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terça-feira, 29 de junho de 2010

A tradição da Laranja Mecânica

1974 e o conceito do futebol total, do carrossel, da ocupação preciosa dos espaços do campo, graças ao rápido deslocamento de jogadores que não guardavam posições, com a exceção do goleiro Jongbloed... Haan, Krol, Jansen, Neeskens, Resenbrink, Johnny Rep, e é claro, Johann Cruyff! O restante da  história virou outra grande lenda do futebol de Copas do Mundo... Atletas rápidos, habilidosos, inteligentes e acima de tudo, ousados... Marcavam forte, não deixavam jogar e quando roubavam a bola, partiam em velocidade para o gol adversário. O Brasil de Leão, Marinho e Luis Pereira descobriu isso da pior forma...

Um trunfo idealizado pelo brilhante treinador: Rinus Michels.  Os holandeses eram revolucionários, surpreendentes, determinados... Como a Hungria de Puskas em 1954 e o Brasil de Telê em 1982. Jogavam futebol ofensivo, com alegria, e também ficaram a ver navios... Infelizmente, não conquistaram nada. Mas, encantaram torcedores de várias gerações.

Em 1978 (foto), o time não era mais tão "total", ainda tinha alguns remanescentes da equipe que disputara a Copa da Alemanha em 1974, mas não maravilhava mais o mundo. Willy e René Van der Kerkhof, gêmeos reservas na edição do torneio anterior, ganhavam destaque na equipe que foi até a final para ver a Argentina ser campeã.

Na Copa da Itália em 1990, havia uma grande expectativa de que a "Laranja Mecânica", dos chamados Países Baixos, voltasse a aparecer, encenada com novos protagonistas,  como Marco Van Basten, Frank Rikjaard e Rudd Gullit, a espinha dorsal do time do Milan da época.

Infelizmente, a equipe não passou de três empates medíocres e uma derrota na repescagem, acabando com todas as esperanças de um novo show de futebol da Holanda. Na Copa seguinte, em 1994, nos Estados Unidos, realizaram um jogo fantástico contra o Brasil de Romário e companhia... Um golaço de Branco, de falta, definiu a partida...

Também em 1998, na Copa da França, um dos jogos mais emocionantes que assisti em uma Copa do Mundo! Clique no link abaixo e reviva as emoções daquela histórica semifinal, com Ronaldinho Fenômeno, o capitão Dunga em campo e sempre ele... Um monstro! Claudio Taffarel. Do outro lado, Douglas Bergkamp e seus companheiros.



A Holanda sempre teve grandes jogadores de futebol. E a geração atual que enfrentará o Brasil, nesta sexta-feira, 2 de julho de 2010, não é diferente... Stekelenburg (goleiro), Heitinga, Ooijer, De Jong, Van Bommel, Snejder, Kuyt, Robben e Van Persie... E não resta nenhuma dúvida de que veremos outro grande confronto... E como bem disse Miguel de Cervantes, na obra Dom Quixote, que as "sombras do passado" sejam apenas como os "Moinhos de Vento"!

Observação: As cores do uniforme holandês: apesar de sua bandeira possuir tem 3 cores: azul, branco e vermelho, a Holanda destaca o laranja em sua camisa, porque o laranja era a cor da Dinastia de Orange, a família real holandesa, desde os tempos de Maurício de Nassau.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O apito eletrônico e a moral do futebol

Acredito ainda que eu vá viver até que a International Board (organismo que regulamenta as regras do futebol) e a FIFA revejam seus conceitos. Os erros de arbitragem têm sido cada vez mais injustos. Eles passam até a perigosa ideia de que esta ou aquela equipe possam ter a predileção e o favoritismo por parte dos "donos do jogo". Eles prejudicam a boa moral do esporte e começam a prejudicar sua imagem, internacionalmente. A não ser que a imagem desejada, que deve ser passada, seja esta mesma...

A de que, o ideal é que este ou aquele time, sejam mesmo sempre "prejudicados", que a polêmica tem que fazer parte do jogo e de que o futebol é uma prática esportiva de malandros ou "espertos". De que os jogadores tem que ingressar no gramado e tentar ludibriar (enganar) os árbitros a todo o momento. E olhe que eles são mesmo ludibriáveis... Lembram da "mano de Dios"? Tudo muito lamentável. Contraria os mais genuínos valores dos esportes, de um modo geral.

