Powered By Blogger

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Maldito Futebol Clube

Realidade ou ficção? Não importa. As questões levantadas dentro do corajoso roteiro do filme "Maldito Futebol Clube", recentemente lançadas em DVD pela Sony Pictures dão uma ideia da distância entre o profissionalismo do futebol inglês e o brasileiro, demonstrando inclusive, que lá, não se tem mais medo de se enfrentar as estruturas organizacionais ou tradicionais, que imperam nos bastidores do futebol. Bem ou mal, se assume publicamente que se o futebol é paixão e delírio por parte de torcedores, jogadores, técnicos e dirigentes, também é um grande, poderoso e orquestrado tipo de negócio.

"Maldito Futebol Clube" conta a história cheia de humor e confrontos de Brian Clough, brilhantemente interpretado pelo ator Michael Sheen (Frost/ Nixon), e seus 44 dias, vividos nos anos 70, no cargo de dirigente de um time campeão de futebol da Inglaterra, o Leeds United. Sem o seu fiel parceiro Peter Taylor, com quem havia formado dupla vencedora em vários times do futebol do interior (principalmente, uma histórica passagem pelo Derby County, da segunda para a primeira divisão, Brian Clough assumiu o cargo de treinador de uma equipe de jogadores que ele julgava serem fiéis ao seu arquirrival Don Revie, interpretado por Colm Meaney (Con-air, Jornada nas Estrelas - A Nova Geração, O Informante).

O resultado é uma prova sem precedentes do orgulho, arrogância e agressividade de Brian em um período de 44 dias. É a história contada em Maldito Futebol Clube.

Dá até para lembrar de muitos treinadores famosos que atuam aqui pelo Brasil. O filme ainda aborda o comportamento da imprensa esportiva dita especializada e mostra a relação e a "real" importância relativa entre treinadores, jogadores e dirigentes.

Paradoxalmente, Brian Glough ainda é visto como técnico moderno, à frente de seu tempo, na defesa de muitos conceitos atualmente respeitados no futebol inglês. Com muito menos pompa do que Sir Alex Fergunson, ele nunca dirigiu a Seleção Inglesa de Futebol, mas marcou a cena e conquistou seu lugar entre os grandes treinadores que dirigiram o Nottingham Forest nos anos setenta.

Boa diversão e digna de reflexão sobre a importância da realidade que cerca os bastidores do jogo e que na maioria das vezes, nem chega ao conhecimento do grande público. A divulgação das informações que cercam o jogo de futebol, parecem muitas vezes restritas e evidentemente manipuladas, como se pertencessem a cartórios já pré-estabelecidos.

Uma realidade pra lá de maldita!

Dê uma olhada, em uma das cenas do filme, clicando no link abaixo:

Worthy Champions

Crédito da Foto: Divulgação da Sony Pictures

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Mérito de campeão

Continuo apaixonado por futebol. Pelo esporte e não pelo negócio. Pelos craques autênticos, como o Conca (foto) do campeão brasileiro 2010, o Fluminense, que joga como legítimo meia armador, à antiga, coisa que o futebol brasileiro deixou de produzir depois do Neto.

Jogadores essencialmente criativos, inteligentes, que tem constância durante uma partida e que se dedicam a fundo em ganhar o jogo. Sempre com produtividade e regularidade. Assim como o argentino Conca, que levou os torcedores tricolores cariocas a vibrar, depois de 26 anos.

Mas confesso também que o futebol anda me deixando mais triste do que feliz, e isso não tem nada a ver com o fato do meu time (Palmeiras) apresentar algo que preste ou não. Comecei a torcer por futebol e a gostar do esporte e não do negócio, insisto, durante os 16 anos do primeiro jejum de títulos da Sociedade Esportiva Palmeiras. Se não gostasse muito, mas muito mesmo do jogo, teria desistido de acompanhar os torneios, campeonatos, maravilhosas Copas do Mundo que pude acompanhar, independentemente de ver ou não também, o Brasil campeão. Gosto demais do esporte chamado futebol. Como bem disse a letra da música do Skank, é eletrizante, fascinante, maravilhosa, linda mesmo, uma partida de futebol. Com suas variações, ataque e contra ataque, vinte e dois jogadores brigando e lutando pela posse de bola e correndo em busca do objetivo do gol e da vitória. A mais bonita batalha simulada dos esportes coletivos.

Estou chateado é por causa do clima que se forma em torno do futebol atualmente... Do ódio sentido por torcedores de equipes rivais que não sabem confraternizar civilizadamente... Da suspeita em que muitos times tenham sido ajudados por arbitragens duvidosas para permanecerem no topo da tabela classificatória... E da suspeita de que alguns times (São Paulo, Palmeiras, Vasco da Gama) tenham "encenado" resultados para que outros times rivais (Corinthians e Fluminense) não fossem favorecidos. Quero, de coração, acreditar que isso não tenha ocorrido, mas como diz o ditado: onde há fumaça, há fogo! Onde muito se comenta, é porque existe mesmo a indicação da verdade, a comprovação da verdade! Por mais que ninguém esteja realmente preocupado em provar nada...

Será que o esporte futebol, deu mesmo lugar a uma modalidade, uma variação de negócio, com claros interesses políticos, econômicos e sociais. Um ramo de negócios da pior categoria? Mas, o que fazer com os craques, os sonhos de conquistas das torcidas (sempre enganadas), a magia do drible autêntico e a beleza de um gol (quase sempre tirado da imaginação do jogador fora-de-série ou do artilheiro insofismável)?

Se não houver mais a autêntica, proba e ilibada disputa em um jogo de futebol profissional no Brasil e no Mundo, onde fica o mérito, o merecimento verdadeiro em se sagrar campeão?

Se foi só uma jogada de mestre ou arroubos de esperteza de dirigentes e empresários, além do jogo de cena dos atletas que se enfrentam e dos juízes que adotam critérios de arbitragem tão díspares, qual a real graça e o valor de se gritar: é campeão? Será que continuamos mesmo vivendo, no País do Vale-Tudo?

Vamos torcer então, para que algo mude em 2011, na consciência de todos, para que a modalidade esportiva, chamada futebol, sobreviva com seu brilho natural. Vale mesmo a pena!

Crédito da foto: Jornal O Globo