frase é essa última, aí acima. Trata-se talvez de uma das melhores tiradas das histórias em quadrinhos e filmes de super-heróis. E os nossos craques, são os super-heróis, exemplos da população brasileira carente que vibra nos jogos de futebol. Foi dita pelo "tio" Ben para Peter Parker, o Homem-aranha e seguiu sendo o grande lema de um dos maiores super-heróis de todos os tempos. Tenho certeza que o Neymar também já assistiu o filme. Que tal alguém lembrá-la para ele?

Porque já está virando rotina. Mais uma vez, Neymar deixa o gramado como protagonista de uma polêmica. No último domingo, ele se desentendeu com o volante João Marcos, do Ceará. Nesta quarta-feira, durante jogo contra o Atlético-GO, na Vila Belmiro, a confusão foi com seus próprios companheiros. Rebelde, se recusou a cumprir ordens. Passou a rebolar em campo, negando-se a trocar passes com o restante da equipe. Ele discutiu com o zagueiro Edu Dracena e com o técnico Dorival Júnior. Chegou até a xingar o chefe. O treinador garante que o jogador será punido.

"É um problema difícil, grave, sério e que vai exigir de todos nós um esforço. Em todos os momentos em que sentimos um ato de indisciplina, não importa se com Neymar ou um menino da base, punimos. Gosto muito dele, mas aconteceu um fato novo. Vamos ter de agir da mesma forma" afirmou o técnico, visivelmente abatido e entristecido com a situação. Será que ele tem mesmo o controle do grupo nas mãos?

O comandante santista disse que a confusão começou quando Neymar retrucou uma ordem que recebeu de Edu Dracena. "O Edu chamou a atenção dele. Tentava corrigir uma situação. Estava correto em sua observação, mas o Neymar não aceitou. Então, fui em cima" contou Dorival.

Será que o ex-treinador da Seleção Brasileira, Dunga, tão criticado pelo patrulhamento da imprensa nacional, na época da Copa do Mundo, estava mesmo tão errado assim, em não convocar Neymar e Paulo Henrique Ganso (também começou a agir assim na final de um Campeonato Paulista, se recusando a deixar a partida)? Dentro do campo de jogo, e quando tratam exclusivamente de mostrar a arte do seu futebol, com dribles sensacionais e passes espetaculares, eles são maravilhosos. Mas, e quando demonstram que não respeitam colegas de equipe, adversários e as decisões dos seus próprios treinadores? Na realidade, eles não respeitam nada... Gostam mesmo de humilhar a todos! São crianças indisciplinadas, que gostam de fazer barraco, e não homens! Abre o olho, Mano Menezes!

A real necessidade dos dribles e outras jogadas de efeito

O futebol é um esporte coletivo em que se ressaltam as habilidades individuais. Para vencer é necessário sempre que se combine a técnica dos jogadores com a tática dos treinadores. Atletas indisciplinados nunca vão tão longe como poderiam. Neymar é indiscutivelmente craque mas está sendo "endeusado", colocado em destaque, transformado em exemplo, semi-deus ou herói moderno e demonstra com seus atos, que infelizmente, não está preparado para isso. O sucesso e a fama exigem, no mínimo, um pouco de inteligência e amadurecimento emocional. "São craques, mas não são deuses" como bem recordamos do afirmado em crônica, de autoria de Armando Nogueira.

Sobre Neymar, dribles e jogadas de efeito, convido a todos a acompanhar também texto no blog de Mauro Beting. Segue link abaixo:

"Nem tanto ao Neymar, nem tanto à terra"

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Duelo de Titãs: Fluminense x Corinthians

Nesta quarta-feira (15/09/2010), Fluminense e Corinthians se enfrentam no estádio do Engenhão, pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro deste ano. A partida tem gostinho de decisão, já que é o confronto direto dos dois maiores candidatos ao título da temporada.

As campanhas das duas equipes tem sido bastante destacadas, num torneio que se não chega a emocionar verdadeiramente, pelo menos, demonstra o fantástico equilíbrio de uma competição que ainda não nos aponta um grande time. No futebol brasileiro da atualidade, o nivelamento infelizmente é por baixo!

No jogo de interesses que sempre cerca os bastidores do campeonato, apenas a lamentar a escolha do árbitro gaúcho Carlos Eugênio Simon para apitar a partida. No ano passado, durante o jogo disputado no Maracanã entre Fluminense e Palmeiras, na reta de chegada da competição de 2009, Simon anulou um gol do time visitante marcado pelo atacante Obina, em situação bastante polêmica.

Será bastante condenado, se alguma decisão sua, vier novamente a favorecer a equipe carioca, desta vez dirigida pelo Muricy Ramalho, que curiosamente, no episódio descrito a pouco, comandava a equipe do Palmeiras. Esperamos também que o favorecimento acabe não sendo ou acontecendo a favor da equipe paulista.