Os ditos especialistas do esporte insistem de que não há "erro de direito", quando os árbitros erram,  porque não há a intencionalidade ou melhor, a intenção de errar. Será que não há mesmo? Dois lances de partidas importantes, disputadas pela etapa das oitavas de final da Copa do Mundo da África do Sul 2010, neste último domingo, 27 de junho, deixam sérias dúvidas com relação aos "erros". É impossível que não tenham abalado psicologicamente as equipes prejudicadas pelas más interpretações.

O gol de Frank Lampard, não validado, que prejudicou seriamente os ingleses contra os alemães. Torço para que a Inglaterra desempenhe toda a sua força política nos bastidores do jogo.  Clique no link abaixo, veja o lance e tire suas conclusões:


O primeiro gol marcado por Carlito Tevez (validado) em total impedimento, que predudicou seriamente os mexicanos contra os argentinos. Acredito mesmo que tenha sido um lance mais fácil de ser notado e que o bandeirinha só não marcou o tal do impedimento porque não quis. É quase impossível que não tenha visto bem a jogada. Clique no link abaixo, veja o lance e tire suas próprias conclusões:

Os melhores momentos de Argentina 3 x 1 México

Espero que um dia, deixemos todos (imprensa especializada e torcedores) de banalizar e diminuir o efeito que estes erros possam a vir a ter nas partidas em que acontecem. Toda a dinâmica de jogo do que acontece depois que eles ocorrem é gravemente perturbada.

O que adianta se ter um aparato tecnológico fantástico, à disposição (mais de 30 câmeras com replay), se a cultura do jogo não vier a ser mudada? O apito eletrônico precisa ser adotado, a favor, e em defesa do bem do esporte chamado futebol. Para isso, os árbitros teriam que ser mais humildes e menos arrogantes sobre os seus erros. E os torcedores, mais civilizados... A não ser que o seu lado negócio, tenha se agigantado tanto, que não permita mesmo, e nunca, nenhuma modificação...

Apito eletrônico já! Por um futebol mais limpo e transparente!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Puro talento... Pura magia...

Futebol-arte. Um conceito que não pode e não deve nunca ser esquecido. Deveria ser incorporado ao conceito do futebol de competição. Sempre com humildade e com a cabeça no lugar. Faço parte da geração que torceu, vibrou, se emocionou com a Seleção Brasileira de Futebol de Telê Santana, para sempre nosso querido MESTRE, um selecionado pra lá de "permanente", na prática e na memória. No mundo do futebol não existe saudosismo e sim, eterna reverência aos melhores com a bola nos pés...

Um time, uma seleção, uma equipe que desfilava magia, talento, habilidade e vontade de jogar bola sempre pra frente, no ataque, e em cima dos adversários. Talvez, os responsáveis pela maior demonstração de futebol-arte da história das Copas. Ironicamente, não ganharam nada nos gramados da Espanha, e acabaram por chorar no Sarriá, mas conquistaram a todos que os viram atuar, são lembrados e cultuados até hoje! Fenômenos do futebol de todos os tempos!

Em 1982, os craques que pareciam remanescentes da geração de Deuses do Futebol dos anos 70, encantaram o planeta. "Pareciam", pois como bem lembrou Armando Nogueira, em texto após a eliminação do Brasil de Telê, naquela época, "são craques, mas não são deuses".

Zico, Falcão, Sócrates, Júnior, Éder, Leandro, Serginho, Cerezo, Luizinho, Oscar, Valdir Peres... O Brasil de 1982...  A maioria deles, "gênios" com a bola nos pés. Jogadores rápidos, habilidosos e inteligentes, capazes de antever jogadas e de concluí-las sempre com pura magia, com puro talento... Não vamos aqui discutir, se no final faltou disciplina tática, ou não... O espetáculo foi apresentado com qualidade e com alegria, valores inerentes da cultura do jogo em nosso país.

Os atletas anteriormente citados, fizeram 15 gols em cinco adversários... União Soviética, Itália, Escócia, Nova Zelândia e Argentina.



Clique no link acima e viaje de novo aos tempos em que a magia e o encanto do futebol-arte, maravilhavam o planeta! Conheça um time que se tornou referência... De futebol bem jogado, bem pensado... Futebol de espetáculo, futebol de encanto... Futebol de magia! Não hei de te esquecer, jamais... Muito obrigado, Telê!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Duelo de Titãs: Inglaterra e Alemanha

Pouco a pouco vão se definindo os confrontos da fase das oitavas-de-final da Copa do Mundo da África do Sul 2010. Dentre eles, quero destacar a partida entre Inglaterra e Alemanha, a ser disputada em Bloemfontein no próximo domingo (27/06), às 11 horas da manhã (horário de Brasília). Será mais uma vez, tenho a certeza, um duelo de titãs na história das copas do mundo.

