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sexta-feira, 16 de julho de 2010

“Nasce na elite e se torna popular...”

A história do esporte chamado futebol tem nuances maravilhosas. Trata-se de uma modalidade que nasce, na época em que era praticada, e principalmente, pela elite da Inglaterra, um privilégio de ricos, para com o tempo, conquistar de maneira popular, o mundo todo. Não podemos nunca nos esquecer que a FIFA - Federação Internacional de Futebol Associado tem atualmente mais países membros do que a ONU - Organização das Nações Unidas. No final do século retrasado (XIX), os estudantes das universidades britânicas de Cambridge, Oxford, Birmingham, Durham, Leeds, Reading, Liverpool, Exeter, Essex, Leicester, Nottingham e Brunel, já mediam suas forças para saber quem eram os melhores no futebol...

A chegada do futebol aqui no Brasil, todos nós devemos aos esforços e ao incentivo, do jovem Charles William Miller, que hoje é nome de praça pública, na frente do Estádio Municipal da Cidade de São Paulo, o “Paulo Machado de Carvalho”, localizado no bairro do Pacaembu.

Filho de um pai escocês chamado John, que veio ao Brasil para trabalhar na São Paulo Railway Company, e uma mãe brasileira de ascendência inglesa chamada Carlota Fox, nasceu perto da estação ferroviária do Brás, na época um bairro industrial e operário de São Paulo.

Aos dez anos, foi estudar na Inglaterra. Desembarcou em Southampton, no extrerno sul das ilhas britânicas, e aprendeu a jogar futebol na Bannister Court School.

Atuando como jogador, árbitro e dirigente desde o princípio - e mais tarde apenas, nas duas últimas funções - foi um entusiasta dos esportes em geral, sendo também fundador da Associação Paulista de Tênis e, sem sombra de dúvidas, é, ao lado de Belfort Duarte, Hans Nobiling, Arthur Friedenreich e Luís Fabí, um dos grandes propagandistas do futebol no país.

Em 1884, ele foi mandado para uma escola pública em Hampshire, na Inglaterra, onde aprendeu a jogar futebol, rugby e críquete. Enquanto estava nesta escola, jogou por eles contra os times Corinthian SFC e o de St. Mary.

Ele retornou ao Brasil em 18 de fevereiro de 1894 para trabalhar na São Paulo Railway (posteriormente Estrada de Ferro Santos-Jundiaí (EFSJ).

Mais tarde, como seu pai, tornou-se também correspondente da Coroa Britânica e vice-cônsul inglês em 1904. Trouxe na bagagem duas bolas usadas, um par de chuteiras, um livro com as regras do futebol e uma bomba de encher bolas. É o maior incentivador do rugby também.

Miller foi fundamental na montagem do time do São Paulo Athletic Club (SPAC) e a Liga Paulista de Futebol, a primeira liga de futebol no Brasil. Com ele como artilheiro, o SPAC ganhou os três primeiros campeonatos em 1902 de 1903 e 1904. Jogou na equipe do clube até 1910, quando encerrou a carreira. Depois disso, o pai do futebol brasileiro ainda atuou como árbitro.

Foi casado com Antonieta Rudge (São Paulo, 13 de junho de 1885 - São Paulo, 1974), uma das grandes pianistas brasileiras de prestígio internacional, deixando geração, que ficou conhecida como Família Rudge Miller.

No dia 14 de abril de 1895, na Várzea do Carmo, no Brás, em São Paulo, foi realizada a primeira partida de futebol do Brasil, disputada de forma organizada, entre os funcionários da Companhia de Gás de São Paulo (Gas Company of São Paulo) e da Companhia Ferrovíaria de São Paulo (São Paulo Railway Company), onde o São Paulo Railway, o time de Charles Miller, venceu pelo placar de 4 a 2.

Hoje, o futebol de São Paulo celebra sua força através de Corinthians, Santos, Portuguesa, São Paulo e Palmeiras, dentre muitos outros clubes de tradição futebolística do interior do Estado.

Por tudo isso... Um muito obrigado para sempre, Charles Miller (foto)!

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