Duelo de Titãs

No último confronto, em partida realizada no Pacaembu, na terceira rodada do Primeiro Turno, o Corinthians venceu por 1 a 0, gol de Chicão em cobrança de falta. No entanto, a partida também foi marcada pela polêmica. Os tricolores reclamaram de um impedimento mal marcado pelo trio de arbitragem comandado por Leonardo Gaciba. No lance, Rodriguinho fez o gol que seria de empate, não validado. O nível atual das arbitragens do futebol envergonham a todos que prestigiam sempre o esporte das multidões!

Neste verdadeiro "duelo de titãs", Fluminense e Corinthians são as duas equipes que lideram a competição. Mas também não estão em bom momento, apesar de estarem no topo da tabela de classificação. A curva de aproveitamento é descendente, com desordens internas, principalmente no Tricolor. O momento instável favoreceu a outros concorrentes. Botafogo e Cruzeiro encostaram e ameaçam a soberania da dupla.

O líder venceu uma das últimas sete partidas. Fred não joga desde julho, mas na última semana mexeu negativamente com o ambiente ao criticar abertamente o chefe do departamento médico Michael Simoni, que pediu demissão. A rixa entre o goleiro Fernando Henrique e o reserva dele Rafael também veio a público.

Dentro de campo, desfalcado de peças importantes como Diogo, Diguinho e Emerson, e ainda adaptando-se à entrada de Deco, o time perdeu para o Atlético-GO por 2 a 1. Apesar dos problemas, a torcida foi ao último treino e apoiou o grupo com uma faixa: “Não tem crise, tem guerreiros”.

O Corinthians (ainda vivendo na "eterna" emoção do Ano do Centenário) também foi mal na última rodada. Perdeu pênalti e assistiu ao gremista Douglas pôr fim aos 100% de aproveitamento no Pacaembu. Envolvido em repetidos problemas com lesões e sobrepeso, Ronaldo mais uma vez não joga. É cada vez mais um sócio do clube. Atua somente quando lhe interessa.

Confira

Deco: Foi no Corinthians que iniciou a carreira, em 1996. Disputou dois jogos e partiu para a trajetória de sucesso na Europa. Sempre declarou que o Timão teria a preferência na volta ao Brasil, mas rumou para o Fluminense. Nos seis jogos que disputou, fez um gol, mas na última rodada foi o melhor em campo na derrota por 2 a 1 para o Atlético-GO.

Ficha Técnica (prováveis escalações)

Fluminense: Fernando Henrique; Leandro Euzébio, André Luis e Gum; Mariano, Fernando Bob, Valencia, Deco, Conca e Carlinhos; Washington.

Corinthians: Julio Cesar, Alessandro, Paulo André, William e Roberto Carlos; Ralf (Boquita), Elias, Jucilei e Bruno César; Jorge Henrique e Iarley (Souza).

Momento Histórico - Recordar também é viver para poder contar!

Em 1976, a histórica invasão corintiana ao Maracanã foi um evento em que milhares de torcedores do time de futebol brasileiro Corinthians, da cidade de São Paulo, viajaram até o Rio de Janeiro para assistir partida única da fase pré-final (semi-final) do Campeonato Brasileiro, disputada entre o clube paulista e o Fluminense.

O jogo ocorreu no estádio do Maracanã em um domingo, às 17 horas, do dia 5 de dezembro daquele ano. Das quase 147 mil pessoas presentes no estádio, calcula-se que cerca de 70 mil eram torcedores corintianos que se deslocaram de São Paulo em direção a capital fluminense, por ônibus, trem, avião ou automóvel particular. Alguns milhares de torcedores de clubes grandes cariocas e rivais do Fluminense - como o Vasco da Gama, o Botafogo e o Flamengo - teriam ajudado a completar a "divisão ao meio" do Maracanã em favor de Fluminense e Corinthians, respectivamente.

Em 2006, Francisco Horta (então presidente do Fluminense na época da partida) revelou que disponibilizou uma carga de 70 mil ingressos aos corintianos e que entregou pessoalmente ao então presidente corintiano, Vicente Matheus, na cidade de São Paulo. O próprio Horta admitiu que jamais esperava a aparição de 70 mil corintianos no Maracanã. Jamais o futebol nacional havia visto um número tão elevado de torcedores de um time visitante, já que costuma-se distribuir apenas uma pequena parcela da carga total de ingressos ao clube visitante.

O Fluminense entrou em campo para o jogo na condição de favorito. O gol de Pintinho parecia confirmar os prognósticos favoráveis aos cariocas. Mas então, começou a chover e o Corinthians, com empenho e raça, conseguiu o gol de empate, com uma puxeta de Ruço após a bola ser desviada de cabeça na pequena área do Fluminense. Depois do gol, a chuva aumentou. No segundo tempo, o gramado do Maracanã estava pesado e dificultava o toque de bola das equipes. Após o empate no tempo normal e prorrogação, a decisão foi para os pênaltis. O goleiro corintiano Tobias pegou duas cobranças e o Corinthians sagrou-se vencedor da partida, classificando-se para a final do nacional.

Escalações do jogo histórico:

Fluminense: Renato; Rubem Galaxe, Carlos Alberto Torres, Edinho e Rodrigues Neto; Carlos Alberto Pintinho, Cléber (Erivelto) e Rivelino; Gil, Doval e Dirceu. Treinador: Mário Travaglini.