Inglaterra e Alemanha ou Alemanha e Inglaterra são dois países amantes do futebol associado. Tradicionalmente, sempre tiveram estilos de jogo prá lá de distintos. Os ingleses, inventores do jogo, sempre abusaram de jogadas aéreas com bolas alçadas a área para o cabeceio de altos atacantes ou zagueiros. Já os alemães, sempre tiveram um futebol-força ao seu favor, com jogadas onde atacantes e meio-campistas se deslocam como se fossem executar movimentos geometricamente ensaiados.

A Inglaterra fez a festa da final de Wembley em 1966, num torneio realizado em sua própria casa, no único confronto entre eles numa decisão de título de Copa do Mundo. A Alemanha conquistou os títulos de 1954 (Suiça), 1974 (Alemanha) e 1990  (Itália) e chega novamente mais forte, em função de uma campanha mais positiva na primeira fase da Copa do Mundo da África 2010.

Clique no link abaixo, assista ao jogo da final de 1966 e reviva as emoções que envolveram ingleses e alemães, numa partida já quase lendária:

Inglaterra x Alemanha - Final da Copa de 1966

Um jogo com uma geração de atletas inesquecíveis como Gordon Banks, Nobby Stiles, Bobby Moore, Jack e Bobby Charlton, Geoff Hurst... Do outro, Schnellinger, Beckenbauer, Weber, Seeler, Overath, Emmerich. Simplesmente, inesquecível!

Desta vez, de um lado teremos o momento de Lampard, Ferdinand, Ronney, Gerard, Lennon, Crouch, Terry, Cole, Defoe e do outro, Cacau, Lahm, Mertesacker, Khedira, Ozil, Podolski, Trochowski, Jansen e Schweinsteiger.

No duelo de titãs, em quem você apostaria? Eu asseguro que será um grande confronto. Só não sei se vai mesmo sair faísca!

terça-feira, 22 de junho de 2010

O futebol e a política

Em tempos de Copas do Mundo e do fascínio que o esporte ou negócio chamado futebol exerce sobre as massas de seguidores em quase todos os países do planeta, sempre aparece alguém da classe política internacional, interessado em tirar proveito dos sucessos obtidos pelas seleções nacionais.

Infelizmente, foi assim desde o começo, já que em 1934, Benito Mussolini condicionava a maior parte da propaganda de seu fascismo populista ao sucesso da Squadra Azzurra na Copa do Mundo. Atento, o líder italiano tratou de assumir todos os encargos para sediar o torneio, construindo estádios e dando subsídios aos jogadores da seleção nacional. Tudo porque o Estado Fascista percebeu a oportunidade de fortalecer ainda mais o seu regime através da popularização do futebol. Imediatamente após a confirmação da realização do 2ºMundial de Futebol da História na Itália, Mussolini tratou de vincular uma eventual conquista ao sucesso dos dez anos de regime fascista. Para a propaganda do Mundial, uma das imagens de cartazes, era a de um jogador com a bola no pé e a típica saudação fascista. 

O técnico Vittorio Pozzo foi permanentemente coagido para que a conquista fosse alcançada a qualquer preço. O mais vitorioso treinador europeu nos anos 30, comandou a Seleção Italiana entre 1929 e 1948. Com Pozzo, a Squadra Azzurra passou a integrar e naturalizar mais freqüentemente os chamados oriundi, filhos de emigrantes italianos espalhados pelo mundo, como os argentinos Luis Monti, Raimundo Orsi e Enrique Guaita, o uruguaio Miguel Andreolo e o brasileiro Anfilogino Guarisi. Neste período, sua equipe sagrou-se bicampeã mundial de futebol nos gramados da Itália e da França. Adolf Hitler também fez de tudo para que sua Alemanha Nazista triunfasse neste período em defesa dos valores da chamada raça ariana, mas mesmo incorporando os craques austríacos (época do wunderteam) na equipe germânica, não obteve sucesso.

Em 1970, enquanto a Seleção Canarinho com Carlos Alberto, Clodoaldo, Gérson, Jairzinho, Rivellino, Pelé e Tostão, maravilhava o mundo e conquistava a Copa do México, dando ao futebol apresentado, requintes de "obra de arte", a ditadura militar instaurada no país e o governo de Emílio Garrastazu Médici exerciam toda a força de seu regime de exceção. Personalidades sumiam das ruas, jornalistas importantes e aguerridos eram torturados, e morriam em porões. Na foto acima,  o capitão da seleção, e o então Presidente da República. Um clima de euforia contagiosa tomou conta das ruas nas principais capitais brasileiras.

