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segunda-feira, 23 de maio de 2011

A Maior Festa do Futebol Brasileiro

Terminados os campeonatos regionais, hoje acompanhados infelizmente com menor entusiasmo, começou novamente neste final de semana, o Campeonato Brasileiro da Série A - 2011, sem dúvida alguma, a maior festa do futebol brasileiro para os torcedores dos 20 clubes da elite da 1ª Divisão Nacional. Me desculpem aqueles que não concordarem comigo, mas são sem nenhuma dúvida, os vinte clubes mais importantes do nosso futebol na atualidade.

Numa época em que imperam teses revisionistas e visões de mundo extremamente socializantes, é bom lembrar que o futebol pentacampeão, nada seria, se não fossem as histórias de superação, os exemplos e a tradição de clubes como Flamengo, Atlético - MG, Santos, Grêmio, Vasco da Gama, América - MG, São Paulo, Internacional, Botafogo, CruzeiroPalmeiras, Bahia, Coritiba, Atlético - PR, Fluminense e Corinthians, que se juntam oportunamente aos exemplos vitoriosos mais recentes de Ceará, Atlético - GO, Avaí e Figueirense, na mais nova edição do torneio nacional mais importante e representativo.

Também é indiscutível a superioridade do futebol de São Paulo, mais forte política e economicamente falando, nestes tempos de "novo milagre econômico brasileiro", pós-plano Real (criado pela equipe de economia do então presidente Fernando Henrique Cardoso).

O Campeonato Brasileiro de Futebol, o Brasileirão, apesar de já ter experimentado várias fórmulas, vem sendo disputado de 1971 para cá. Apesar de tudo, a CBF, de maneira pra lá de acertada, reconheceu recentemente, todos os campeões de torneios nacionais, disputados de  1959 para cá: antigos campeões do Torneio Roberto Gomes Pedrosa e da Taça Brasil, que já reuniam os cinco melhores times de São Paulo e do Rio de Janeiro, os dois primeiros de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul e os campeões de Paraná, Bahia e Pernambuco.

O Palmeiras conquistou duas edições do "Robertão" (apelido carinhoso dado ao Torneio Roberto Gomes Pedrosa), o Santos uma e o Fluminense foi campeão da última edição. Afinal de contas, o futebol já era disputado no Brasil, muito antes da Ditadura Militar de 1964, que transformou o esporte mais popular do país, à partir de 1970, numa ferramenta de importância e exploração política.

Em 1971, na primeira edição do Brasileirão, o Atlético - MG, comandado por Telê Santana, sagrou-se campeão. Na última edição, realizada no ano passado, foi a vez do Fluminense do Rio, dirigido pelo técnico Muricy Ramalho, novamente surpreender e sagrar-se campeão.

Nesta era de pontos corridos, o time da Toca da Raposa, o Cruzeiro, está bem mais valorizado para o campeonato deste ano. Apesar do São Paulo, seguir líder na frente e muito distante dos demais (já foram 568 pontos, de 2003 até o ano passado), o time celeste de Minas Gerais soma agora 527 pontos, no mesmo período, graças ao vice-campeonato de 2010. 

O maior artilheiro da história do Campeonato é Roberto Dinamite, com espetaculares 181 gols de 1971 a 1992. Edmundo marcou 29 gols na campanha de 1997 e é o maior artilheiro em uma edição do campeonato.

Os clássicos regionais pré-marcados para as últimas rodadas da competição parece que diminuem a chance de maracutaias na hora da decisão. Mas, esperemos também que a grande maioria dos árbitros escalados, possa mesmo passar despercebida, depois das 38 rodadas do Brasileirão 2011.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Futebol em retrospectiva - Planicka: o amor esquecido

Lund de Castro Lobo dos Santos é meu sobrinho. Filho de médicos, de um santista fervoroso e de uma cirurgiã de tórax pra lá de dedicada (minha irmã, sempre muito querida), também é bastante apaixonado pelo bom futebol praticado em todos os tempos. Curiosamente, torce pelo Fluminense do Rio de Janeiro, o eterno clube das Laranjeiras. No texto abaixo, faz uma bonita homenagem ao craque Planicka, um dos maiores goleiros do período pré-guerra. Confira!

