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sábado, 31 de julho de 2010

Duelo de Titãs: Domingo é dia de Palmeiras e Corinthians!

Existe uma coisa em que corintianos e palmeirenses concordam: nada é mais gostoso, saboroso mesmo, do que ganhar o jogo disputado entre eles e que é históricamente conhecido como "Derby Paulista". São paulinos e santistas que desculpem, mas nada se compara a este confronto, dentro das melhores tradições do futebol de São Paulo.

Neste domingo (1º de agosto de 2010), eles se enfrentarão pela 334ª vez da história, pelo Campeonato Brasileiro de 2010.  Nesta 12ª rodada do torneio nacional, o Corinthians chega como favorito e em uma posição melhor na tabela classificatória da competição. Ocupa o primeiro lugar com 24 pontos e vem mantendo uma fantástica regularidade. O time armado para a conquista da Libertadores 2010 se mantém na ponta com boas apresentações e tem nas atuações, principalmente do meia armador Bruno César, um dos seus melhores destaques.

O jogador, contratado junto ao Santo André, e que possui incrível semelhança com outro ídolo da Fiel Torcida, o argentino Carlito Tevez, é o principal artilheiro do time alvinegro já com cinco gols na atual temporada. "Venho trabalhando para que isso acontecesse. Fui feliz por ter feito bons jogos e ajudado o Corinthians a conseguir a vitória com gols. Espero que continue assim. Meus companheiros me ajudaram muito para que eu chegasse até aqui" explicou.

Ironicamente, Bruno César, que hoje é destaque do Corinthians, foi revelado pelo Palmeiras e dispensado há três anos quando integrou a equipe B. “Isso foi há bastante tempo. O Palmeiras me acolheu quando eu estive lá. Recebi oportunidades, só não entramos em um acordo para eu permanecer. Não há mágoa nenhuma”. Na época, o treinador da equipe profissional era Caio Júnior.

Do lado do Palmeiras

O técnico Luiz Felipe Scolari concedeu uma entrevista de quase uma hora no início da tarde desta sexta-feira (30/7/2010), na Academia de Futebol, e afirmou que a prioridade de momento é ajustar a equipe e buscar uma regularidade na competição antes de pensar no título do Campeonato Brasileiro. "Não posso pensar em título se ainda não consegui montar meu time. Estamos buscando isso e temos boas perspectivas com a chegada dos reforços que estão chegando. Primeiro, precisamos ser mais regulares. O Corinthians está conseguindo, nós ainda não", afirmou o treinador, minimizando o peso do clássico, mas admitindo que uma vitória sobre o rival pode dar um fôlego a mais para a equipe.

"É mais um jogo e vale os mesmos três pontos de qualquer outra rodada. Mas é claro que um resultado positivo em um clássico pode dar um ânimo maior para a sequência da competição."
 
No passado deste confronto histórico, grandes jogadores dos dois lados. Craques indiscutíveis, bons jogadores e atletas voluntariosos: Leão e Ado; Ronaldo e Vellozo, Felipe e Gilmar, Marcos e Solito, Rosemiro e Zé Maria; Arce e Édson Abobrão, Amaral e Luiz Pereira, Argel e Gamarra, Roberto Carlos e Vladimir, Adilson Batista (o mesmo que hoje é treinador do Timão) e Gustavo; Pires e Biro-Biro, César Sampaio e Paulinho; Zenon e Jorge Mendonça; Sócrates e Leivinha; Basílio e Edmundo, Evair e Viola, Neto e Mário Sérgio; Jorginho e Ataliba; Marcelinho Carioca e Edú, Edú Manga e Romeu Cambalhota, Ademir da Guia e Palhinha, Casagrande e César Maluco, Valdívia e Carlito Tevez, Ronaldo Fenômeno e Vagner Love...
 
O maior campeão da história do estádio do Pacaembú, para muitos alardeado como "a casa do Corinthians", é exatamente o Palmeiras. Mas, também sem nenhuma dúvida, o Corinthians tem sido nos últimos tempos, a equipe que melhor se apresenta jogando no Estádio Municipal de São Paulo, que curiosamente, leva o nome de um dos maiores dirigentes do São Paulo FC: Paulo Machado de Carvalho, o Marechal da Vitória das Copas do Mundo de 58 e 62.
 
Sobra então muita expectativa e as tradicionais provocações que cercam este jogo. Que a arbitragem seja íntegra e limpa para os dois lados e que não puxe a sardinha, para ninguém! Esperamos também que os torcedores não esqueçam a sua dimensão enquanto seres humanos. Que a rivalidade, seja demonstrada, apenas dentro do gramado, e que no entorno do estádio, este jogo possa mesmo ser chamado de "Derby - Unidos pela paz". Só não tenham dúvida de uma coisa: quando a bola começar a rolar, muitas emoções do esporte chamado futebol serão vivenciadas ao extremo... 
 
Porque, afinal de contas, domingo é dia de Palmeiras x Corinthians! E é por tudo isso, que não arrisco prognósticos e nem palpites! Abraços a todos os corintianos e palmeirenses, que são por mim, tão queridos! "Alegria sua, tristeza minha; Tristeza sua, alegria minha"!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

O Mago voltou e trouxe com ele a esperança!

O torcedor alviverde está com saudades. Afinal de contas, está carente de poder ver, de novo, um grande time vestindo a camisa que tanto o emociona. Mas, verdade seja dita... Apesar dos maus resultados, a diretoria, tão criticada pelos radicais e sempre inflamados torcedores de arquibancada, totalmente apaixonados e talvez, por isso, incapazes de realizar análises mais centradas, está fazendo a sua parte. Apesar da equipe não ter ainda, um padrão de jogo...

É dificil dizer porque as coisas vão tão mal! Pode parecer loucura afirmar isso, mas parece que forças ocultas conspiram contra o Verdão e sua coletividade. A solução, acredito, deva ser a união...

Da diretoria, fora de campo, dos torcedores, nas arquibancadas e dos jogadores, no campo de jogo. A imprensa (pelo menos boa parte dela) parece que abandonou o Palmeiras faz tempo. Dentro do seu pragmatismo de análises, como os bons resultados não vêm, sapeca críticas e mais críticas. Ajuda a aumentar a "panela de pressão" dos passionais. Nada está bom! E alguns são bastante sádicos, afirmando... E nada vai ficar bom! Parece até má vontade ou outra coisa que eu não quero nem dizer... O mundo do futebol tem sido cada vez mais, recheado de muito cinismo... Lembrem-se de quem são, as pessoas que compoem a oposição dentro do clube, e que parecem atender melhor aos interesses de quem está fora dele! Muitas das instituições que são adversárias...

O Presidente Luiz Gonzaga Belluzzo trabalha, desde que assumiu, para fazer um Palmeiras mais forte. E como afirmou recentemente, quer montar um time que dê gosto a torcida. Uma equipe que possa disputar títulos e amadurecer na busca pelas conquistas. Suas atitudes e intenções, desde o começo, sempre foram a de modernizar e valorizar o time e o clube.

O início da tão necessária reforma do estádio do Palmeiras, começa com suas conversações e lutas, por um acordo com a W Torre. Uma obra que atualmente interessa diretamente ao Comitê Organizador da Copa do Mundo do Brasil em 2014. Irá praticamente duplicar o tamanho do Palestra Itália.

Seguidamente, desde que assumiram seus cargos e funções, Belluzzo e o seu Vice-presidente, também Diretor de Futebol, Gilberto Cipullo, (aliás os mesmos que lutaram na década de noventa pela viabilização do então inovador acordo de co-gestão com a Parmalat. Acordo este, que interrompeu um jejum de títulos de 16 anos) investiram para que o Palmeiras pudesse ter a melhor equipe possível.
Num primeiro momento, mantiveram o treinador Vanderlei Luxemburgo, para muitos, um dos melhores técnicos do Brasil. Campeão Paulista de 2008, interrompendo um segundo jejum de titulos, da mesma forma que havia feito em 1993. No mesmo ano, porém, a parceria com a Traffic, acabou sendo responsável pelo desmanche de um time campeão, durante a competição do Campeonato Brasileiro. Fato semelhante ao que aconteceu com o Corinthians, um ano depois, durante a disputa do Brasileiro 2009.