Em 1978, foi a vez da Ditadura Argentina se utilizar do futebol como propaganda. Qualquer resultado que não fosse a inédita conquista do Mundial, então disputado no país pela primeira vez, seria razão para uma insuportável decepção na Argentina. Em função disso, o título obtido pelo time de Luque, Ardiles, Kempes, Tarantini, Olguin e muitos outros, foi um instrumento cruel para a auto-afirmação de uma violenta ditadura, que contabilizou milhares de vítimas entre desaparecidos, mortos e torturados. Lembro que após a final, um importante jornalista brasileiro lembrou que a conquista havia sido obtida, "no tapa e no apito". Os argentinos haviam "batido" nos adversários em quase todos os jogos e também tinham sido favorecidos pelas arbitragens.

Quando o assunto é futebol e Copa do Mundo, todo o cuidado é pouco! Nacionalismo, pátria de chuteiras, política, muitas formas de patrulhamento contra este ou aquele, e muitos, mas muitos outros interesses envolvidos.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A força das arbitragens



No Brasil, árbitro de futebol já entra em campo vaiado. Sua atuação é colocada em dúvida, muito antes de se confirmar se o "juiz" influiu no resultado da partida ou não. Para muitos, trata-se de uma forte característica cultural nossa, bem marcante e bem autêntica, do tipo: "hai gobierno, soy contra". Se existe alguma forma de autoridade, sou contra ela... Trata-se de uma forma de desconfiança justificada.
Mais uma forma de livre manifestação de quem já sofreu e ainda sofre conjunturalmente por causa de uma espécie de autoritarismo recorrente e histórico. Bem, não vamos e não pretendemos discutir aqui se o brasileiro é ou não é autoritário (exacerbação da autoridade) e nem se admira ou não atitudes autoritárias.

Quero apenas lembrar da real força das arbitragens e como elas podem influir diretamente nos resultados das partidas de futebol, apesar de todos os cinismos que entram em cena, todas as vezes que abordamos esta sempre polêmica questão. O quarteto de arbitragem, ao meu ver, precisaria ter suas ações mais padronizadas, agir de forma mais moderna e tomar uma postura mais humilde, já que o "juiz de campo", principalmente, ainda se comporta como se fosse uma representação de Deus na Terra, um verdadeiro discípulo do Absolutismo de Direito Divino.

Nesta Copa do Mundo e em outras edições do torneio, já vimos muitos gols mal anulados e outros gols mal validados em função de jogadas irregulares tornadas legítimas. Jogadores fazem gols em condição regular e o árbitro e os seus bandeiras "inventam impedimentos" providenciais. Outros jogadores, ajeitam a bola com o braço, com a mão e tem até "juiz" que os cumprimenta pela esperteza em disfarçarem o lance. Isto sem falar na falta de clareza da aplicação dos cartões amarelos e vermelhos.

A hipocrisia do jogo discamba solta. Tantas câmeras na cobertura televisiva do jogo, fantásticos telões no estádio e o "apito eletrônico" ainda não vale para nada. Mas, quando um time, um determinado selecionado nacional ou uma certa equipe de clube mesmo, goza de prestígio político ou financeiro, até os famosos tribunais de "justiça" desportiva entram em cena, solicitam imagens às emissoras de TV, só para perdoarem ou piorarem as situações deste ou daquele atleta, envolvido em lances polêmicos ou em litígios disciplinares.

Nesta hora fatídica, se verifica também a falta de força das arbitragens de campo. Neste momento, a fragilidade dos árbitros é exposta de forma flagrante. Suas atuações são discutidas e se tiverem mesmo errado, eles são afastados só temporariamente e quase nunca definitivamente. Alguns "erram" pesado, "erram" forte, prejudicam equipes e seleções, decidem torneios, e nada acontece. Será que isso, um dia, ainda vai mudar? Por que o futebol não pode ser mais justo e mais moderno? A quem interessa a facilidade de manipulação dos resultados de uma partida de futebol? Parece que o árbitro só tem força, quando interessa a algum dos "players" envolvidos, que ele a tenha. A inversão de valores é sempre muito perigosa em todas as atividades da condição humana. No caso da arbitragem é necessário que sejam criadas formas para que tenhamos uma maior uniformidade de critérios. É urgente!

