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quarta-feira, 16 de junho de 2010

A pátria de chuteiras

Toda forma de brasilidade é sempre bem-vinda. Mas porque será que só vemos os brasileiros vestirem o verde e amarelo na época das Copas do Mundo, de quatro em quatro anos? Por que só o futebol é capaz de aglutinar e sensibilizar tanta gente, em nome desta brasilidade conhecida como a pátria de chuteiras? Por que o objetivo maior é o torcer por um time de futebol com jogadores profissionais envolvidos em uma evidente estrutura comercial?

De quatro em quatro anos, a ideia da seleção brasileira de futebol campeã no maior torneio de futebol internacional é "vendida" e "comprada" por todos nós que abraçamos o sonho lúdico da conquista como eternas crianças insatisfeitas. Embora filho de uma brilhante socióloga, vou me furtar de tentar responder a estes questionamentos diretamente. Como disse ao lado, na descrição de meu perfil, amo o futebol enquanto esporte deste criança.

Também tenho fascinação especial pela movimentação dos atletas nesta modalidade esportiva única que põem em enfrentamento durante noventa minutos, (salvo na ocasião das prorrogações especiais) 11 homens contra 11, em uma luta constante pelo domínio da bola e a árdua busca da arquitetura do gol.
Mas porque não nos preocupamos tanto e igualmente com a alta taxa de tributos imposta a cada um de nós brasileiros, direta e indiretamente, todos os dias, e que influi até no valor final (confesso que não tenho noção de quanto custa) de uma vuvuzela?

A paixão por um time de futebol só é explicada através da análise de aspectos lúdicos na personalidade de cada um de nós. O que iguala e diferencia flamenguistas, corintianos, colorados, gremistas, atleticanos, cruzeirenses, botafoguenses ou santistas parece mais fácil de explicar, do que o nacionalismo exacerbado da pátria de chuteiras.

As empresas dispensam seus funcionários em dias de jogos do Brasil na Copa do Mundo, o trânsito nas grandes capitais vira um inferno, vão todos beber nos botecos, assistir as partidas de toda forma e se transformam em cento e noventa milhões de Dungas, muito mais "competentes", é claro, do que o próprio.

Juro que faz lembrar o panen et circensis, o "pão e circo" dos antepassados romanos da civilização ocidental. Todos se esquecem das coisas mais importantes da vida. Será que futebol e política não se misturam mesmo em ano eleitoral e ano de Copa do Mundo? Bem, acho melhor parar com os questionamentos e também torcer pelo escrete nacional, antes que seja taxado no mínimo, de "esquisito", para não acabar dizendo baixarias.

Só gostaria que a cidade permanecesse pintada de verde e amarelo, 365 dias no ano, em todos eles e não apenas respeitando um intervalo de quatro em quatro. Afinal de contas, toda esta manifestação de brasilidade... Um pouco de nacionalismo, bem dosado, é sempre muito bem-vindo!

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