O insucesso na Libertadores 2009 e uma indisposição, quando da negociação do atacante Keirrisson, provocou a precipitada saída do treinador campeão e para mim, foi este, um dos poucos e graves erros do Presidente Belluzzo. O outro foi criticar dura e publicamente o árbitro Carlos Eugênio Simon, depois dele ter prejudicado gravemente a equipe, quando anulou um gol "legal" do atacante Obina, em partida contra o Fluminense do Rio. Dizem que dirigente brasileiro bom, não esbraveja com problemas de arbitragem, quase sempre frágeis; age na surdina, quando tem que agir... É que o Belluzzo, pessoa de caráter, não sabe ser hipócrita!

A aposta em Muricy Ramalho, infelizmente, também se mostrou infrutífera e amarga demais! O time definhou na Campanha do Brasileirão 2009 e perdeu até a tão sonhada vaga para a Libertadores deste ano. Depois de um começo de temporada difícil e da vinda de Antonio Carlos Zago, chegou a hora de apostar no melhor do Brasil: Luiz Felipe Scolari. Pretendido por Ricardo Teixeira para a Copa de 2014.

A equipe perdeu em questão de meses, o atacante Vagner Love e o meia-armador Diego Souza (desgastados com os políticos torcedores da Turma do Amendoim, que sempre fizeram mais mal do que bem); e o meia-armador Cleiton Xavier, em surpreendente negociação da Traffic com o futebol do exterior. Mas, além do técnico campeão na Campanha do Penta com a Seleção Brasileira, e da Libertadores 1999, com o Verdão, Belluzzo e sua diretoria, trouxeram também o artilheiro Kleber, identificado como Eterno Gladiador da Torcida do Verdão.

E agora trouxeram o craque Valdívia, o meia-armador que dribla em espaços reduzidos e é capaz de desarticular com poucos lances, as defesas adversárias. Um verdadeiro mago da bola... E que além de tudo, tem ótimo restrospecto nos clássicos contra os principais adversários: Corinthians e São Paulo. Acredito que será um importante reforço, atuando ao lado de Kleber, Ewerton e Lincoln. Será que a atual diretoria não está mesmo trabalhando bem? É necessário tempo para a formação de uma equipe vencedora... Mas será que a imprensa e os torcedores mais radicais darão este tempo? Só o futuro dirá.

Confira, no link abaixo, o jogo em que Valdívia mata a defesa do São Paulo, em pleno Palestra Itália, e deixa o caminho livre para o Verdão campeão:

Palmeiras 2 x 0 São Paulo (Paulistão 2008)

O importante é que o Mago voltou. E com ele, a esperança de tempos melhores e de jogadas mais bonitas. Uma esperança, que aliás, segundo dizem, é verde!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Duelo de Titãs: São Paulo e Internacional pela Libertadores 2010

Nesta quarta-feira (28/07), tem a primeira partida da semifinal da Taça Libertadores da América 2010, reunindo mais uma vez, o São Paulo FC e SC Internacional. Quatro anos depois... Muitos se lembram do último resultado em 2006. Naquela época, Rafael Sobis era do Inter, e infernizou a defesa do Tricolor Paulista. Ele agora retornou ao Internacional, mas deve ser banco no jogo de logo mais. Richarlyson era do São Paulo e continua no São Paulo. Fernandão era do Inter e agora é atacante do São Paulo.

Nesta partida cheia de muita rivalidade e de história recente, o reencontro entre gaúchos e paulistas, é um verdadeiro "duelo de titãs" brasileiro, um importante confronto por um título internacional. O mais reverenciado do continente.  Às 21h50m, o Internacional vai em busca de uma nova vitória sobre o São Paulo, desta vez atuando no Beira-Rio. O Tricolor busca final diferente para que possa enfrentar Universidad de Chile ou Chivas, que fazem a outra semifinal. Nesta terça, no primeiro jogo, disputado no México, houve empate por 1 a 1.

De um lado, o treinador Celso Roth e do outro, Ricardo Gomes, meio que com a corda no pescoço.

Onze jogadores remanescentes da decisão de 2006 integram os elencos de gaúchos e paulistas. O Colorado no momento, atravessa uma melhor fase e obtém melhores resultados no Campeonato Brasileiro.

O Inter não tira da cabeça aquele 16 de agosto de 2006, um marco para os importantes títulos que vieram depois. O clube gaúcho mudou desde aquele jogo. Ficou maior. Foi campeão do mundo. Venceu gigantes como Barcelona, Inter de Milão, Boca Juniors e Estudiantes. E agora se sente ainda mais preparado para enfrentar o desafio de superar, mais uma vez, o tricampeão mundial.

"O Inter tem vários jogadores daquela época, que se sagraram campeões e estão novamente em uma semifinal. Agora, nos encontramos de novo. Acho que são os maiores grupos do Brasil. Esperamos que possa ser tão competitivo quanto em 2006. O detalhe pode fazer a diferença", disse o capitão Bolívar.

Celso Roth irá tomar uma importante decisão: optar por um time mais ofensivo, com o mesmo desenho dos quatro jogos oficiais comandados pelo técnico, ou por uma equipe mais defensiva, sustentada pela importância de não sofrer gols em casa.

Pelo lado paulista, que quer a revanche, são seis atletas que estiveram naquela histórica decisão, sendo que dois estavam no lado colorado: Jorge Wagner e Fernandão. Este último marcou um dos gols do empate por 2 a 2 na segunda partida, que deu o título ao Inter. Rogério Ceni e Richarlyson estavam em campo pelo São Paulo, com Bosco no banco. E Ricardo Oliveira, apresentado oficialmente como reforço na última terça-feira, atuou na primeira partida da decisão, mas não jogou a segunda, pois não foi liberado pelo Bétis para prorrogar o empréstimo. Agora o atacante deseja ajudar os companheiros a obter um diferente resultado.

"Fiquei muito chateado na época porque era a chance de tentar conquistar um título da Libertadores e não me deixaram jogar. Mas não ficou mágoa. Hoje tenho a oportunidade de jogar a semifinal, e logo contra o Internacional, adversário da decisão de 2006", ressaltou o atacante durante a sua chegada ao São Paulo.

Confira as prováveis equipes para o Duelo de Titãs desta noite, no Gigante da Beira-Rio em Porto Alegre, com arbitragem do argentino Hector Baldassi. Esperemos também que ele não estrague o jogo:

Internacional: Abbondanzieri, Nei, Bolívar, Índio e Kleber; Sandro, Guiñazu, Giuliano (Wilson Matias), D'Alessandro e Taison; Alecsandro.

São Paulo: Rogério Ceni, Miranda, Alex Silva e Richarlyson (Xandão); Jean, Rodrigo Souto, Hernanes, Marlos e Junior Cesar; Dagoberto e Fernandão.

Não há dúvida de que teremos uma partida pra lá de emocionante, com bastante dramaticidade e que será repleta de boas lembranças somente para os torcedores do time vencedor. Aos corintianos, flamenguistas e cruzeirenses, neste momento, resta apenas a frustração por não poderem estar mais disputando esta tão sonhada taça! Vamô São Paulo... Vamô, vamô, Inter...

terça-feira, 27 de julho de 2010

O Dono do País do Futebol

Mano Menezes escalou sua seleção nesta segunda-feira, 26 de julho e parece que neste início conseguiu satisfazer em cheio, o clamor popular, frustrado pelo seu antecessor. Jovens jogadores terão a primeira oportunidade de mostrar serviço com a camisa amarela do Brasil num amistoso contra os Estados Unidos, a ser disputado no próximo dia 10 de agosto, em Nova Jersey (USA).

Confira os convocados: goleiros: Victor (Grêmio), Renan (Avaí) e Jefferson (Botafogo); laterais: Daniel Alves (Barcelona), Rafael (Manchester United), Marcelo (Real Madrid) e André Santos (Fenerbahçe); zagueiros: David Luiz (Benfica), Henrique (Racing Santander), Réver (Atlético-MG) e Thiago Silva (Milan); volantes: Sandro (Internacional), Jucilei (Corinthians), Hernanes (São Paulo) , Lucas (Liverpool) e Ramires (Benfica); meias: Carlos Eduardo (Hoffenheim), Ederson (Lyon) e Paulo Henrique Ganso (Santos); atacantes: Robinho (Santos), André (Santos), Neymar (Santos), Alexandre Pato (Milan) e Diego Tardelli (Atlético-MG).