Texto de Lund de Castro Lobo dos Santos:

Muitos que lerem este título imaginarão que “amor” se refere ao amor que um homem sente por uma mulher, que inspirou grandes poetas através da história. Mas o amor em questão é o amor que alguém pode sentir por um ofício, e por uma pátria. Neste caso, o ofício é o do goleiro, e a pátria é a antiga Tchecoslováquia. Esta é a esquecida história de Frantisek Planicka.

O lendário arqueiro nasceu em Praga em 1904, naquela época localizada no Império Austro-Húngaro. No começo de sua carreira, jogou em alguns clubes pequenos da capital tcheca, lugar onde nasceu, e em 1923 entraria no clube para o qual jogaria nada menos que 969 partidas, o Slavia Praga, que até hoje é um dos principais clubes da República Tcheca, ao lado do Sparta Praga. Com seu clube, venceu 8 vezes a Liga Tcheca, além da Copa Mitropa (extinto campeonato com alguns clubes balcânicos e da Europa Central) de 1938, além de outros títulos.

Apesar de uma altura pouco convincente para um goleiro (1,73 metros), mostrava enorme agilidade e posicionamento, alem de incrível coragem e determinação. Era o capitão da Tchecoslováquia na maioria das partidas que jogou pela seleção, inclusive nas copas de 1934 e 1938. E acabaria por receber um apelido muito adequado: “O Gato de Praga”.

Na Copa de 1934, sediada na Itália sobre o comando do ditador fascista Benito Mussolini, Frantisek chegou à final contra os anfitriões. E nem o fato de ter em sua equipe uma verdadeira máquina de gols chamada Oldrich Nejedly (autor de 5 gols em 4 partidas em 1934) ajudou. Mesmo com uma atuação admirável, acabou levando 2 gols. O outro arqueiro no campo, o italiano Gianpiero Combi, levou apenas um. E adeus Copa do Mundo.

Porém, em 1938, quatro anos depois, um cruzamento com os anfitriões franceses sendo muito improvável e uma equipe ao nível de sua antecessora, sonhar com o título era realista. Após uma vitória relativamente tranquila por 3x0 sobre a Holanda, a Tchecoslováquia enfrentou o Brasil de Leônidas da Silva, em uma partida que, para a posterioridade, seria conhecido como “A Batalha de Bordeaux”.

Como o apelido indica, o encontro ficou célebre por causa da violência. Nem os latinos nem os europeus pouparam botinadas, em um jogo muito disputado e até certo ponto truncado, que não poderia ter muito outro resultado senão um 1x1. Porém, Planicka foi o destaque do encontro: fez diversas defesas difíceis. Admirável. Mas ainda há um detalhe.

No final do tempo regular, após um choque com o brasileiro Perácio (ou com a trave), o Gato de Praga quebrou o braço (ou descolou a clavícula, depende da fonte). Porém, as substituições em copas só seriam permitidas em 1970. Ele sabia que, se saísse, um colega de linha teria de entrar em seu lugar. E isso, quase com certeza, faria com que seu país sofresse uma goleada, fazendo com que a Tchecoslováquia saísse da Copa ainda nas quartas de final. Então, jogou a prorrogação de uma hora com o braço quebrado.

E não tomou nenhum gol. Obviamente, não pode jogar a partida-desempate contra o Brasil. Seu substituto levou dois. Mas sua seleção, em face à mentalidade defensiva do time brasileiro em campo, novamente marcou apenas um. Brasil 2x1 Tchecoslováquia.

Planicka morreria em 1996, considerado por muitos como o melhor goleiro do pré-guerra.





Lund de Castro Lobo dos Santos, especial para o "No campo de jogo".

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Santos - Campeão Paulista de 2011!

E o Santos é de novo campeão! Aliás, bicampeão paulista de futebol (2010 - 2011) e a conquista não poderia ter sido mais gostosa... 2 x 1 em cima do Corinthians de tanta gente (parafraseando o grande jornalista Wanderley Nogueira) e em plena Vila Belmiro.