Corinthians: Tobias; Zé Maria, Moisés , Zé Eduardo e Wladimir; Givanildo (Basílio), Ruço e Neca; Waguinho , Geraldão (Lance) e Romeu. Treinador: Duque.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O Futuro do Pacaembu

Com 70 anos de glórias e de eternas memórias para os torcedores dos principais times do futebol de São Paulo, o futuro do Estádio Paulo Machado de Carvalho, no bairro paulistano do Pacaembu, é cada vez mais incerto.

Principalmente agora que em função da realização da Copa do Mundo de 2014, aqui no Brasil, a sua preferência foi descartada, em favor da construção de um novo estádio para a torcida do Corinthians (“Fielzão”) e da reforma do Palestra Itália, a tão alardeada Arena Visa.

No ano passado, o secretário municipal de esportes, Walter Feldman estudava a viabilização de projetos de manutenção da infra estrutura do estádio municipal de São Paulo, com o apoio da iniciativa privada.

O Estádio Paulo Machado de Carvalho foi construído no final dos anos trinta e inaugurado em 27 de abril de 1940 com uma festa inesquecível para os habitantes da metrópole desenvolvimentista da época (foto da inauguração abaixo).

Trata-se de patrimônio histórico da cidade, memória dos paulistanos que ajudaram a erguer a maior cidade do país. Por isso, não tem cabimento e nem se pode vincular a sua exclusividade de freqüência para nenhuma das grandes torcidas de São Paulo. Por isso, não importa que o Corinthians tenha atuado mais lá, nos últimos anos! E me perdoem os seus apaixonados torcedores!

O Corinthians, Santos, São Paulo e sobretudo o Palmeiras, também comemoraram muitos títulos dentro de suas dependências.

É uma praça esportiva municipal e destina-se tanto para corintianos, palmeirenses, santistas, são-paulinos, lusos ou juventinos. Não importa! O Pacaembu é estádio público, construído com dinheiro público, não é de ninguém, porque ao mesmo tempo é de todos e tem que ser sempre muito bem preservado desta forma!

Isso não quer dizer, que não possa ser modernizado, inclusive com a adesão e a participação de empresas privadas. O que não pode é ser esquecido, abandonado, mal conservado!

Mas, diante do fracasso das propostas de se ceder a administração do estádio para algum clube interessado e diante do compromisso de Corinthians e Palmeiras com a construção e a reforma de seus respectivos estádios, surge mesmo um sério questionamento: qual será o futuro do Pacaembu?

A estabilidade econômica obtida graças ao Plano Real nos trouxe um período de maiores especulações e de força financeira.
 
Não temos mais o receio de empreender e isso é bom para a nação! Só peço que não nos esqueçamos de outros valores importantes como o de não cometer desperdícios. Afinal de contas, o estudo e análise da História nos mostra que o futuro certamente não é um bom local para os incautos e nem para os imprevidentes. As obras consideradas "faraônicas" em função de sua grandiosidade são importantes para quem as realiza e para quem desfruta delas, mas também se tornam apenas um lembrete de algum importante "esquecimento", com o passar das eras...

De um povo, de uma época ou dos governantes que lutaram pela sua construção e manutenção. Por isso, sempre é bom pensar bastante antes de se entregar tolamente, às reflexões e interesses populistas. E viva o Pacaembu!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

20 anos de Rogério Ceni


Ele é o craque no gol. Ou melhor, o artilheiro no gol... Quando nos lembramos também de que ele é, ao mesmo tempo, goleiro, capitão, mentor, líder e ainda goleador, percebemos com clareza, a real dimensão de tudo que Rogério Ceni significa para o São Paulo FC e para o futebol brasileiro, de um modo geral.

Para mim, ele é também um revolucionário atleta, que demonstra para todos, na defesa do seu Tricolor Paulista, o verdadeiro sentido por trás do empenho, dedicação e capacidade, daqueles que sabem e estão sempre dispostos a fazer a diferença!

Rogério Ceni está completando 20 anos, no São Paulo FC. Neste 7 de setembro de 2010, mais uma vez, ele entra para a história.

Ceni chegou ao Morumbi em 7 de setembro de 1990 e desde cedo já mostrava sua personalidade diferenciada, jogando nos juniores do Tricolor. Ceni é a personificação da alma são-paulina: é guerreiro, decidido, líder, raçudo e, acima de tudo, ama o SPFC como seu clube de coração.

Para santistas, corintianos e sobretudo palmeirenses, ele não passa de um cara arrogante, que adora humilhar os adversários, sempre que pode!

Mas, será que é isso mesmo? Peço a todos que façam uma interessante reflexão. Abaixo, a lista de premiações deste grande jogador, que sempre faz tudo que pode para empurrar seus companheiros no campo de jogo, e levar o São Paulo FC, às mais incríveis vitórias.