Finalmente, os "Meninos da Vila" foram convocados. Outros jogadores que também estão indo para a sua primeira convocação como o goleiro Jefferson (Botafogo), o zagueiro Réver (Atlético-MG), o volante Sandro (Internacional) e o meia Ederson (Lyon), talvez causem o mesmo descontentamento de muitos dos escalados por Dunga e que bem ou mal, podem ter frustrado as esperanças da nação, de conquista do hexacampeonato na África do Sul, mas trouxeram a Taça das Confederações e disputaram no gramado, as cada vez mais difíceis Eliminatórias da Copa do Mundo. Tratam-se de atletas do mesmo nível dos que foram ao continente africano...

Aprendi que as convocações para o selecionado brasileiro sempre foram políticas e percebo que a partir de agora, em função da Copa do Mundo do Brasil em 2014, serão ainda mais complicadas. Mais do que um time da preferência de Mano Menezes, esta é uma comissão técnica com elenco de Ricardo Teixeira. Uma equipe para atender ao gosto popular... Lembro que em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002, nos anos de conquista do futebol brasileiro em Copas do Mundo, os times escalados nunca foram essencialmente de preferência popular! Muito pelo contrário! Espero que não estejamos assistindo ao repeteco de uma situação já vivenciada por Falcão, que recebeu na época, incumbências de escalar jogadores mais jovens e acabou demitido depois que eles não foram bem em uma edição de Copa América. Se é para formar um novo grupo para a Copa do Mundo do Brasil, seria muito bom que tivéssemos jovens, embora eu prefira uma mescla de experiências... Os jovens talentosos e velozes ao lado de gente com vivência de jogo! Não precisa haver concordância com o gosto do Povão, para fazer um time campeão...

Como bem disse a revista Carta Capital em artigo publicado na semana passada, "não causará espanto se, pelos próximos quatro anos, o Presidente da República, independentemente de quem vença as eleições, ficar à sombra dos holofotes de Ricardo Teixeira. Chefe da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa de 2014, será ele o imperador do Brasil, a palpitar sobre qualquer obra pública relacionada à realização do mundial. Amigo próximo do francês Jérome Valcke, poderoso secretário-geral da FIFA, com quem está em perfeita sincronia, terá plenos poderes para decidir o que deve ser feito e como. A menos que alguém se disponha (ou tenha real poder político) a colocar um freio".

Em 1994, após a vitória na Copa, Teixeira, tentou entrar no território nacional sem passar as bagagens da delegação brasileira pela alfândega. Os então fiscais da Receita Federal encontraram 17 toneladas de mercadorias importadas, incluindo máquinas de chope para a cervejaria que o dirigente possuía no Jockey Club do Rio.

Quem vai impor limites para quem age na prática como se fôsse o dono do país do futebol? A conta final pela realização da Copa do Mundo no Brasil em 2014 será paga por quem? Novamente, e só para lembrar: o Mundial de 2010 rendeu 3,2 bilhões de dólares à FIFA. Para a África do Sul, sobrou a dívida.

A julgar pelo mau exemplo do Pan-Americano do Rio 2007, todo cuidado é pouco. Orçado em 400 milhões de reais, o Pan terminou com um gasto público superior a 4 bilhões de reais e muitas denúncias de superfaturamento e corrupção. As espertezas de sempre, no país do jeitinho e da malandragem que os brasileiros do bem gostariam de ver no passado.

Num país em que, de tempos em tempos, a opinião pública gosta de apoiar políticas caras (que garantem muitos gastos), "populistas", sempre travestidas de desenvolvimentistas, as perspectivas podem mesmo acabar sendo assombrosas!

Juro que espero, profundamente, estar errado nesta análise! E mais uma vez, boa sorte ao Mano Menezes!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Muito trabalho pela frente

Terminada mais uma rodada do Campeonato Brasileiro 2010 e o Felipão ainda não venceu no comando do time do Palmeiras. Neste domingo, 25 de julho, a equipe ficou no zero a zero com o Ceará, em partida realizada no estádio do Castelão em Fortaleza. Para o técnico alviverde, o elenco já apresenta uma boa evolução, apesar do desconforto da ausência de vitórias. Meio de campo e ataque já demonstram uma melhor produção.

A necessidade de reforços fica evidenciada, principalmente no setor defensivo, onde em função da suspensão do zagueiro Danilo (polêmico caso de racismo com Manuel do Atlético do Paraná), o time se recente de um jogador de nível e as improvisações estão longe de resolver o problema. O zagueiro Leo, mais uma vez foi expulso infantilmente, depois de receber o segundo cartão amarelo. De toda forma, Felipão pede um meia, de preferência com total domínio da perna esquerda, enquanto aguarda e sonha com a chegada do chileno Valdívia.

O Corinthians, adversário do próximo domingo no tradicional derby paulista voa na liderança com 24 pontos, depois de 11 rodadas realizadas,  e o Verdão amarga situação no blogo intermediário com apenas 14 pontos.

Contratado para salvar o Palmeiras da incômoda situação do último ano e recolocá-lo no caminho dos títulos, Luiz Felipe Scolari mandou recentemente um recado nada animador para a torcida do Verdão. Logo após o empate em 2 a 2 com o Botafogo, na noite da última quinta-feira, no Pacaembu, o técnico deixou claro que o Alviverde não entrará firme na disputa pelo título do Campeonato Brasileiro. Com dificuldades para escalar a equipe e sem alternativas para possíveis modificações no decorrer das partidas, Felipão afirmou que prefere se focar na conquista de uma vaga à Libertadores de 2011.

"Todos sabem que temos dificuldades maiores que os outros. Vamos fazer um trabalho pensando em uma situação de Libertadores. Não estamos pensando em ser campeões, mas sim em ficar naquele bolo da Libertadores" - disse o treinador.
 
Luiz Felipe Scolari também evita falar de arbitragens. O Palmeiras teve jogadores expulsos em quase todos os jogos. O que chama a atenção é que já foram duas expulsões do volante Marcos Assunção (partidas contra Grêmio e Botafogo) e duas expulsões do zagueiro Leo (Avaí e Ceará). Coincidentemente, sempre antes de clássicos importantes contra rivais paulistas: São Paulo e Corinthians.
 
Entende que o cenário político de bastidores já demontra também um Palmeiras enfraquecido neste sentido. Para que a situação não se agrave ainda mais, com a provocação de questões formuladas por jornalistas incovenientes e por ventura mal intencionados, aplicou a lei da mordaça no elenco e estão proibidos até segunda ordem, os depoimentos de jogadores nos intervalos e ao final dos jogos do Palmeiras. Parece que os tempos do Duce estão de volta no Verdão!
 
Não há dúvida, que há muito trabalho pela frente!

sábado, 24 de julho de 2010

O Novo Técnico do Brasil

Da mesma forma que o Dunga, Mano Menezes, o novo treinador da Seleção Brasileira de Futebol, merece todo nosso carinho, apoio e confiança. Também faz parte da escola gaúcha, que já revelou Oswaldo Brandão, Enio Andrade e Luiz Felipe Scolari, além de outros nomes como Celso Roth e Tite. Todos disciplinadores, admiradores do jogo aguerrido, da raça, empenho, garra e do estudo tático. Muitos torcedores de arquibancada, mais radicais, chamam isso de retranqueirismo.

Quem os entende, sabe muito bem que eles jamais menosprezam os craques, mas que observam princípios que asseguram e demonstram que a cautela, tanto quanto a ousadia, também pode ajudar a ganhar partidas de futebol e conquistar importantes títulos.

No Sport Club Corinthians Paulista, desde janeiro de 2008, Mano ajudou o time e o clube, a conquistar a Série B, a dar a volta por cima, recuperar a auto-confiança e retomar o prestígio, arranhado e abalado depois da ida para a Segunda Divisão do Futebol Brasileiro.

Graças à um forte investimento de marketing, que só foi possível com a vinda de Ronaldo Fenômeno, o que viabilizou a contratação de muitos outros ótimos jogadores, pôde também auxiliar o Corinthians a montar uma equipe altamente competitiva para a conquista na mesma temporada 2009, tanto do Campeonato Paulista, quanto da Copa do Brasil. Mesmo assim, parte da torcida do Timão desejava vê-lo de saída, em função da precoce (para muitos) desclassificação na Libertadores 2010.


Parece que não dão a ele nenhum crédito pela ótima campanha no atual Campeonato Brasileiro em disputa. No Brasil, infelizmente, os treinadores contabilizam mais facilmente as razões dos insucessos do que os méritos das conquistas.

