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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Meninos da Vila: A Nova Geração!

Parece até filme hollywoodiano de sucesso, que a poderosa estrutura comercial do cinema norte-americano empurra pra cima da gente... Com primeira parte, segunda e terceira... E a promessa é sempre de show, acima de tudo! Como somos carentes de espetáculos no mundo da bola, sempre criamos a maior espectativa...

Lembro com muita alegria da primeira geração dos Meninos da Vila, a reunião de jovens craques, promovida pelo Santos FC. Verdade seja dita, o primeiro "menino da Vila", chamava-se Édson Arantes do Nascimento e conquistou o mundo como Pelé com apenas 17 anos! Ele conquistou o mundo com futebol de gênio, de qualidade, fantástico domínio de bola e percepção das jogadas.

Ele atuava com alegria... Percebam que eu disse, alegria, e não euforia desmedida e desnecessária! Ele vinha de origem humilde, mas tinha formação, bons valores de aprendizado de família e sabia muito bem diferenciar, o que era realmente certo daquilo que podia ser errado ou abusivo.

E isso não quer dizer que seu futebol não era abusado... Na bola, na hora do jogo e somente contra os adversários!

Também acompanhei como torcedor de futebol apaixonado, o nascimento do primeiro time dos meninos da Vila, em 1978 e 1979. Não sou santista, mas a equipe jogava tão bem, era tão rápida e genial, que maravilhava qualquer garoto sensato, fã de futebol bem jogado.

No dia 28 de junho de 1979, a sempre muito jovem equipe de sucesso santista - um clube que pensa constantemente no aspecto renovação de elenco - e conta com a facilidade de ser a principal entidade esportiva da baixada santista - conquistava o Paulistão de 78, competição que só terminou no ano seguinte. O time campeão era muito diferente da equipe titular que havia começado o campeonato e que aparece na foto abaixo: Em pé: Gilberto Sorriso, Vitor, Joãozinho, Neto, Clodoaldo e Nelsinho. Agachados: Nilton Batata, Ailton Lira, Juary, Pita e João Paulo.


O time que atuou na última partida contra o São Paulo FC, comandado brilhantemente pelo disciplinador treinador Chico Formiga tinha: Gilberto Sorriso, Flávio, Antônio Carlos, Zé Carlos, Neto e Nelsinho Batista; Nilton Batata, Toninho Vieira, Juary, Pita e Claudinho.

Mesmo perdendo por 2 a 0, o time empatou com o Tricolor Paulista na prorrogação e sagrou-se campeão paulista! Um feito extraordinário na época em que todos os times de São Paulo, sem exceção, tinham realmente equipes fortes e combativas. Quero dizer... Todo time, mesmo os do interior, tinham pelo menos um craque na sua escalação. Esta foi a primeira geração dos Meninos da Vila!

A Segunda Geração

A segunda geração dos Meninos da Vila marcou sua época em 2002, conquistando o Campeonato Brasileiro no dia 15 de dezembro, e humilhando, o Time da Fiel Torcida, em pleno Morumbi. O placar foi de 3 a 2, mas Robinho e suas fantásticas pedaladas simplesmente atropelaram o volante Rogério, do Corinthians, improvisado na zaga... Um futebol desconcertante e praticamente impossível de resistir! Confira a escalação da equipe dirigida naquele tempo, pelo também técnico disciplinador, Émerson Leão:

Fábio Costa; Maurinho, André Luís, Alex e Léo; Paulo Almeida, Renato, Elano e Diego; Robert, (depois Michel), Robinho e William (e depois, Alexandre).

Dois novos craques do futebol brasileiro, surgiam naquela partida: Robinho e Diego.

Robinho foi, na época, apontado por muitos como o “Novo Pelé”. Diego também foi destacado um dos jogadores mais promissores surgidos no Brasil, naquela época. E os dois sempre apareciam juntos na TV, em programa de esporte, de entrevista, de criança, de humor… Eles faziam de tudo. Afinal, para eles, era mesmo tudo arte, festa e molecagem! O que valia a pena, era diversão!

Mas qual é o limite entre a arte, o futebol rápido, envolvente e bem jogado, e a diversão, a molecagem, a bagunça, a falta de educação, o desrespeito pelo adversário (que a FIFA manda punir), a baderna e a palhaçada?