Confira os números de Rogério Ceni pelo São Paulo:

Posição: Goleiro

Período: 1990-2010

Estréia no time profissional: 25/06/1993 - Tenerife (Espanha) 1 x 4 São Paulo FC

Partidas: 923
Vitórias: 488

Empates: 213
Derrotas: 222
Porcentagem de pontos conquistados: 60,52%
Gols marcados: 90

No Morumbi: 451 jogos; 287 vitórias, 102 empates, 62 derrotas. Aproveitamento: 71,11%.

Jogos Internacionais: 117; 67 vitórias, 26 empates, 24 derrotas. Aproveitamento: 64,67%.

Campeonato Brasileiro: 402 jogos; 197 vitórias, 96 empates, 109 derrotas. Aproveitamento: 56,86%

Expulsões: 4

Capitão por 686 jogos.

Internacionalizações: 17

Geral: (11 V, 3 E, 3 D; 14 GS; 1 como capitão)

Amistosos: (10 J; 6 V, 2 E, 2 D; 10 GS)

Copa das Confederações de 1997: (1 J; 1 V; 2 GS)

Eliminatórias da Copa do Mundo de 2002: (5 J; 3 V, 1 E, 1 D; 2 GS)

Copa do Mundo de 2006: (1 J, 1 V, 0 GS)

Títulos pelo São Paulo FC (Profissional): 23

1993 - Campeão da Copa Libertadores da América

1993 - Campeão do Troféu Cidade Santiago de Compostela

1993 - Campeão da Recopa Sulamericana

1993 - Campeão da Supercopa Sulamericana (João Havelange)

1993 - Campeão Mundial Interclubes

1994 - Campeão da Copa Conmebol

1995 - Campeão da Copa dos Campeões Mundiais

1996 - Campeão da Copa dos Campeões Mundiais

1996 - Campeão da Copa Master da Conmebol

1996 - Campeão da Copa Cerveja Cristal, Chile

1997 - Campeão do Torneio dos Clubes Irmãos

1998 - Campeão Paulista

1999 - Campeão da Copa Euro-América

1999 - Campeão do Troféu Cidade de Pachuca - Cuña de México

2000 - Campeão Paulista

2001 - Campeão do Torneio Rio - São Paulo

2002 - Campeão do Supercampeonato Paulista

2005 - Campeão Paulista

2005 - Campeão da Copa Libertadores da América

2005 - Campeão Mundial Interclubes - FIFA

2006 - Campeão Brasileiro

2007 - Campeonato Brasileiro

2008 - Campeonato Brasileiro

Títulos pelo São Paulo FC (Categorias de Base): 3

1990 - Campeão Paulista Metropolitano Juvenil

1993 - Campeão da Taça São Paulo de Futebol Júnior

1993 - Campeão Paulista de Aspirantes

Premiações:

2000 - Bola de Prata da Revista Placar

2003 - Bola de Prata da Revista Placar

2004 - Bola de Prata da Revista Placar

2004 - Troféu Mesa Redonda da TV Gazeta

2005 - Troféu Craque do Brasileirão da CBF (Prata)

2005 - Troféu Mesa Redonda da TV Gazeta

2005 - Troféu Mesa Redonda da TV Gazeta (Melhor Jogador)

2005 - Toyota Key - Melhor jogador da partida final do Mundial Interclubes

2005 - Golden Ball FIFA - Melhor jogador do Mundial Interclubes

2005 - Goleiro do time ideal da América (El País)

2005 - Nono melhor goleiro do mundo (IFFHS - International Federation of Football History & Statistics)

2006 - Bola de Prata da Revista Placar

2006 - Troféu Craque do Brasileirão da CBF (Ouro)

2006 - Troféu Craque do Brasileirão da CBF (Craque da Competição)

2006 - Troféu Mesa Redonda da TV Gazeta

2006 - Goleiro do time ideal da América (El País)

2006 - Sexto melhor goleiro do mundo (IFFHS)

2007 - Bola de Prata da Revista Placar

2007 - Troféu Craque do Brasileirão da CBF (Ouro)

2007 - Troféu Craque do Brasileirão da CBF (Craque da Competição)

2007 - Troféu Craque do Brasileirão da CBF (Craque da Torcida)

2007 - Troféu Mesa Redonda da TV Gazeta

2007 - Troféu Mesa Redonda da TV Gazeta (Troféu Constantino Cury)

2007 - Quinto melhor goleiro do mundo (IFFHS)

2007 - Finalista do prêmio Bola de Ouro - 27º lugar (France Football)*

2008 - Bola de Prata da Revista Placar

2008 - Bola de Ouro da Revista Placar

2008 - Troféu Craque do Brasileirão da CBF (Prata)

2008 - Décimo primeiro melhor goleiro do mundo (IFFHS)

*Único jogador atuando na América do Sul, em toda a história, a concorrer.