Agora, como novo técnico do Brasil, começa importante processo de reformulação e modernização da equipe. Que tenha sorte em sua caminhada e que possa levar a Seleção a jogar um futebol, ao mesmo tempo, mais consciente e competitivo, até a próxima Copa em 2014. Que possa da mesma forma, ajudar torcedores, jogadores e a comissão técnica de nosso principal selecionado, a recuperar sua auto-estima, depois da eliminação sempre traumática em mais uma edição da Copa do Mundo, recentemente realizada na África do Sul.

Ricardo Teixeira, o Presidente da CBF e do Comitê Organizador Local da Copa do Brasil, queria primeiro, o Felipão, técnico vencedor na campanha do Pentacampeonato na Coréia e no Japão. Mas o treinador, que estava apenas apalavrado com os dirigentes do Palmeiras, fez questão de honrar sua palavra e voltar para o Brasil para apoiar o clube que fêz conquistar a América em 1999.

A segunda opção era Muricy Ramalho, tricampeão brasileiro com o sempre badalado São Paulo FC. Agora, realizando um bom trabalho no Fluminense do Rio de Janeiro, depois de uma passagem equivocada pela Sociedade Esportiva Palmeiras em 2009. Os dirigentes cariocas foram firmes em defender a valorização de um contrato assinado e o treinador teve de declinar do convite. Então surge Mano Menezes, como uma ótima solução de momento...

Apenas torço para que não seja atingido precocemente pelo sensacionalismo cada vez mais barato e fácil, praticado por certos setores de uma imprensa sectária ou pelo patrulhamento nefasto exercido por torcedores "quase profissionais", radicais e extremados.

Que aos primeiros sinais de um eventual fracasso ou mau resultado, não se lembre que ele não era a primeira opção da maioria da galera ou que se faça estardalhaço desmedido, em função de sua relação com o empresário Carlos Leite, que também gerencia contratações de jogadores em várias equipes do futebol brasileiro.

Para Mano Menezes, digo apenas, boa sorte, bom trabalho e que venham os bons resultados! Sua competência e seriedade são para mim  incontestáveis.

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quarta-feira, 21 de julho de 2010

Na preparação para Copa do Mundo do Brasil em 2014 sobram hipocrisias

Interesses, interesses e interesses... No cenário em que seria muito mais inteligente, um pacto a favor do sucesso da realização da Copa do Mundo do Brasil em 2010, infelizmente, sobram interesses menores e muita, mas muita hipocrisia. Neste panorama, eu pergunto: temos mesmo que construir novos estádios com dinheiro público para favorecer esta ou aquela agremiação, em detrimento de outras? Com a estabilidade econômica vigente, que pode não ser eterna, temos mesmo que gastar mais onde deveríamos gastar menos?

Atualmente, pelo menos na minha humilde opinião, não há nenhuma dúvida de que o melhor estádio de São Paulo, seja mesmo, o Cícero Pompeu de Toledo no bairro do Morumbi, onde fica o campo do São Paulo FC, que se comprometeu em reformá-lo num curto espaço de tempo. Fugir desta evidente realidade trará um custo alto ao país e a todos os cidadãos, contribuintes de impostos e cumpridores dos deveres públicos com a nação chamada Brasil.

Muito mais do que os interesses e preferências pessoais de torcedores atleticanos, cruzeirenses, colorados, gremistas, flamenguistas, fluminenses, vascaínos, botafoguenses, cearenses, pernambucanos, palmeirenses, paranaenses, baianos, são paulinos e corintianos, o que se destaca verdadeiramente, são os reais interesses dos brasileiros. E de quem sempre paga as contas!

Parece meio descabido, e sem nenhum sentido político, que a cidade de São Paulo, maior centro econômico do país, fique de fora do maior evento futebolístico do planeta, no momento em que o país realiza sua segunda Copa do Mundo na história. Um casuísmo oportunista de dirigentes de clubes que se aproximam das lideranças da CBF - Confederação Brasileira de Futebol, apenas para tirar proveito próprio.

Os espanhóis, atuais campeões do mundo da bola e na bola, e que puderam organizar com maestria a Copa do Mundo de 1982, não se perderam nem no histórico conflito entre os bascos e o restante do país. São uma espécie de referencial ao lado dos norte-americanos, ingleses, alemães, japoneses e sul-coreanos, que realizaram suas edições da competição, sem desgaste e polêmicas fúteis.

O governador de São Paulo, Alberto Goldman, descartou nesta quarta-feira (21/7/2010) a construção de um novo estádio em São Paulo para sediar a abertura da Copa do Mundo de 2014. E afirmou: "O São Paulo FC se dispõe a fazer investimentos de cerca de R$ 200 milhões. Não é a proposta inicial de cerca de R$ 600 milhões, mas nós achamos que isso (a reforma menor) é suficiente para atender às exigências da Fifa, não de uma forma ótima, mas de uma forma razoável para a abertura da Copa. Então é possível que isso seja analisado, porque a Fifa ainda não avaliou a proposta de R$ 200 milhões.

Sobre a reforma no Parque Antártica, estádio do Palmeiras

O governador, porém, lembrou que o estádio Palestra Itália, que pertence ao Palmeiras, também poderá ser avaliado. O Parque Antártica está fechado para reformas. Será colocada uma cobertura na arena e a capacidade passará de 27,6 mil para 45 mil espectadores. A Fifa exige que o estádio da abertura da Copa tenha no mínimo 65 mil lugares.

Apesar de defender a abertura e a participação da cidade de São Paulo na edição do torneio que será realizada no Brasil, Goldman afirma que a cidade não terá prejuízos econômicos caso o primeiro jogo do mundial seja realizado em outro local.

"Não sediar os jogos é algo absolutamente inadmissível. A questão da abertura é uma questão importante, nós achamos que ela deve ser em São Paulo, mas evidentemente não haverá um prejuízo de ordem econômica excepcional se nós não tivermos a abertura. Nós queremos que a abertura seja feita em São Paulo porque é o maior estado e a maior cidade país" explicou.

Goldman descartou investir recursos públicos na construção de um novo estádio em São Paulo. Com isso, o projeto do Piritubão, fica praticamente descartado do Mundial, dando mais espaço a outros clubes para colocarem suas arenas no torneio.

A intenção do governador é que a CBF recomende à FIFA que aceite a reforma mais barata do Morumbi, que custaria cerca de R$ 265 milhões. Uma outra maior, de cerca de R$ 630 milhões, dificilmente será viabilizada. Acredito na sinceridade do governador. Também é bom lembrar que os recursos aprovados em Medida Provisória do Governo Federal estabelecem limites menores de endividamento para São Paulo.

Uma das alternativas interessantes, seria uma reforma do estádio municipal Paulo Machado de Carvalho, no bairro do Pacaembú, estádio que já abrigou jogos de Copa em 1950.  Será que seria descartada, até no frigir dos ovos?

Espero que não joguemos fora, todas as nossas fortes tradições... Embora saiba que a força de lobby das construtoras e empreiteiras, sempre carentes de participação em licitações públicas de projetos de novos estádios (foto), destaque cada vez mais, nestas oportunidades, os interesses na construção e reforma de muitas importantes praças esportivas pelo Brasil afora.

O que é bastante natural na Terra Brasilis, já que afinal de contas, muitos gostam de mamar bastante em tetas alheias...

Mas como eu disse... Interesses, interesses e interesses... A Copa do Mundo do Brasil em 2014 já começa da pior maneira possível! Em outro post, prometo abordar a situação da preparação para a Copa em outros estádios.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Estão de volta as emoções do Campeonato Brasileiro 2010

Depois da interrupção da Copa do Mundo da África 2010, retomamos nossa atenção com a principal competição de futebol do Brasil: o campeonato da Série A do país. Faltam agora 29 rodadas para que possamos conhecer o clube campeão da edição do torneio deste ano. O Corinthians, de São Paulo, do Presidente Andrés Sanchez, amigo próximo do Presidente da CBF, Ricardo Teixeira (e que quer de toda forma, a construção do novo estádio do Piritubão para a Copa de 2014), segue na liderança, agora acompanhado de perto pelo surpreendente Fluminense do Rio de Janeiro.

Verdade seja dita, se o alvinegro de Parque São Jorge, não mostra ainda um futebol de empolgar, tem pelo menos mantido a sequencia de bons resultados dentro e fora de casa, em um campeonato difícil, onde a regularidade é o pré-requisito mais importante. Mano Menezes mantém inteligentemente a base da equipe montada para a disputa da Taça Libertadores, reforçada pela habilidade do ótimo meia armador Bruno César, que mais uma vez brilhou em campo neste domingo (18/07/2010) atuando muito bem e marcando um gol importante contra o Atlético Mineiro de Vanderley Luxemburgo. Trata-se de uma equipe que evolui mais depressa que os rivais em busca da consolidação de um verdadeiro padrão de jogo, fundamental em suas pretensões de título e de classificação para o próxima edição do principal torneio Sulamericano.