Numa partida emocionante, com possibilidade de alteração de placar e de outra decisão na "loteria dos penaltis" até o momento do apito final, o Santos não sentiu o cansaço da Libertadores (apregoado por muitos companheiros da imprensa), imprimiu o seu ritmo de jogo, logo no primeiro tempo e poderia ter vencido o Timão por um placar mais elástico, não fosse alguma displicência de alguns dos seus consagrados jogadores (caso de Neymar, que mesmo assim, acabou decidindo o jogo, graças a um frango do goleiro corintiano Júlio César).


O técnico Muricy Ramalho, que assumiu a equipe no meio do campeonato, é de novo campeão!

Depois de um início com aparente domínio corintiano, a equipe santista passou a controlar o meio de campo, com a forte marcação exercida por jogadores como Elano e Arouca, o Santos passou a contragolpear com Alan Patrick, Zé Eduardo e Neymar. Aos 16 minutos de jogo, em lance rápido dentro da área, Zé Eduardo cruzou para o sempre valente Arouca, marcar um a zero. Começava a conquista de mais um título santista.

Santos, campeão paulista de 2011. Como em 2006, 2007 e 2010. É o segundo bicampeonato da equipe em cinco anos. Desde sua época de ouro (entre meados dos anos 50 e o final da década de 60), o Peixe não conquistava tantos estaduais num espaço de tempo tão curto. Naquela época, o Alvinegro Praiano foi campeão paulista em 1955, 56, 58 (primeiro com Pelé), 60, 61, 62, 64, 65, 67, 68 e 69. Quatro anos depois, dividiu o título estadual de 1973 com a Portuguesa, última conquista de Pelé com a camisa santista.

Entre o fim da Era Pelé e a retomada alvinegra, que começou com o Brasileirão 2002, o Santos conquistou apenas dois títulos de expressão: os Campeonatos Paulistas de 1978 e 1984. Com isso, os alvinegros sempre remoíam sarro dos rivais, que costumavam dizer que o Peixe havia “acabado” depois de Pelé. "É, é, é, viúva do Pelé!" gritavam palmeirenses, corintianos e sãopaulinos...
 
Segundo Tempo
 
No segundo tempo da decisão na Vila Belmiro, Tite fez a sua tradicional alteração. Dentinho esteve sumido durante os primeiros 45 minutos e Willian, o talismã da equipe, entrou em seu lugar. E, com menos de 15 minutos, o substituto já levou perigo com um chute de longe rebatido por Rafael. Mas antes disso, o Santos tinha tido seu segundo gol anulado. Alan Patrick estava impedido quando aproveitou desvio de cabeça de Durval, aos 4 minutos.

A chuva começou na Vila Belmiro, mas não foi capaz de acalmar os nervos dos torcedores. O tempo passava e o Corinthians foi para o tudo ou nada. A bola quase sempre estava no ataque corintiano.

Tite pôs o seu time à frente. Ramírez e Morais entraram no jogo. Muricy tirou Alan Patrick e colocou o volante Possebon para ajudar na defesa. A pressão foi grande, mas nenhuma chance clara foi criada.

Restou ao Santos explorar os contra-ataques. Assim, aos 39, Neymar bateu para o gol e Júlio Cesar engoliu um frango. Parece que não tem mesmo competência para ser goleiro de um grande time como o Corinthians. O Santos fazia 2 a 0 e já comemorava o título. Mas ainda tinha tempo.

Tempo apenas para o Corinthians sonhar. Dois minutos após o gol sofrido, Morais cruzou na área, a bola passou por todo mundo, pelo goleiro Rafael e entrou. Havia esperança, mas o tempo era curto. E não foi mesmo suficiente... Santos, bicampeão paulista de 2011 e com todos os méritos! Merecimento, no futebol, não se discute! Que venha para o Santos, a terceira estrela da Libertadores, mais do que merecida também!

Créditos das imagens: Terra e youtube

Clique no link abaixo e confira novamente os melhores momentos desta conquista santista:

SANTOS BICAMPEÃO! Santos 2 x 1 Corinthians Final Paulistão 2011 15/05/11

domingo, 8 de maio de 2011

Goleada, sadismo e humilhação

Desde criança sou apaixonado pelo futebol enquanto esporte. Independentemente do amor pelo meu time de coração, acho fantástica a pluralidade de torcidas e a paixão do brasileiro pelos mais diversos emblemas existentes. Cada um com a sua identidade, tradições e até estilos de comemoração, totalmente específicos.