Recordes:

Recorde mundial de gols marcados como goleiro: 90

Recorde mundial de gols marcados de falta: 51

Recorde nacional de partidas disputadas no Campeonato Brasileiro: 402

Recorde de partidas disputadas pelo SPFC: 923

Recorde de partidas capitaneadas no SPFC: 686

Recorde de permanência no SPFC: 20 anos

Recorde de minutos sem tomar gol no SPFC pelo Camp. Brasileiro: 988

Recorde pessoal de pênaltis defendidos em um único jogo: 3

Recorde de gols em Taça Libertadores da América pelo SPFC: 11

Algum outro goleiro brasileiro entrou para o Livro dos Recordes Mundiais com quase 100 gols assinalados? Não? Então é hora de revenciar o mito tricolor e ouvir a homenagem da banda de rock paulistana Dr. Sin ao goleiro-artilheiro Rogério Ceni. A ele, os nossos sinceros parabéns! Clique no link abaixo:

Rogério Ceni, o número 1

sábado, 4 de setembro de 2010

Pão e Circo no Brasil


2010 é ano eleitoral. 2014 também. Mas, daqui a quatro anos, o Brasil deverá realizar a segunda Copa do Mundo da sua história. Muita gente transformou este fato, não obrigatoriamente em plataforma eleitoral, mas sim num feliz pretexto para levar vantagem, aproveitar a oportunidade, como manda o tradicional jeitinho brasileiro.

A palavra de ordem é investir em infraestrutura, construir estádios que não precisariam ser construidos desta forma, tirar proveito político e buscar fortalecimento junto as massas de apaixonados torcedores principalmente.

Em 2014, assim como está sendo em 2010, também teremos eleições para Presidente da República. Tem candidato tirando proveito das promessas feitas por outras personalidades nacionais.

Aproveito a ocasião para lembrar uma frase interessante, repetida pelo jornalista Milton Neves: "O futebol é a coisa mais importante, dentre as menos importantes, na vida deste país".

Panen et circenses

Panem et circenses é a forma acusativa da expressão latina panis et circenses, que significa "pão e jogos circenses", mais popularmente citada como pão e circo. Esta foi uma política criada pelos antigos romanos, que previa o provimento de comida e diversão ao povo, com o objetivo de diminuir a insatisfação popular contra os governantes.

Espetáculos da época, sangrentos, como os combates entre gladiadores, eram promovidos nos estádios para divertir a população; nesses estádios, pão era distribuído gratuitamente para as massas que frequentavam os estádios, as praças esportivas de então.
O custo desta política foi enorme, causando elevação de impostos e sufocando a economia do Império Romano.

A frase teria sua origem nas Sátiras de Juvenal, mais precisamente na décima (Sátira X, 77–81):

… iam pridem, ex quo suffragia nulli uendimus, effudit curas; nam qui dabat olim imperium, fasces, legiones, omnia, nunc se continet atque duas tantum res anxius optat, panem et circenses.

A Itália de Mussolini em 1934

Os regimes totalitários (não importa se de esquerda ou direita), que defendem e demonstram força como o Império Romano, se utilizam do apelo do esporte para condicionar a população. Já em 1934, Benito Mussolini vinculava a maior parte da propaganda de seu fascismo populista, ao sucesso da Squadra Azzurra na Copa do Mundo.

Atento, o líder italiano tratou de assumir todos os encargos para sediar o torneio, construindo estádios e dando subsídios aos jogadores da seleção nacional. Tudo porque o Estado Fascista percebeu a oportunidade de fortalecer ainda mais o seu regime através da popularização do futebol.

Imediatamente após a confirmação da realização do 2ºMundial de Futebol da História na Itália, Mussolini tratou de relacionar diretamente uma eventual conquista ao sucesso dos dez anos de regime fascista. Para a propaganda do Mundial, uma das imagens de cartazes, era a de um jogador com a bola no pé e a típica saudação fascista.

A política do pão e circo

Na Roma antiga, a escravidão na zona rural fazia com que vários camponeses perdessem o emprego e migrassem. O crescimento urbano acabou gerando problemas sociais e o imperador, com medo que a população se revoltasse com a falta de emprego e exigisse melhores condições de vida, acabou criando a política “panem et circenses”, a política do pão e circo. Este método era muito simples: todos os dias havia lutas de gladiadores nos estádios (o mais famoso foi o Coliseu) e durante os eventos eram distribuídos alimentos (trigo, pão). O objetivo era alcançado, já que ao mesmo tempo em que a população se distraia (não pensava nas coisas mais importantes e também não se habituava em refletir) e se alimentava também esquecia os problemas e não pensava em rebelar-se. Foram feitas tantas festas para manter a população sob controle, que o calendário romano chegou a ter 175 feriados por ano.

Esta situação ocorrida na Roma antiga é muito parecida com o Brasil atual. Aqui o crescimento urbano gerou, gera e continuará gerando problemas sociais. A quantidade de comunidades (também conhecidas como favelas) cresce desenfreadamente e a condição de vida da maioria da população é difícil. O nosso governo, tentando manter a população calma e evitar que as massas se rebelem, criou o “Bolsa Família”, entre outras bolsas, que engambela os economicamente desfavorecidos e deixa todos que recebem o agrado muito felizes e agradecidos. O motivo de dar dinheiro ao povo é o mesmo dos imperadores ao darem pão aos romanos. Enquanto rolam as maracutaias, filhas da pseudo-esperteza brasileira e nunca devidamente esclarecidas, o futebol distrai a população já satisfeita em receber as mensalidades gratuitas. Lembra-me até o antigo "voto de cabresto".