São Paulo e Palmeiras (agora liderado pelo Luiz Felipe Scolari, o treinador preferido para substituir Dunga no comando da Seleção Brasileira) perderam pontos que poderão fazer muita falta, jogando fora de casa, atuando diante dos sempre perigosos Vitória da Bahia e Avaí de Santa Catarina. Os dois times estão longe de demonstrar o entrosamento e a performance que seus torcedores mais apaixonados gostariam.

E o Santos da nova geração de Meninos da Vila, sensação do primeiro semestre, parece que desandou de vez, diante da excessiva badalação em cima de jogadores de pouca maturidade como Neymar, André e Paulo Henrique Ganso. Mesmo a volta de Robinho não foi suficiente para evitar a segunda derrota consecutiva e dar ânimo aos companheiros que sucumbiram em casa, diante do esforçado e guerreiro Fluminense, dirigido pelo sempre determinado e excelente Muricy Ramalho.

Apesar de Cruzeiro e Internacional de Porto Alegre terem também vencido os seus jogos, ainda é muito cedo para identificar melhorias significativas em suas performances. Na minha opinião, apenas o Grêmio de Futebol Portoalegrense precisa retomar sua atenção. Ao persistir em sua caminhada de declínio, torna-se um precoce candidato ao rebaixamento num dos torneios de futebol mais difíceis do planeta.

A lamentar, apenas a falta de padronização de critérios, a visível arrogância, e os contínuos erros de uma arbitragem que ao meu ver não demonstra capacidade para apitar partidas em local nenhum do planeta! Além de contribuir e sempre negativamente com o desenrolar da competição e a consolidação de seu resultado final, tanto no que diz respeito ao rebaixamento de equipes, a classificação dos clubes para os principais torneios internacionais do continente e o apontamento de seu campeão. Muito triste mesmo! A pior qualidade e safra de juizes da história!

Mas, vamos que vamos, porque a emoção está apenas começando! Tomara que seja mesmo, um excelente campeonato de futebol!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

“Nasce na elite e se torna popular...”

A história do esporte chamado futebol tem nuances maravilhosas. Trata-se de uma modalidade que nasce, na época em que era praticada, e principalmente, pela elite da Inglaterra, um privilégio de ricos, para com o tempo, conquistar de maneira popular, o mundo todo. Não podemos nunca nos esquecer que a FIFA - Federação Internacional de Futebol Associado tem atualmente mais países membros do que a ONU - Organização das Nações Unidas. No final do século retrasado (XIX), os estudantes das universidades britânicas de Cambridge, Oxford, Birmingham, Durham, Leeds, Reading, Liverpool, Exeter, Essex, Leicester, Nottingham e Brunel, já mediam suas forças para saber quem eram os melhores no futebol...

A chegada do futebol aqui no Brasil, todos nós devemos aos esforços e ao incentivo, do jovem Charles William Miller, que hoje é nome de praça pública, na frente do Estádio Municipal da Cidade de São Paulo, o “Paulo Machado de Carvalho”, localizado no bairro do Pacaembu.

Filho de um pai escocês chamado John, que veio ao Brasil para trabalhar na São Paulo Railway Company, e uma mãe brasileira de ascendência inglesa chamada Carlota Fox, nasceu perto da estação ferroviária do Brás, na época um bairro industrial e operário de São Paulo.

Aos dez anos, foi estudar na Inglaterra. Desembarcou em Southampton, no extrerno sul das ilhas britânicas, e aprendeu a jogar futebol na Bannister Court School.

Atuando como jogador, árbitro e dirigente desde o princípio - e mais tarde apenas, nas duas últimas funções - foi um entusiasta dos esportes em geral, sendo também fundador da Associação Paulista de Tênis e, sem sombra de dúvidas, é, ao lado de Belfort Duarte, Hans Nobiling, Arthur Friedenreich e Luís Fabí, um dos grandes propagandistas do futebol no país.

Em 1884, ele foi mandado para uma escola pública em Hampshire, na Inglaterra, onde aprendeu a jogar futebol, rugby e críquete. Enquanto estava nesta escola, jogou por eles contra os times Corinthian SFC e o de St. Mary.

Ele retornou ao Brasil em 18 de fevereiro de 1894 para trabalhar na São Paulo Railway (posteriormente Estrada de Ferro Santos-Jundiaí (EFSJ).

Mais tarde, como seu pai, tornou-se também correspondente da Coroa Britânica e vice-cônsul inglês em 1904. Trouxe na bagagem duas bolas usadas, um par de chuteiras, um livro com as regras do futebol e uma bomba de encher bolas. É o maior incentivador do rugby também.

Miller foi fundamental na montagem do time do São Paulo Athletic Club (SPAC) e a Liga Paulista de Futebol, a primeira liga de futebol no Brasil. Com ele como artilheiro, o SPAC ganhou os três primeiros campeonatos em 1902 de 1903 e 1904. Jogou na equipe do clube até 1910, quando encerrou a carreira. Depois disso, o pai do futebol brasileiro ainda atuou como árbitro.

Foi casado com Antonieta Rudge (São Paulo, 13 de junho de 1885 - São Paulo, 1974), uma das grandes pianistas brasileiras de prestígio internacional, deixando geração, que ficou conhecida como Família Rudge Miller.

No dia 14 de abril de 1895, na Várzea do Carmo, no Brás, em São Paulo, foi realizada a primeira partida de futebol do Brasil, disputada de forma organizada, entre os funcionários da Companhia de Gás de São Paulo (Gas Company of São Paulo) e da Companhia Ferrovíaria de São Paulo (São Paulo Railway Company), onde o São Paulo Railway, o time de Charles Miller, venceu pelo placar de 4 a 2.

Hoje, o futebol de São Paulo celebra sua força através de Corinthians, Santos, Portuguesa, São Paulo e Palmeiras, dentre muitos outros clubes de tradição futebolística do interior do Estado.

Por tudo isso... Um muito obrigado para sempre, Charles Miller (foto)!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Vicente Del Bosque absolve Dunga

É tanta paixão, tanta irracionalidade, que fica mesmo difícil avaliar o trabalho de uma equipe de futebol, depois de terminada uma competição. Com a Copa do Mundo, não é diferente! Finalizada mais uma edição do torneio mais importante, e que reúne as melhores seleções do planeta, sobram muitas críticas e poucos conseguem avaliar o rumo e a real performance, de cada uma das 32 equipes participantes do Mundial.

Os mais céticos e pragmáticos concluem apressadamente: se não foi campeã, a performance desta ou daquela equipe foi péssima... Todo o trabalho está comprometido... Nada prestava e a filosofia adotada, estava totalmente equivocada. O jeito é começar do zero, mandar embora a comissão técnica e vetar a convocação deste ou daquele jogador, das próximas competições. Decisões, aliás, pra lá de radicais. Por que será que as pessoas não podem ser razoáveis quando o assunto é futebol? Tudo tem que ser quente e extremado...

Aqui no Brasil, sempre superestimamos a Copa do Mundo, e é bom lembrar que o país "pentacampeão" do mundo, ainda não conquistou a medalha de ouro olímpica, nesta modalidade. Parece que, na prática, houve até uma inversão de princípios. Somos apaixonados pelo esporte, e de maneira excessiva... Talvez por isso, nossas análises precipitadas, sejam tão equivocadas! Coisas de quem se entrega tolamente e totalmente as emoções. E as divisões de base, nas Olimpíadas, combinadas com um ou outro reconhecido craque também não conseguem obter aquilo que pareceria ao leigo, uma simples conquista: trazer o ouro olímpico para o Brasil! Então, a tão sonhada mescla ou a utilização de novos talentos no futebol, não é certeza para a conquista de nada! Trata-se apenas de um processo (a utilização de novos valores) que deve ser visto e analisado com tranquilidade.

