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terça-feira, 3 de agosto de 2010

A Volta do New York Cosmos

Existem muitos momentos mágicos na história do futebol internacional. Talvez um dos mais incríveis, tenha sido a empreitada, o fantástico empreendimento, que levou à criação da equipe do New York Cosmos em plenos anos 70. Criado pelos irmãos Nesuhi e Ahmet Ertegün, na época em que eram os fundadores da gravadora Atlantic Records, o clube logo se filiou à NASL - North American Soccer League. Tudo isso ocorreu, no momento da compra da Atlantic pela Warner Communications, atual grupo Time Warner, em dezembro de 1970. Em seu primeiro confronto, o time venceu o Saint Louis Stars por 2 a 1. Steve Ross, então Presidente da Warner, era apaixonado por futebol.

De 1971 a 1984, o Cosmos conquistou o Campeonato de Futebol dos Estados Unidos em cinco oportunidades: 1972 - Com 7 vitórias, 4 empates, 3 derrotas; 1977 - Com 15 vitórias, 11 derrotas (o resultado de empate foi abolido, neste período. O resultado era definido numa "disputa de penaltis" adaptada ao estilo norte-americano de ser); 1978 - Com 24 vitórias, 6 derrotas; 1980 - 24 vitórias, 8 derrotas; e 1982 - 23 vitórias, 9 derrotas.

Pela equipe, neste período, passaram grandes craques do futebol mundial, contratados a peso de ouro, como Pelé, Franz Beckenbauer, Giorgio Chinaglia, Carlos Alberto, Marinho Chagas, Romerito, Seninho, Johan Neeskens, Johan Cruijff, Eusébio, Rick Davis, Oscar, Eskandarian, entre muitos outros.

Principal responsável pela divulgação do futebol nos Estados Unidos, o New York Cosmos está de volta ao futebol. O anúncio foi feito pelo Pelé, o maior craque do futebol do Brasil em todos os tempos, que foi jogador da equipe norte-americana nos anos 70, nomeado também presidente de honra do clube.

"Quero dizer para todos: o New York Cosmos está de volta. Estamos aqui com uma nova geração. É uma emoção muito grande para mim. Estive aqui há 33 anos para promover o futebol e hoje temos esta terceira geração" afirmou.

Em evento realizado no último domingo (1º/8/2010), Pelé revelou que a intenção do Cosmos é trabalhar com jovens atletas, buscando a revelação de novos talentos. A equipe, inclusive, já firmou uma parceria com o BW Gottschee, clube com 60 anos de história e experiência no trabalho com garotos.

Em um comunicado oficial, o clube norte-americano deu detalhes sobre o novo projeto: "Nós nos comprometemos a ajudar na melhoria do futuro do futebol no país, com significante investimento em categorias de base e oferecer filosofias e oportunidades de treinamento. O Cosmos também trabalhará ao lado da prefeitura (de Nova York) para permitir que as crianças joguem futebol com mais frequência, oferecendo equipamentos e facilidades" diz o informe.


Os jogos do New York Cosmos, na década de 70, reuniam sempre grande público para as partidas disputadas principalmente no Giants Stadium, de 1977 a 1984.

O NY Cosmos enfrentou o brasileiro Santos FC em duas oportunidades, vencendo ambas por 2 a 1. A primeira foi em 1977, na despedida do Rei Pelé, que atuou um tempo em cada equipe e marcou um dos gols do time americano. A outra foi em 1979, na Vila Belmiro.

O Cosmos também enfrentou outras duas equipes Brasileiras: o São Paulo FC no Giants Stadium pela Transatlantic Cup de 1983. O jogo acabou 3x2 para o Tricolor do Morumbi com gols de Bojicevic e Romerito para o Cosmos e 3 gols de Careca para os visitantes. E o Grêmio foot-ball portoalegrense em 30 de agosto de 1981, também no Giants Stadium, só que desta vez em partida amistosa. O jogo acabou 3x1 para o tricolor gaúcho.

Quando Pelé encerrou a carreira em fins de 1974, não tinha a intenção de continuar, entretanto a proposta do Cosmo de tres milhões de dólares (uma fortuna bem maior à época) por tres temporadas seduziu o Rei. E assim o futebol decolou de vez nos Estados Unidos, alcançando recordes de público.

Um dos maiores entusiastas da contratação de Pelé pelo Cosmos, naquela época, foi o então Secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger, fã do futebol brasileiro, de Pelé e do Santos FC até hoje.

Confira no link abaixo, os melhores momentos da final da NASL de 1981 entre o Chicago Stings e o New York Cosmos. Notem que o campo de futebol (soccer) foi adaptado em cima das marcas das jardas do gramado sintético de futebol americano. O resultado até hoje é curioso, lembrando-se que o time de estrelas era a equipe de Nova Iorque. Uma oportunidade de assistir novamente, um estilo de "decisão" bem diferente:

Chicago Stings x New York Cosmos

Em 7 de julho de 2006, a produtora estadunidense de filmes para o cinema, Miramax Films, passou a exibir nos cinemas dos EUA, um documentário chamado Once in a Lifetime - The Extraordinary Story of The New York Cosmos (Uma Vez na Vida - A Extraordinária História do New York Cosmos, em inglês). Muito elogiado e narrado pelo ator Matt Dillon, este filme - como diz o título - conta a história da legendária equipe de futebol estadunidense.

O subtítulo do filme é bem sugestivo: The Untold story of the team that had America at its feet (aproximadamente A história oculta do time que teve a América aos seus pés).

Em agosto do ano passado, o ex-diretor da equipe inglesa, Tottenham Hotspur, o britânico Paul Kemsley, comprou a equipe do Cosmos por um valor até agora não divulgado e afirmou que o Cosmos voltaria a competir na atual e super-organizada Major League Soccer. Tudo leva a crer, que bons tempos estão de volta ao futebol, ou melhor ao soccer, lá nos Estados Unidos. Vamos esperar e conferir!

Um comentário:

  1. Perfeito... Só faltou destacar a importância do trabalho do brilhante preparador físico Júlio Mazzei, infelizmente já falecido, fundamental na transformação de atletas norte-americanos em futebolistas na época do NY Cosmos.

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