Estes programas sociais até fariam sentido se também fossem realizados investimentos reais na saúde, educação e qualificação da mão-de-obra, como cursos profissionalizantes e universidades gratuitas de qualidade para os jovens. Aquela velha frase “não se dá o peixe, se ensina a pescar” pode ser definida como princípio básico de desenvolvimento em qualquer sociedade. E ao invés dos circos romanos, dos gladiadores lutando no Coliseu, temos nossos estádios de futebol e seus times milionários. Geralmente os populares times de massa, de maior torcida.


O brasileiro é apaixonado por este esporte assim como os romanos iam em peso com suas melhores roupas assistir as lutas nos seus estádios. O efeito político também é o mesmo nas duas épocas: os problemas são esquecidos e só pensamos nos resultados das partidas. Imagine então, a força política de quem promete ou viabiliza a construção de estádios para a Copa do Mundo de 2014?

A saída desta dependência é a educação, e as escolas existem em nosso país, mas há muito que melhorar. Os alunos deveriam sair do Ensino Médio com uma profissão ou com condições e oportunidades de cursar o nível superior gratuitamente, e assim garantir seu futuro e de seus descendentes. Proporcionar educação de qualidade é um dever do estado, é nosso direito, mas estamos acomodados e acostumados a ver estudantes de escolas públicas sem oportunidades de avançar em seus estudos, e consideramos o nível superior como algo para poucos e privilegiados (apenas 5% da população chega lá). Precisamos mudar nossos conceitos e ver que nunca é tarde para exigirmos nossos direitos.

Somente com educação e cultura, os brasileiros podem deixar de precisar de doações e assim, se desligar desse vínculo com o “pão e circo”, pois estes são os meios para reduzir a pobreza. Precisamos de governos que não se aproveitem das carências de seu povo para obter crescimento pessoal, e sim que deseje crescer em conjunto.

Infelizmente, a grande maioria não acompanha este raciocínio e prefere celebrar a realização da Copa do Mundo e a construção e reformas de grandes estádios. A possibilidade das empreiteiras e dos agentes intermediários faturarem alto, é muito maior! E o poder de lobby desta gente é fabuloso mesmo!

Portanto, não dá para contestar... É mesmo tempo de pão e circo no Brasil!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A Festa do Centenário

Não é todo dia, que uma grande e tradicional equipe do futebol do Brasil celebra o seu centenário! Neste 1º de setembro de 2010, nossas emoções e parabéns se destinam ao glorioso Sport Club Corinthians Paulista, um gigante nos corações de todos os seus torcedores, espalhados de norte a sul do país.

O Timão, como é chamado carinhosamente por sua Fiel torcida, tem milhões e milhões de apaixonados seguidores, que sofrem, vibram e festejam, sempre como se fossem parte de uma nação à parte.

Neste momento de festividades e de celebrações, vamos todos juntos lembrar alguns dos grandes momentos que fazem da paixão pelo Corinthians, uma maravilhosa exclusividade, apenas para quem acompanha a sua história de glórias.

A Fundação

 O Sport Club Corinthians Paulista é um clube esportivo desde as suas origens. Foi fundado como uma equipe de futebol no dia 1º de setembro de 1910 por um grupo de trabalhadores operários do bairro do Bom Retiro, na cidade de São Paulo. O nome foi inspirado no Corinthian FC de Londres, que excursionava pelo Brasil, neste período histórico. Corinthian em inglês vem de "corintios", o nome de um antigo povo da Grécia!

A ideia inicial era de fundar um novo time para jogar no futebol de várzea, já que a Liga Paulista da época era disputada apenas por equipes da elite. Graças a uma dissidência entre os clubes aristocráticos da antiga Liga Paulista de Foot-Ball, o Corinthians disputou uma seletiva classificatória para o torneio dessa entidade, que era o mais importante a época.

Assim, somente em 1913 o clube jogaria pela primeira vez o Campeonato Paulista. A origem humilde do Corinthians refletiu-se em alguns de seus apelidos, como clube dos operários ou time do povo. Foi o primeiro clube de São Paulo a abrir espaço para jogadores pobres. Foi também o segundo clube do futebol brasileiro - o primeiro foi o Bangu do Rio - a aceitar atletas negros no time.

Embora o clube tenha atuado em outras modalidades esportivas ao longo dos anos, como remo, basquete, natação, vôlei, tênis, taekwondo, futsal, judô, peteca e handebol, suas principais conquistas e o seu reconhecimento foram alcançados pelo futebol profissional. Foi o primeiro clube a ganhar o Mundial de Clubes da FIFA, e o único a conquistar o título em casa, no Brasil, em 2000. Possui também quatro títulos do Campeonato Brasileiro (1990, 1998, 1999 e 2005), três da Copa do Brasil (1995, 2002 e 2009), 26 do Campeonato Paulista - sendo deste último o maior recordista de conquistas no Estado e é o único clube três vezes tricampeão do torneio - e cinco do Torneio Rio-São Paulo (1950-1953-1954-1966-2002).