Recentemente, o jornalista Cosme Rímoli do R7, entrevistou o técnico campeão Vicente Del Bosque, que afirmou (opinião esta que compartilho) que a imprensa brasileira (ou terá sido só a maior emissora de TV do país?) foi injusta com o também técnico Dunga. Confira uma das perguntas feitas pelo jornalista e a resposta do treinador da Fúria, campeã do mundo:

"A seleção de Dunga foi uma decepção para você, por priorizar a marcação? Não. E acho que vocês, jornalistas brasileiros, foram injustos com Dunga. Ele conseguiu ganhar a Copa América e a Copa das Confederações. O Brasil mudou a sua maneira de atuar e sei que não agradou à imprensa e à torcida brasileira. Dunga modernizou a sua seleção. Era muito difícil jogar com o Brasil marcando forte e tendo tanto talento. A seleção brasileira teve tudo para eliminar a Holanda que decidiu o título conosco. Só que desperdiçou a chance no primeiro tempo. O futebol de hoje entre as principais seleções está muito equilibrado. O Brasil perdeu a chance e no segundo tempo acabou eliminado. Os brasileiros precisavam analisar com mais calma tudo o que passou. Mas sei que vocês são como espanhóis: muitas vezes a emoção é mais forte do que a razão. Há que se respeitar o trabalho do Dunga".

Confira a entrevista, na íntegra, no link abaixo:

Blog do Cosme Rímoli

Será que não estamos agindo que nem pelotão de fuzilamento em país de ditadores ao críticar tão pesadamente o técnico Dunga? Talvez seja por isso, que tantos manipulem a opinião pública e o comportamento da turba de torcedores ao seu bel prazer. Convido a todos à uma maior reflexão sobre todos os motivos que nos fizeram eliminados em 2010 e vencedores em 2002. O Felipão também gosta de armar equipes com bons, fortes e competentes volantes. E não precisa ser nem o Felipe Mello que se tornou quase uma bandeira para os críticos do Dunga. Que aliás, tenho certeza, não entendem nem porque o futebol precisa de volantes. Na realidade, não dão o valor correto ao Dunga, desde 1990, por ocasião da disputa da segunda Copa da Itália, em que a Seleção de Lazaroni foi eliminada precocemente, pela Argentina de Maradona.


Vicente Del Bosque (nas fotos acima em dois momentos: treinador e atleta) geralmente sabe o que diz. E foi boleiro consagrado no futebol do Real Madrid na década de setenta, jogador goleador! Quem sabe, sabe...

segunda-feira, 12 de julho de 2010

¡¡¡Campeones, campeones!!!

Nesta final de Copa do Mundo da África do Sul 2010, pudemos sentir e acompanhar a redenção da Espanha. Uma das estruturas mais profissionais do futebol mundial finalmente obteve a sua conquista maior. A união dos melhores atletas de Barcelona e Real Madrid (as duas maiores forças do futebol espanhol em todos os tempos), dentro de campo, trouxe os melhores resultados para uma equipe humilde, carente de craques badalados e muito bem dirigida, sob a batuta firme do experiente treinador Vicente Del Bosque, que também fechou treinamentos.

Em nenhum momento também, a sempre atuante crônica esportiva espanhola, que não soube se unir no passado (outras participações em copas do mundo) em torno dos valores e do apoio do seu selecionado, malhou a sua seleção. Não houve crítica descabida, fora de hora... E olhe, que o exigente Del Bosque, ousou desafiar a opinião pública nacional e afastar o grande atacante Fernando Torres da equipe, diante das más performances do atleta, que é consagrado internacionalmente, durante a competição.

Um time forte no meio de campo, combativo, com apenas dois atacantes especialistas, mas com muita aplicação tática, excelente posse de bola e um toque bastante refinado e positivo. Poucos dribles é verdade, mas como um dia explicou o craque brasileiro, Didi (campeão do mundo em 1958): “o drible só deve ser aplicado, em situações de emergência do futebol”.

Acima de tudo, uma equipe no autocontrole de suas emoções, principalmente diante das provocações, do anti-jogo, do rodízio de faltas e do jogo sempre maldoso, provocador e apelativo de uma seleção holandesa que em nada, soube honrar as tradições do histórico carrossel.

Sneijder e Robben, “craques do time adversário”, ao final da partida, preferiram reclamar da arbitragem para justificar o terceiro vice-campeonato mundial de uma seleção sempre badalada como “Laranja Mecânica”, mas nunca eternizada em títulos! Falaram de jogo bonito, cobraram futebol-arte dos brasileiros, mas na hora h, também foram baixos em suas atitudes. Se renderam ao futebol de resultados, que também os alemães tanto apreciam. Acredito que só faltou a Felipe Mello e seus companheiros, naquela partida das quartas de final, um pouco mais de sangue frio diante do jogo violento dos holandeses, como demonstrado de sobra pelos espanhóis!

Casillas, Sergio Ramos, Piqué, Puyol e Capdevila; Xabi Alonso (Fabregas), Busquets, Xavi e Iniesta; Villa (Torres) e Pedro (Jesus Navas). Dirigidos pelo eficiente Vicente Del Bosque e por direito, os atuais campeões do mundo da bola!

domingo, 11 de julho de 2010

Dá-lhe, Boca... De tantas tradições!

Sempre tive profunda admiração pelo Boca Juniors da Argentina, suas tradições e sua história de glórias. Muita garra, presença e sua mística camisa representam os verdadeiros ideais do esporte chamado futebol. Valores como, o da luta contínua, durante noventa ou cento e vinte minutos, com jogadores que se entregam sempre e absolutamente, ao objetivo da vitória. Um verdadeiro ícone, um símbolo do futebol de competição.

O Club Atlético Boca Juniors, ou simplesmente Boca Juniors, é um clube de futebol argentino da cidade de Buenos Aires, capital da Argentina. Seu nome provém do bairro de La Boca. O clube é considerado um dos cinco grandes do futebol argentino e o Boca tem uma tradicionalíssima rivalidade com o River Plate. Os jogos entre as duas equipes, além de serem muito disputados, atraem a atenção de muitos fãs do futebol na Argentina e no resto do mundo, clássico este conhecido como Boca x River ou "El Superclásico" .

Além do River, o Boca também rivaliza com Independiente, Racing, Vélez Sársfield e com o San Lorenzo. O clube foi conhecido durante anos como "O Terror dos Times Brasileiros". 23 vezes campeão nacional do futebol da Argentina, na era do profissionalismo, 6 vezes campeão nacional, na era do amadorismo. 3 vezes campeão mundial de futebol (intercontinental), seis vezes campeão da Taça Libertadores da América, duas vezes campeão da Copa Sul-Americana, 4 vezes campeão da Recopa Sul-Americana e 1 vez campeão da Supercopa Libertadores.

Seu estádio, La Bombonera (foto abaixo), é o templo onde seus torcedores demonstram a sua fé maior pela força e pelas tradições de sua equipe. Lá, em jogos importantes e decisivos, 50 mil torcedores vibram pelo time do coração! Seus torcedores, que comungam dos mesmos sentimentos, jamais vaiam aqueles que defendem suas cores...


Seus principais jogadores ao longo do tempo: além da figura de Carlos Bianchi,  podemos também mencionar, do elenco atual, Juan Román Riquelme, craque indiscutível e Martín Palermo, artilheiro polêmico. Federico Insúa, Rodrigo Palacio, Jesús Dátolo, Cata Díaz, Fernando Gago, Guillermo Barros Schelotto, Nicolás Burdisso, Carlos Tevez e Ezequiel González, são ídolos recentes que deixaram o Boca e rumaram para o futebol europeu.

Para o Brasil foi o goleiro Roberto Carlos "Pato" Abbondanzieri, atualmente disputando a Libertadores pelo Sport Club Internacional de Porto Alegre. De outras épocas, destacam-se Gabriel Batistuta, Óscar Córdoba, Roberto Cherro, Francisco Varallo, Claudio Caniggia, Rattin, Hugo Gatti, Blas Giunta, Silvio Marzolini, Alfredo Rojas, Navarro Montoya, entre outros.

Mas acima de todos, está a quase mitológica figura de Diego Maradona, ídolo maior do futebol argentino e um dos grandes nomes da história do futebol argentino e mundial.

Costumo dizer que em Buenos Aires, e através da figura do Boca Juniors, é como se as tradições de clubes com a origem de Palmeiras e Corinthians, tivessem se fundido. O clube de colônia e o clube dos operários, a maior torcida da Argentina, possuem a mesma identidade.

Após longa campanha de marketing, o Boca Juniors finalmente lançou uma camisa comemorativa a sua fundação. O modelo apresenta novidades em relação ao modelo anterior e prestava homenagens à bandeira da Suécia, que influenciou na escolha das cores do time de La Boca.