No esporte futebol, só são possíveis, evidentemente, três tipos de resultados: vitória, empate e derrota. No esporte, estes três resultados dizem respeito a uma determinada performance, a qualidade de uma atuação e uma série de variáveis específicas e incontroláveis, entre elas, a correção, os critérios e o acerto ou não das arbitragens e suas interpretações. Dito tudo isso, não há motivos para que ninguém celebre em demasia uma vitória ou se sinta humilhado diante de um resultado insatisfatório.

Pelo menos em tese, porque na prática, infelizmente o que assistimos é totalmente diferente, o que me leva mesmo a acreditar que o futebol, antes por mim tanto amado, atualmente não passa mesmo de uma certa modalidade de negócios com envolvimentos comerciais e até políticos.

Nesta semana que passou, o time da Sociedade Esportiva Palmeiras, dirigido pelo técnico pentacampeão mundial Luiz Felipe Scolari, foi goleado no estádio Couto Pereira, em Curitiba, pelo time do Coritiba, pelo placar histórico de 6 a 0. Além dos paranaenses, para quem tudo deu certo no jogo, quem mais comemorou com ingredientes de sadismo e humilhação, foi a torcida do arqui-inimigo Sport Club Corinthians Paulista.

Na história e no futebol, segue-se o princípio: "ao perdedor, as batatas", ou as tentativas de explicação de algo inexplicável. Para o vencedor, são atribuídas todas as glórias. Aqui no Brasil, este princípio se agrava, porque somos passionais ao extremo e pertencemos a uma cultura latina com argumentos sempre pra lá de exagerados.

O time do Palmeiras, que fez a segunda melhor campanha na fase de classificação do Campeonato Paulista de 2011 (diminuído por alguns colegas de imprensa e até chamado de Paulistinha, talvez porque o seu título seja hoje apenas simbólico e não garanta classificação a nada, a nenhum outro torneio, rotulado normalmente como competição de nível superior), vinha da disputa de uma semifinal de terrível pressão psicológica, onde atuou quase todo o tempo do jogo (desde os 23 minutos iniciais) com dez homens em campo, sem a presença de seu treinador e precisando ganhar do seu rival, o sempre alardeado "Todo Poderoso Timão", o Corinthians, uma única partida que definiria seus destinos na competição; e diante de uma arbitragem longe de ser insuspeita (Paulo César de Oliveira é excelente árbitro, mas possui um curioso restrospecto desastroso, em jogos decisivos do Verdão).

Mas era o árbitro que o Corinthians queria! Além disso, foi divulgado pela imprensa, o seu nome, antes mesmo antes da realização de um sorteio público e de autenticação até então, nunca discutida!

Todos sabem que a partida (em que o Palmeiras mesmo foi superior em volume de jogo e oportunidades de gols perdidas), e que terminou em 1 a 1, e foi disputada no último domingo, no Estádio do Pacaembu, acabou sendo decidida na disputa de penaltis (tiros livres diretos) e foi vencida pelo rival pelo placar de 6 x 5. O Palmeiras e a sua apaixonada torcida tiveram de encarar a eliminação.

Quem conhece psicologia do esporte, sabe que o desgaste emocional de um time como o Palmeiras nestas situações, que assim como o rival Corinthians, possui mesmo uma identidade mais passional do que racional, é terrível e de imprevisivel conseqüências.

De alguma forma, este excesso de pressão, "matou" o time diante do Coxa-Branca, como se cada disputa de bola fosse muito mais difícil do que poderia parecer. Para mim, claramente, faltaram "pernas" e também "cabeça", aos jogadores alviverdes. O emocional do Palmeiras entrou em campo pra lá de prejudicado...

Aos torcedores do Corinthians principalmente, sobraram razões para caçoar do rival, que tantas preocupações havia causado no domingo anterior.