O Quarto Centenário

Após um periodo sem grandes êxitos futebolísticos, o clube renovou sua equipe para a década de 1950. O resultado foi que o Corinthians viveria um de suas épocas mais gloriosos em todos os tempos.

Jovens formados nas "categorias de base" do Corinthians, como Luizinho, Cabeção, Roberto Belangero e Idário, juntaram-se a jogadores como Baltazar, Cláudio e Gilmar, que formaram um dos melhores times da história corintiana. Essa equipe foi campeão do Campeonato Paulista (1951 e 1952), do Torneio Rio-São Paulo (1950, 1952 e 1953) e da Pequena Taça do Mundo (1953, primeiro título internacional do clube).

Em 1954, o Campeonato Paulista daquela temporada despertou grande interesse em todos os clubes e torcedores, porque se comemorava o IV Centenário da Fundação da cidade de São Paulo (400 anos). Para época, era considerado o título paulista mais importante da história. Um empate contra o Palmeiras garantiu a conquita de um dos títulos mais importantes da história alvinegra, que coroou a geração vitoriosa dos anos cinquenta. A década de 1950 marcou ainda internacionalmente o clube. Entre 1951 e 1959, o Corinthians disputou 64 partidas contra equipes estrangeiras, com 47 vitórias, dez empates e apenas sete derrotas. Ficou invicto por 32 jogos, de 1952 e 1954.

No final da década de 1950, assumiu a presidência do clube por voto direto dos associados Vicente Matheus, um dos mais carismáticos dirigentes da história do clube. Matheus comandou o Corinthians durante oito mandatos. Nunca anteriormente, nenhum dirigente havia amado tanto o clube. Vicente Matheus nunca utilizou o sucesso no Timão para conseguir outras formas de força política que não aquela que beneficiasse o Corinthians do seu coração. Várias vezes, recusou-se a concorrer por eleições a cargos públicos.

1977 - A Redenção

O ano de 1977 foi muito especial na história do clube. No começo daquele ano, o presidente corintiano Vicente Matheus trouxe Palhinha, do Cruzeiro, por uma quantia recorde para a época: 7 milhões de cruzeiros.

O jogador tornaria-se um dos ídolos da "Fiel" naquele período. Menos de um ano depois de "invadir" o Maracanã, o Corinthians viveria uma de suas noites mais inesquecíveis em 13 de outubro, com a conquista do Campeonato Paulista, que se tornou um dos títulos mais importantes da história corintiana, pois representava o fim de quase 23 anos sem ganhar competições oficiais. Na última de três partidas, contra a Ponte Preta, o marcante título veio com o vibrante gol de Basílio, no segundo tempo. Quem revê até hoje o lance do gol nas repetições da TV ou nas edições especiais de DVD entende claramente o significado da palavra predestinado!

Para 1978, a diretoria do clube contratou Sócrates, que veio do Botafogo Futebol Clube de Ribeirão Preto
para se tornar um dos maiores craques que já passaram pelo Parque São Jorge. Outro que chegava naquele ano ao clube e seria ídolo no Timão era Biro-Biro. Em 1979, o Corinthians voltaria a vencer o Campeonato Paulista contra a mesma Ponte Preta. Foram dois dos três times mais técnicos que vi ostentar a histórica camisa alvinegra. O outro seria o time campeão mundial em 2000.

Ano 2000 - O Mundial

Nos durante as décadas de 1990 e 2000, o clube conquistou a maior sequência de título da sua história. Nos anos 1990, foram três títulos do Campeonato Brasileiro (1990, 1998 e 1999), 3 Campeonatos Paulistas (1995, 1997 e 1999), 1 Copa do Brasil (1995) e 1 Supercopa do Brasil (1991).

Após a virada do milênio, veio a maior conquista do clube: o Mundial de Clubes, em 2000, o primeiro organizado pela FIFA. O final contra o Vasco da Gama foi no Maracanã e o Corinthians venceu nos pênaltis após Edmundo perder a cobrança. Completando as conquistas do novo século, vieram 3 Campeonatos Paulistas (2001, 2003 e 2009), 1 Torneio Rio-São Paulo (2002), 1 Campeonato Brasileiro (2005) e 2 Copas do Brasil (2002 e 2009).

Essa época também conhecida como a das grandes parcerias, onde o clube teve parceiros para a contratação de jogadores. Foram essas do Banco Excel (1995), da Hicks, Muse, Tate & Furst - HTMF (1999) e da Media Sport Investiment - MSI (2005), a última comandada pelo russo Boris Berezovsky, magnata russo exilado em Londres, e tinha como representante no Brasil, o empresário iraniano Kia Joorabchian. Ambos, ao lado de Alberto Dualib (presidente do clube), foram responsáveis por este ciclo de importantes conquistas.

O Futuro

100 anos são mesmo 100 anos!

Cent'anni como bem celebram os descendentes de italianos em todo o mundo! O momento é de magia e felicidade! O futuro, a Deus pertence!