A história nos conta que depois de perder um jogo contra outra equipe que utilizava uniforme igual ao do time dos "hermanos", o Boca Juniors resolveu adotar as cores da bandeira do primeiro navio que aparecesse no porto do Rio da Plata. Como a primeira embarcação era da Suécia, o azul e o amarelo foram as cores escolhidas.

O modelo mostrado na foto ao lado, foi comemorativo ao aniversário de 105 anos do Boca e teve grafada a inscrição "Bostero desde 1905". Na gola, aparece a bandeira da Argentina. Aproveite e veja novamente como foi a vitória do Boca Juniors sobre o Palmeiras, em partida disputada neste último feriado de 9 de julho de 2010, em São Paulo.


Último jogo do estádio Palestra Itália, antes da tão necessária reforma. Clique o link abaixo e veja novamente os gols marcados por Viatri e Muñoz:

Palmeiras 0 x 2 Boca Juniors

sexta-feira, 9 de julho de 2010

“São craques, mas não são deuses...”

Não acho que o Brasil seja favorito para ganhar todas as Copas... Acredito sim, que é este tipo de pensamento exagerado, verdadeiro preconceito esportivo, que banaliza e coloca todos os adversários numa espécie de vala comum da mediocridade, que nos torna na realidade, os primeiros derrotados em todas as edições do torneio.

Acreditamos mesmo que somos a última bala do pacote, o supra-sumo dos melhores futebolistas do planeta, e isso nos faz menosprezar adversários capazes e outras equipes com dinâmica de jogo, pra lá de inteligente... Não existem mais times “bobos de bola”, do ponto de vista tático. Quem não tem técnica, sabe muito bem como se fechar atrás e não deixar espaços à toa no gramado do campo de jogo.

Precisamos de planejamento, equilíbrio, um treinador consciente e experiente, e a mescla entre jovens e maturados talentos, na lida com a bola; e de uma imprensa e torcida, menos atabalhoadas e passionais fora de campo. Menos cegas, na busca dos seus interesses. Será que não dá para gerar uma espécie de pacto, em busca do hexacampeonato? Além de políticos de plantão, menos oportunistas e dispostos a tirar uma casquinha de tudo...

Somos o país dos 200 milhões de "treinadores de arquibancada", passionais ao extremo e todos sabemos o que o técnico da seleção tem que fazer. Já xingamos Feola, Coutinho, Zagalo, Aymoré Moreira, Scolari, Parreira, Luxemburgo, Falcão, Lazaroni, Zezé Moreira, e olhe que muitos dos citados, ajudaram a nos trazer fantásticas conquistas!

Neste ano, Dunga foi chamado de burro, por não ter levado ao torneio jogadores como Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos, Adriano, Paulo Henrique Ganso e Neymar.

O primeiro, craque decadente na Europa; o segundo, lateral que simbolizou a maior falha da marcação brasileira na Copa da Alemanha; o terceiro, um verdadeiro “globetrotter”, jogador forte e habilidoso do futebol brasileiro e internacional, destruído pela falta de disciplina e os descaminhos dos morros cariocas; o quarto e o quinto, também foras-de-série, porém jovens demais para encarar as pressões do campeonato mais importante do planeta bola. Afinal de contas, não produzimos um Pelé todos os anos! Um dos jogadores citados não gosta de ser substituído, em função disso, não faz o que manda o treinador e o outro, cada vez mais, gosta de enganar os árbitros em lances desnecessários! Verdadeira “sinuca de bico” para quaisquer dos melhores e responsáveis treinadores do mundo. Hierarquia foi fundamental em 1958, 1962, 1970, 1994 e em 2002, com o atualmente “pai de todos”, Luiz Felipe Scolari, o Felipão.

Não vou aqui discutir e nem desmerecer o ex-técnico do Brasil, que também é volante campeão do mundo pela Seleção Nacional do Brasil, bem sucedido na edição do torneio em 1994. E que ousou desafiar durante a campanha da Seleção, o poder da maior rede de televisão do país, que manipula há anos e como quer a opinião pública nacional.

Prefiro lembrar, do fracasso de todos os grandes craques de todas as grandes seleções do mundo, promessas, que também disputaram a Copa da África do Sul, em 2010, e que como disse uma vez, o grande jornalista Armando Nogueira, provaram na prática, que "são craques, mas não são deuses"...

Kaká (Brasil), Cristiano Ronaldo (Portugal), Leonel Messi (Argentina), Fernando Torres (Espanha), Wayne Ronney (Inglaterra), Samuel Eto´s (Camarões), Didier Drogba (Costa do Marfim), Steven Pienaar (África do Sul), Franck Ribéry (França), Yoann Gourcuff (França), Thierry Henry (França), Park Ji-Sung (Coréia do Sul), Landon Donovan (Estados Unidos), Thomas Müller (Alemanha), Lukas Podolski (Alemanha) e Andrea Pirlo (Itália). Só para citar os principais... Todos eles pisaram feio na bola (ilustração). Será que o forte treinamento físico e as duras temporadas européias seriam co-responsáveis por este excesso de más atuações? Realmente, não sei afirmar se isso é verdade...

Na Copa do Mundo da África do Sul em 2010, todos os grandes jogadores decepcionaram, fracassaram, não jogaram nada! Deixaram suas torcidas esperando, querendo um mais, que simplesmente não veio. Tomara que na Copa do Mundo do Brasil em 2014, os craques do planeta inteiro, voltem a ocupar o seu lugar de direito!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

A redenção do futebol da Espanha

Nestes dias em que perdemos tanto tempo fazendo a malhação do Dunga, falando mal do Felipe Mello e ainda comentando o caso do goleiro Bruno, suspeito de ter mandado matar a sua ex-amante, prefiro lembrar da importância do futebol da Espanha, antes da final da Copa do Mundo da África do Sul neste ano de 2010. Lá onde clubes como Barcelona e Real Madrid dividem a hegemonia do futebol nacional em um campeonato (LFP) que já teve 76 edições. Real Madrid, trinta e uma vezes campeão espanhol contra vinte vezes do Barcelona.

A Liga é conhecida popularmente como Liga das Estrelas devido ao fato de reunir historicamente a elite do futebol mundial. As estrelas atuais da liga são Diego Forlán, Kaká, Carles Puyol, Raúl, Simão Sabrosa, Lionel Messi, David Villa, Thierry Henry, Sergio Ramos, Cristiano Ronaldo, Xabi Alonso, entre muitos outros.

No passado, participaram também alguns dos melhores jogadores do mundo em suas respectivas épocas, como Di Stéfano, Evaristo de Macedo, Kubala, Ferenc Puskás, Johan Cruyff, Maradona, Mario Kempes, Hugo Sánchez, Stoichkov, Romário, Rivaldo, Luis Figo, Ronaldo Fenômeno, David Beckham, Zinédine Zidane, Roberto Carlos, Robinho, Ronaldinho Gaúcho, Seedorf, etc.

La Liga não é a única competição futebolística profissional da Espanha. Também se disputa a Copa do Rei da Espanha, através do sistema de competição por eliminatórias, em que participam todas as equipes de primeira e segunda divisão, os 6 melhores de cada grupo da segunda B, e os campeões de grupos da terceira.

E a estrutura do Futebol mais profissionalizado do planeta, está pela primeira vez tomando parte de uma final de Copa do Mundo, graças a performance da Fúria, a Seleção Nacional da Espanha (foto), comandada pelo técnico Vicente Del Bosque.

O treinador valorizou o rendimento de seus atletas na caminhada até a final. E destacou especialmente a vitória sobre a Alemanha. "Foi uma semifinal de duas grandes seleções. Tivemos o controle do jogo. Com esse controle, nossos jogadores foram adiante de forma magnífica. É um mérito pelo rival que tivemos" explica.

Uma vitória inusitada para uma escola com presença tímida na história do maior torneio mundial do futebol de seleções, já que no seu histórico em Copas do Mundo, a Espanha e sua "Fúria", sempre tiveram atuações exageradamente acanhadas, se compararmos a força e o sistema do futebol espanhol enquanto negócio.

Os melhores resultados são um sétimo lugar na Copa de 1986, o quinto lugar repetido nas Copas de 1934 e 2002, e um quarto lugar na Copa do Mundo do Brasil em 1950.