De toda forma, parabéns ao Coritiba, que é o melhor time brasileiro (em termos de resultados - campanha/ handcap) neste primeiro semestre, pela goleada... A lastimar apenas, o excesso de sadismo e a tentativa constante de humilhação dos torcedores adversários ao Palmeiras (num país que quer tanto ser politicamente correto) que se comportaram mesmo, de forma lamentável, a desejar, pelo menos com o seu comportamento, que este grande time tenha que ser extinto ou excluído de todas as competições nacionais!

Ridicularização em excesso também beira as fronteiras dos preconceitos! Deixo claro, que este é apenas um ponto de vista diferente (ao mesmo tempo diferenciado) num país cuja Constituição Nacional e o estado de direito celebram a liberdade de expressão e o direito de se expressar livremente, uma determinada opinião, mesmo que possa ser diversa, daquela expressa pela maioria.

Clique no link abaixo e confira os gols da partida entre Coritiba e Palmeiras pela Copa do Brasil 2011:

Coritiba 6 x 0 Palmeiras, Gols pelas quartas da Copa do Brasil 2011

Crédito das Imagens: Terra e youtube

Liga dos Campeões da UEFA - Barcelona x Real Madrid

El Clásico (Português: O Clássico) é o maior clássico da Espanha, conhecido também como "El derbi español" e que envolve as equipes do Real Madrid e do Barcelona.

A rivalidade entre estes clubes transcende os campos futebolísticos, dado o Real Madrid CF representar psicologicamente a realeza e o poder centralizador de Madrid e o FC Barcelona representar a cultura, o povo catalão e o seu desejo de autodeterminação, com todas as variáveis que pode haver nesse desejo.

Daí a intensidade desta rivalidade, pois diferente da maioria dos países onde os principais clássicos envolvem clubes da mesma cidade, a rivalidade deste clássico envolve filosofias de entendimento políticas distintas e contrárias, e talvez por isto, seja o clássico de maior rivalidade da Europa. Ambos os clubes se odeiam mais do que aos rivais citadianos - o Atlético de Madrid (Real Madrid) e o Espanyol (FC Barcelona).

Segundo algumas interpretações, o ditador Francisco Franco tolerava as manifestações pró-Catalunha nas partidas do Barcelona, onde costuma ser cantado o hino da Catalunha e desfraldadas diversas bandeiras catalãs, pois seria mais fácil controlar os manifestantes reunidos em um estádio de futebol do que espalhados pelas ruas.
 
Lucas Ayres, sempre antenado com tudo o que está acontecendo na Liga dos Campeões da UEFA, conta para você leitor internauta, tudo o que ocorreu no último jogo entre as duas equipes, em partida das semifinais do importante torneio, disputada na última terça-feira, 3 de maio, no Camp Nou. Acompanhe:
 
Texto de Lucas Ayres:
 
Há algo de mágico em clássicos. Existe uma atmosfera que transcende as quatro linhas, fazendo cidades pararem e torcedores mudarem seus ânimos. No campo de jogo, há sempre a impressão de que independente do resultado, nada está resolvido.

Barcelona e Real Madrid fizeram neste último dia 3 de maio um clássico desse nível. O jogo valeu pela rodada de volta das semifinais da Uefa Champions League.

No primeiro jogo, grande vitória do time catalão por dois a zero, em Madrid. O time poderia até perder para se classificar. O rival necessitava de pelo menos uma vitoria também por dois a zero para levar o confronto para os pênaltis.

O Barça foi escalado no tradicionalíssimo 4-3-3 com o volante Mascherano improvisado no miolo de zaga e o zagueiro e capitão Puyol improvisado na lateral-esquerda. Xavi, Iniesta e Busquets no meio; Messi, Pedro e Villa no ataque.

Já o Real foi a campo modificado novamente, no esquema 4-2-3-1, ofensivo, com a presença de Kaká, Dí Maria e Cristiano Ronaldo no meio.

Foi à tática que dinamizou a partida por quase 90 minutos. Isso porque o time visitante veio bem montado, marcando forte no campo ofensivo. Nos 5 minutos iniciais, o Barcelona não tocou na bola, até começar a se ajustar ao jogo.