Neymar, Ganso & Cia

Nós brasileiros, somos em grande maioria, latinos ou descendentes, e por isso, gostamos mesmo e muito, de sentimentos extremados, exagerados, abusivos. Curtimos uma boa provocação na vida, e principalmente no campo de jogo. Nada é tão diferente no futebol. Sempre admiramos Garrincha, pelos dribles e malabarismos que era capaz de fazer com a bola. Mané brincava com a pelota e muitos quiseram imitá-lo. A habilidade dos dribladores sempre é fascinante... Um bom fintador sempre desestabiliza emocionalmente um mau marcador.

Mas o drible exagerado também é atitude! E pode ser mal interpretado... O craque Didi, do Botafogo do Rio, bicampeão mundial de futebol nas Copas do Mundo de 1958 e 1962, sempre reafirmava sua humildade e dizia: "Eu não gostava de driblar, porque o drible é uma emergência do futebol. Às vezes, quando não é possivel fazer uma tabela ou dar um passe, aí a gente precisa do drible". Excesso de deboche aos adversários, geralmente causa a auto-euforia. E é sempre bom lembrar que dentro do campo, são sempre 11 conta 11 e um árbitro que pode complicar para um dos lados.

Nesta última semana, animados pela vitória sobre o Grêmio Prudente, pelo Campeonato Brasileiro 2010, os reservas do Santos exageraram na comemoração. Direto do quarto da concentração, Zé Eduardo, Mádson e Felipe, entre outros, iniciaram um bate-papo com fãs que acabou em ofensas aos internautas. Alertados por Robinho, que acompanha a cena de Santos, Zé Eduardo chegou a dizer que o camisa 7 não fará falta quando deixar a Vila Belmiro.

“Pedalada (apelido de Robinho), segura. Sabe por que? Depois do seu último jogo aqui no Santos ninguém vai sentir a sua falta. Ninguém vai sentir sua falta aqui no Santos”, disse Zé Eduardo.

Nesta quarta-feira (4/8/2010), pela finalíssima da Copa do Brasil, o confronto contra o Vitória, será jogado no Barradão e o Santos FC é disparado mesmo, o favorito para ser campeão. Curiosamente, Robinho e André estarão se despedindo do elenco, já que vão para o Exterior. Será que estes tumultos extra campo não vão perturbar a concentração do time em uma decisão importante! E ser for um mau dia da garotada e o Vitória resolver jogar bola?

Sem querer ser falso moralista, as atitudes desta terceira geração de Meninos da Vila, muitas vezes me assustam e desapontam. Na final do Paulistão deste ano, Paulo Henrique Ganso protagonizou um fato raro, inesperado mesmo (até alardeado e cultuado por alguns jornalistas especializados) e se recusou a ser substituído pelo técnico da equipe, o Dorival Júnior, que merece todo o respeito da mídia, pelos seus trabalhos, sempre muito corretos e competentes.

Depois queria ser convocado para a Copa do Mundo! E o tal de Neymar, além da tentativa de tirar uma pra cima dos goleiros adeversários com eventuais paradinhas ou cavadinhas, sempre tentar "cavar" faltas e enganar, tapear, ludibriar os árbitros que apitam os jogos da sua equipe. Será que vão sempre deixar... Olha, que o menino é mesmo craque e não precisa disso! Acho que está rolando muita brincadeira e não acredito que possam controlar alguma coisa agora! Tomara que os melhores resultados, sempre possam ser atingidos dentro dos gramados! Mas, o exemplo para a garotada, que curte muito estes jogadores, não podia ser pior!

Por fim, sobre a sempre "boa ideia" de reedição dos Meninos da Vila (todos craques na concepção da palavra) só tenho a afirmar: talvez, um seja pouco, dois sejam bom e três, sejam mesmo demais!

Um comentário:

  1. Acho que na final do Paulistão, o Dorival pensou em poupar o Ganso, acreditando que ele estivesse 'cansado'. Entendo aquela postura do Ganso como um 'Estou bem, aguento o tranco, consigo segurar a barra'. E de fato, ele segurou. Mas, na hora, também achei ousadia demais! E tive certeza de que o Dunga não iria gostar daquilo!

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