Naquela edição do torneio, no estádio do Maracanã, na tarde de 13 de julho, a seleção espanhola tomou uma chacoalhada histórica da Seleção Brasileira e perdeu pelo célebre placar de 6 a 1. Na ocasião, 200 mil pessoas vibraram com os gols do Brasil ao som da clássica marchinha "Touradas de Madri".

Duas horas antes do início da partida, marcada para as 3 horas da tarde, no Maracanã parecia não caber mais ninguém. Quando se anunciou que não havia mais ingressos a venda nas bilheterias, a massa humana, a turba de torcedores apaixonados começou a se jogar sobre os frágeis muros de tijolos da construção inacabada, e por seus destroços passou correndo rumo ao espaço da Geral, último território onde o menor espaço seria disputado palmo a palmo. O aperto, os empurrões, os gritos dos que, perdendo o pé de apoio, caíam no fosso entre a Geral e as Cadeiras Numeradas.

Toda essa excitação e essa inquietação germinaram no coro que em pouco explodiria como uma só voz. Não eram apenas os gols, dois de Ademir, dois de Chico, um de Jair e outro de Zizinho, diante dos espanhóis tão exaltados pelos analistas esportivos... A Seleção Brasileira produzia a mais fina exibição de futebol que o Maracanã já testemunhou em qualquer tempo. Barbosa; Augusto e Juvenal; Bauer; Danilo e Bigode; Maneca; Zizinho; Ademir; Jair e Chico, não era apenas um time de futebol, e sim uma orquestra com o luxo de reunir quatro primeiros violinos: Bauer, Danilo, Zizinho e Jair. Quem viu eles jogarem aquela Copa, afirma que não se esquecerá jamais!

O coro surgiu e cresceu e dominou todas as bocas não se sabe como. De repente, o mar de lenços brancos levantou-se mavioso, denso, forte, o coral gigantesco: "Eu fui às touradas em Madri... Parara tibum, bumbum... E quase não volto mais aqui-i-i... Pra ver Peri-i-i... Beijar Ceci... Parara tibum, bum bum..."

Foi o primeiro jogo em que uma torcida gritou olé, sobre os adversários! O primeiro passo de um hábito dos mais frequentes atualmente, para os torcedores que tem o costume de acompanhar sempre os jogos dos seus times.

Ironicamente, sessenta anos depois, no ano da eliminação do futebol do Brasil diante da Seleção da Holanda, surge novamente a Espanha em busca de seu primeiro título em Copas do Mundo! A Fúria de Del Bosque busca a redenção de craques de várias gerações como Miguel Muñoz, Santiago Bernabeu, Telmo Zarra, José Ángel Iríbar, Luis Suárez, Ricardo Zamora, Andoni Zubizarreta, Emilio Butragueño, Fernando Hierro, Morientes, Gento, Juanito, Guadiola, Julio Salinas, Luis Henrique, Michel, Michel Salgado, Miguel Arconada, Santiago Cañizares, Alfredo di Stéfano, Ferenc Puskás...

Tomara que consigam! E às vésperas de uma nova Copa do Mundo, no Brasil!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A Celeste Olímpica

Não vou falar da força do contra-ataque da Seleção Alemã, nas oitavas e quartas de final da Copa do Mundo da África do Sul. Também não vou comentar o fiasco da Seleção Argentina, comandada por Diego Armando Maradona. E nem irei contribuir na malhação do Dunga ou eleger Felipe Mello, como o bode-expiatório do ano. Prefiro celebrar o renascimento da Celeste Olímpica, a Seleção Nacional Uruguaia, com todas as suas limitações.

Não faço coro com aqueles que após a precoce eliminação do Brasil, passam a torcer por seleções européias e contra nossos irmãos sulamericanos. Acho mais adequado, do que promover "caça as bruxas", ou encontrar culpados para derrotas, celebrar neste momento, a gloriosa tradição do futebol do Uruguai, há muito tempo fora do patamar merecido. Há mais de 40 anos longe de uma semifinal de Mundial. A recuperação da imagem do futebol uruguaio nesta Copa do Mundo 2010 é assombrosa e vai contra todas as previsões e prognósticos.

A Seleção Uruguaia possui uma das mais gloriosas histórias do futebol em todos os tempos, tendo conquistado um total de 19 títulos internacionais oficiais. Foi a primeira seleção, junto à Argentina, a jogar uma partida internacional, contra a Inglaterra, em 16 de maio de 1901 num estádio de Montevidéu.

Mais tarde, seria conhecida como "A Celeste", desde seu primeiro triunfo em Montevidéu, em 15 de agosto de 1910, quando venceu a Argentina por 3 a 1, na primeira partida em que utilizou sua camiseta azul celeste (final da Copa Lipton), adotada como emblema nacional em reconhecimento ao triunfo que pouco antes havia conseguido o River uruguaio ante o poderoso Alumni portenho por 2 a 1 com essas mesmas cores.

Posteriormente, a Seleção Uruguaia voltaria a aparecer em nível internacional ao derrotar os argentinos na final da primeira Copa América, em 1916.

Mas, o Uruguai começou a brilhar internacionalmente, ao alcançar as medalhas douradas nos Jogos Olímpicos de 1924 e 1928, coisa que o futebol pentacampeão, ironicamente, ainda não conseguiu. A Seleção Uruguaia deslumbrou na Europa com suas apresentações olímpicas e conquistou a admiração e o respeito do universo esportivo, colocando o futebol sulamericano no mais alto plano de consideração numa época em que o dito continente era ainda ignorado no mapa internacional do futebol. Muito antes de qualquer evidência de sucesso, do futebol do Brasil.

O Uruguai que era na época bicampeão olímpico, foi escolhido para realizar a primeira Copa do Mundo de Futebol em 1930. Neste torneio, derrotou novamente a Argentina, na final, por 4 a 2, sendo o primeiro campeão mundial deste esporte (foto). Desse transcendental triunfo, o escritor Juán Sasturain disse: "os uruguaios levaram sempre consigo a glória e a desgraça de ter sido; os argentinos, por anos, a soberba maldição de crer-se, os que nunca puderam demonstrar o que foram".

Durante 76 anos, o Uruguai foi o único país sulamericano a ocupar o máximo posto olímpico, honra atualmente compartida com a Argentina, que desde Atenas 2004, é medalha de ouro, repetindo o êxito nos últimos Jogos Pequim 2008.

A imagem da Seleção Uruguaia posando para histórica foto, antes da partida decisiva contra o Brasil na Copa do Mundo de 1950 é quase uma lenda. De pé: Varela, o técnico López, Tejera, Gambetta, Matías González, Máspoli, Rodríguez Andrade; agachados: Ghiggia, Julio Pérez, Míguez, Schiaffino e Morán.

O Uruguai repetiu a façanha de 1930 e derrotou o Brasil na final da Copa do Mundo de Futebol de 1950 pelo placar de 2 x 1, de virada. Este evento mítico é conhecido mundialmente como "Maracanaço", um feito esportivo histórico, quase único e um dos momentos mais dramáticos e inesquecíveis da história do futebol.

A Seleção Nacional do Uruguai ganhou a Copa América 14 vezes, a primeira na edição inaugural do torneio em 1916 e a última em 1995.

Nos Jogos Pan-americanos têm uma única conquista: a medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos de 1983.

No Campeonato Pan-americano de Futebol de 1952, foi o 3º colocado.

Em 1981, venceram o Mundialito de futebol, competição organizada pela FIFA comemorativa dos 50 anos da primeira Copa do Mundo realizada no próprio Uruguai. Na oportunidade, venceram o favorito Brasil, de Telê Santana! Nunca me esquecerei da geração de jogadores como Hugo de Leon, Diogo, Gutierrez, Perdomo, Ostolaza, Morales, Victorino e Rúben Paz...

Também venceram por sete vezes o Campeonato Sul-Americano de Futebol Sub-20.

Neste Mundial de 2010, o técnico Oscar Tabárez optou pelo 4-3-1-2, com um meia, Lodeiro, jogando mais avançado, na função chamada pelos uruguaios de "enganche". Ele municia os atacantes Suárez e Forlán. Forte na frente, a Celeste também conta com uma boa defesa, comandada por Diego Lugano. Destaque também para Cáceres, que sobre bem pelo lado esquerdo. O meio de campo, sem talentos, tenta compensar a ausência da criatividade com muita garra. No banco, estão Loco Abreu, do Botafogo do Rio e o atacante Cavani, que atua no futebol italiano.

Serão agora, os próximos adversários dos holandeses que eliminaram os brasileiros! Quem viver, verá!