O panorama tático do primeiro tempo foi esse: o Real Madrid aproximou seus meias e volantes um pouco à frente da linha do meio campo para marcar a saída de bola do Barcelona, que recuou seus armadores, Xavi e Iniesta, para dar uma assistência a essa saída. Messi, isolado, passou a posicionar-se no meio campo para participar mais e com Villa e Pedro bem abertos, dando profundidade ao time e prendendo os zagueiros a área, o meia-atacante argentino teve muito espaço para jogar nas costas dos volantes.

Esse espaço proporcionou vários ataques do camisa 10 do time catalão, mas sem apoio dos meias e dos atacantes, muito distantes, alguns deles não eram finalizados.

O time madrilenho apostou na qualidade de seus jogadores: tanto nos de defesa para dar o combate às ofensivas do rival; quanto nos jogadores de ataque, para criar chances. Esses jogadores de ataque, porém, estavam muito distantes um do outro, impedindo qualquer presença ofensiva do time.

A situação foi a mesma até os 30 minutos de jogo, quando o Real Madrid começou a cansar e dar espaço aos avanços do meio campo do Barcelona, que fez o goleiro Casillas trabalhar bastante até o apito do juiz.

Para o segundo tempo, os times não mudaram de jogadores, mas de postura. O Real voltou a marcar forte no ataque e avançar com a bola no chão. O Barça contornou a situação com bom toque de bola e posicionamento, aumentando o espaço às costas dos volantes, possibilitando novamente o avanço dos armadores ao campo ofensivo.

Assim, o time da casa não tardou a abrir o placar: belo passe de Iniesta para Pedro, que sozinho contra o goleiro finalizou bem para o gol.

Após o gol, os visitantes ficaram mais ansiosos, dando mais espaços aos adversários. A situação fez o auxiliar técnico Aitor Karanka (batendo o cartão para José Mourinho, expulso no primeiro jogo) mexer no time: Özil, meia alemão com maior disposição defensiva, entrou no lugar de Kaká, dando mais mobilidade ao meio campo. O togolês Adebayor entrou no lugar de Higuaín para dar mais força ao ataque.

As mudanças deixaram o time melhor, que conseguiu empatar: após ter bela jogada finalizada na trave, o meia Dí Maria pegou o próprio rebote e tocou para Marcelo, dentro da pequena área, completar para o gol.

O empate animou os galácticos, que precisando de mais dois gols, continuaram na correria. O técnico Pep Guardiola tratou de mexer nos “culés”: o volante Keita entrou no lugar de Villa para reforçar a marcação e melhorar o toque de bola.

Sem conseguir produzir mais, o Real acabou “desistindo” ao final do jogo, esfriando o embate até o apito final.

Um pouco antes, porém, uma bela homenagem: o lateral-esquerdo Abidal, recuperado de cirurgia de remoção de tumor no fígado, foi a campo para ser ovacionado pela torcida blaugrana.

Fim do jogo e da maratona de clássicos. Quatro jogos de muito futebol, emoção e polêmicas, com conclusão equivalente à grandiosidade dos rivais.



Lucas Ayres, especial para o "No campo de jogo".


 
Clique no link abaixo e confira os melhores momentos da partida entre Barcelona e Real Madrid (1 x 1):
 
Barcelona 1 x 1 Real Madrid pela semi final da liga 03/05/2011
 
Crédito das imagens: UEFA Champions League/ youtube

domingo, 1 de maio de 2011

Liga dos Campeões da UEFA - Schalke 04 x Manchester United

A Liga dos Campeões da UEFA 2010/ 2011, está esquentando cada vez mais e os jogos da rodada de ida das semifinais, disputados na semana passada, foram sensacionais. Acompanhe mais uma análise detalhada de Lucas Ayres, especialmente para o blog "No campo de jogo", sobre o confronto entre "alemães" e "ingleses" na partida entre o Schalke 04 e o Manchester United.

A Liga dos Campeões da UEFA é exemplo de torneio sem possibilidades de mamatas, sem tramóias e sem interesses políticos. Infelizmente aqui no Brasil, estamos bem longe de poder afirmar o mesmo, apesar do que dizem e afirmam muitos representantes da imprensa dita-especializada. Aqui vaza nome de árbitro antes de sorteio público para jogo de semifinal de Paulistão 2011 e todos atestam que está tudo bem. Tudo dentro da normalidade. Mas, esqueça do lodo brasileiro e confira mais um jogão lá do Velho Mundo.