No momento, a luta é pela liderança no atual Campeonato Brasileiro! Pela conquista de mais um título e pela construção do maior estádio particular de São Paulo, em Itaquera, destronando o Morumbi. Uma jogada de mestre do atual presidente do clube, Andres Sanchez! Forte na CBF! Forte na política do clube e forte na FIFA!

Parabéns Corinthians! Parabéns Timão! Parabéns Fiel! Parabéns pela Festa do Centenário!

E agora, os depoimentos de alguns amigos, corintianos do coração que estimo muito e que representam aqui uma parte importante da nação conhecida como "Bando de Loucos":

Paulo César Guida Machado - "Ahh Corinthians... Nasceu como sua origem, em uma esquina, achado por um punhado de trabalhadores. Logo lhe deram um nome, tão lindo vindo de longe, de um parente importante. Não de um time de futebol, mas um time do povo e para o povo, como é a democracia.

Logo menino já era amado por sua então já Fiel Torcida. Quando se deu conta, essa massa fiel já não só torcia por ele, mas era a sua protetora e mandante. O tempo passou e isso virou uma nação, sem limite geográfico sendo que aqueles que nela nascem não precisam de documento. O quesito principal, é o amor de seus patriotas. Amado, odiado, roubado, trapasseado, sobreviveu a doenças que quase o levaram ao fim.

Mas a sua nação sempre na hora H, tomou o controle do Timão, como é chamado carinhosamente...

Todos o querem como arquirrival. Pobres almas... Se enganam... Só um tem esse direito que é dado por nós torcedores. Todos eles sabem quem são. É coisa nossa, briga de rua, ninguém tem nada a ver com isso!

Títulos, conquistas, heróis, temos muito... Alguns nos gozam e dizem até que não temos um título internacional expressivo. Pra quê?

Somos o maior no País do Futebol. As vezes me perguntam o que é ser corintiano. Mas, para isso não existe resposta... Só mesmo sendo para saber".

Fernanda Guarda Ribeiro - "O centenário do Corinthians traz uma linda história de fundação de um dos maiores clubes de futebol do Brasil e no decorrer dela, muitas glórias, que fizeram com que o Corinthians fosse reconhecido também mundialmente. Mas o mais importante nesses 100 anos é comemorar que o Sport Clube Corinthians Paulista está vivo na alma e no coração de milhares de torcedores até hoje, desde 1910. Mesmo após 23 anos sem gritar Campeão, mesmo após ser rebaixado para a segunda divisão do futebol nacional, o amor INCOMENSURÁVEL pelo Corinthians nunca diminuiu, pelo contrário, só aumentou, na maior torcida do país. Você está "Eternamente em nossos corações, Corinthians"!

Fernando Cavalcante de Melo - “Pra mim, o Corinthians é igual a amor de Mãe! Todos os dias, temos prazer de falar que amamos... Não sei o que é isso exatamente, mas é maravilhoso! Já deixei de ir ao casamento de uma prima para ver o Corinthians 1x4 Flamengo! O resultado é apenas um detalhe, mas Graças a DEUS tive o prazer, a partir de 1990, de estar presente em quase todas as partidas finais que decidiam campeonatos! Menos em 2002, na disputa da Copa do Brasil contra o Brasiliense, porque estava hospitalizado! Se isto não é Amor, o que é?  Corinthiano de verdade, não é aquele que ostenta apenas uma camisa... É aquele que torce, torce, acima de tudo, com a alma e  com o coração!.

Aline de Oliveira Souza Almeida - "Ser corintiano é sentir a emoção a flor da pele. Um misto de contrariedades que se chocam e se unem sem uma explicação lógica. Uma mistura de verdades, místicas, alegrias, tristezas, choros, religiosidade, fé, amor, paixão, garra, persistência… Superação sempre. É o time do povo de fé. Assim como diz a canção de Toquinho, “Corinthians do meu coração”:

És grande no esporte bretão,
O passado ilumina tua história.
Ciente de tua missão.
Vitória, vitória, vitória.

Corinthians do meu coração,
Tu és religião de janeiro a janeiro.
Ser corinthiano é ir além
De ser ou não ser o primeiro.

Ser corinthiano é ser também
Um pouco mais brasileiro.

Tens a tradição
De um clube tantas vezes campeão.
Pelos teus rivais, temido;
Pela tua FIEL, querido.

Ser corinthiano é ir além
De ser ou não ser o primeiro.
Ser corinthiano é ser também
Um pouco mais brasileiro.

Anderson Dias - “Pra mim, o Corinthians é algo superior a uma partida de futebol, é um sentimento de justiça e vingança muito parecido com o que o povo brasileiro tem em relação as injustiças sociais.
Parafraseando o grande Doutor Sócrates, o Corinthians é uma república dentro do estado de São Paulo, com valores próprios, regras próprias e alegria própria. Muitas vezes estive em um jogo simples, no meio de um torneio qualquer, e que tornou-se mais importante que um título, talvez esteja ligado ao momento de dor, de ver as coisas não dando certo e de repente, um gol salvador, um chute despretensioso coloca uma alegria numa imensa massa que está tão feliz que nem lembra que o Corinthians é um time de futebol.”