Texto de Lucas Ayres:

Schalke 04 e Manchester United se enfrentaram na Veltins Arena, em Gelsenkirchen, na Alemanha. O confronto valeu pela rodada de ida das semifinais da Uefa Champions League.


O Schalke, azarão da vez, vinha de uma sensacional classificação sobre a Inter de Milão, com direito a goleada em Milão. O Manchester passou nas quartas-de-final pelo poderoso Chelsea com ótimas atuações.

Taticamente (ilustração ao lado), as duas equipes estavam muito parecidas: ambas escaladas no mesmo esquema, o 4-4-2, com meias abertos e um meia mais ao centro, próximo do volante.

O time da casa apostava na experiência do atacante Raúl, maior artilheiro da competição, em ótima fase no clube. O time visitante não tem um destaque individual. Apostava no seu conjunto e na sua solidez defensiva.

Com esquemas idênticos, os times começaram um embate equilibrado, ambos buscando o ataque. Porém, a marcação do Manchester começou a encaixar e o meio campo a cadenciar o jogo.

Jogando pelas laterais e comandados pelo meia Ryan Giggs, o time da Inglaterra passou a dominar o campo e acuar o time adversário, que mal conseguia criar.

Desfalcado e com improvisações na defesa, o Schalke apresentou muitas falhas na marcação, dando espaço para ataque adversário entrar na área e finalizar.

Nesse momento apareceu o goleiro alemão Manuel Neuer. O capitão do time do norte alemão brilhou, defendo todas as tentativas do time do noroeste inglês.

Mesmo com várias tentativas de mudanças táticas do time da casa, o panorama foi o mesmo até o final do primeiro tempo: posse de bola dos visitantes, que chegavam à área adversária e esbarravam no goleiro Neuer.

Não houve mudanças para o segundo tempo, o que manteve a situação da partida. O Manchester continuava dominando e o Schalke só assistia seu goleiro brilhar.

O grito de gol da torcida visitante já estava na garganta, e, o técnico Ralf Rangnick promoveu a entrada do volante Kluge no lugar meia Baumjohann. O meio-campo espanhol Jurado foi para a esquerda, e o volante fechou a marcação no meio.

A mudança deixou o time alemão mais organizado, que passou até a atacar.

Mas, o sempre perigoso time inglês aplicou seu golpe: ótimo lançamento do atacante Rooney para Giggs que sozinho contra o goleiro, não titubeou e tocou para o fundo das redes.

Nem deu tempo do Schalke se desesperar e o Manchester aprontou de novo: apenas dois minutos depois do primeiro gol, Rooney (foto ao lado) recebeu a bola sozinho na área e cara a cara com o guarda-redes aumentou o placar, dois a zero.

O gol foi fatal para os Azuis Reais, que já não produziam com o empate, ficaram inofensivos com a desvantagem.

Sérgio Escudeiro, lateral esquerdo, entrou no lugar do companheiro Hans Sarpei, para evitar desastres para o time alemão e para garantir o resultado, o técnico Alex Ferguson colocou os volantes Anderson e Paul Scholes nos lugares de Hernández e Park, atacante e meia, respectivamente.

Ainda no final do jogo, o meia Drexler entrou para o time da casa e o também meia Nani para o time visitante.

Fim de jogo, vitória dos Diabos Vermelhos, que deram uma aula de futebol, com impressionantes 18 finalizações ao gol, sendo 16 delas dentro da área.

Destaque para o goleiro Neuer, que evitou um resultado ainda mais catastrófico e para Giggs e Rooney, que em um time sem estrelas têm sido decisivos.

Lucas Ayres, especial para o "No campo de jogo"




Clique no link abaixo e confira os gols da partida disputada na Veltins Arena:

Schalke 04 0 x 2 Manchester United - Champions League - SEMIFINAL (Devils)

Crédito das imagens: Divulgação UEFA Champions League/ France Press e youtube