Adoro o esporte chamado futebol, mas lamento muito pela sempre discutível qualidade de suas arbitragens e por tudo que pode fazer dele um negócio.  Sonho muito com uma época futura, em que esta realidade seja revista e modernizada urgentemente, sem nenhum prejuízo da imagem do Jogo. Um futebol mais justo e mais honesto. Será que é pedir demais? Em tempo... É chamado de árbitro, aquele que tem de aplicar em campo, um determinado conjunto de regras e que acaba também tendo de interpretar a intencionalidade ou não dos atletas nos mais variados tipos de lances.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

O importante é ganhar


Em plena era do profissionalismo no esporte, fica difícil imaginar e é até um contrasenso, que alguém dispute qualquer modalidade esportiva no mundo moderno, sem se motivar unicamente na busca pela vitória. Todas as 32 seleções nacionais que disputam a Copa do Mundo 2010 lá na África do Sul, independentemente de conhecerem as suas limitações, lutam sempre pelo melhor resultado possível, já que representam a glória de seus povos. 

Fica muito distante então, o sonho atribuído ao grande idealizador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, o Barão Pierre de Coubertin, que teria um dia, pronunciado a famosa frase: "o importante é competir". Para muitos, apenas um tipo de argumento utilizado atualmente, pelos perdedores, já que quem compete, não pensa mesmo em outra coisa, que não a vitória a qualquer preço. "O importante é ganhar", seria mais adequado.

Nestas duas primeiras rodadas da Copa do Mundo, o que pudemos sentir, no entanto, é que o receio em não tomar gols talvez tenha freado o ímpeto pela busca dos mesmos. A exceção fica com as competentes apresentações da Alemanha (primeira rodada), Argentina (segunda rodada), Uruguai (segunda rodada) e até do México (foto - segunda rodada). Em função destes lampejos (ainda) de futebol mais ofensivo e mais agradável de se assistir, acredito que seja muito cedo e precoce comentar sobre o nível técnico de uma competição internacional com esta importância. Tenho a certeza, de que mesmo o Brasil conseguirá apresentar um futebol com qualidade superior ao mostrado na partida contra a Coréia do Norte. As estreias da Seleção Verde e Amarela em Copas do Mundo nunca foram fáceis, apesar do clima de "já ganhou" que toma conta das ruas nas principais cidades brasileiras nestas ocasiões.

Mas não dá para comparar a qualidade de jogo demonstrada nos campeonatos de clubes com a qualidade apresentada pelos selecionados. Tradicionalmente, nos clubes, os jogadores atuam muito mais tempo juntos e adquirem um melhor entrosamento. Por isso, que nas seleções, a qualidade dos craques ou não craques se torna muito mais evidente. Mesmo assim, é possível que se desenvolva um ótimo nível técnico no decorrer dos jogos.

Desde que as obrigações táticas, não estrangulem o potencial dos jogadores criando verdadeiras "camisas de força". Afinal de contas, o importante é ganhar os jogos, já que na primeira fase, o torneio com nove pontos colocados em disputa (3 jogos com 3 pontos oferecidos em caso de vitória) é o que chamamos de tiro curto, sem chance de recuperação. Não dá para bobear! A partir das oitavas-de-final, a busca pela vitória torna-se mesmo uma questão de vida ou de morte na competição!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Artilheiros e Goleadores

O que seria da História das Copas do Mundo sem a figura dos seus artilheiros e goleadores? Jogadores rápidos e habilidosos capazes de paralizar as defesas das equipes adversárias com seus deslocamentos quase sempre fatais. Exímios chutadores e cabeceadores que se traduzem na própria razão dos gols marcados em históricas e decisivas partidas. Ronaldo, Gerhard Müller, Just Fontaine, Pelé, Sandor Kocsis e Klinsmann... Juntos marcaram 76 gols em Copas do Mundo e maravilharam gerações de apaixonados pelo futebol.

Just Fontaine (foto), o artilheiro da França em 1958, marcou 13 gols numa única edição do torneio. Participou de todas as partidas e em todos os jogos, deixou a sua marca nas redes dos times que enfrentaram os azuis.

Ronaldo Fenômeno, artilheiro do Brasil pentacampeão do mundo em 2002, marcou 8 gols nos gramados da Coréia e do Japão e sempre atemorizava as defesas rivais com seu posicionamento inteligente e a capacidade de antever a movimentação da bola e a possibilidade de cada lance de área como poucos. Acelerava o jogo com arrancadas fabulosas em direção das metas dos adversários e só podia ser parado com obstruções ou faltas apelativas. Marcou 15 gols em todas as suas participações em Copas do Mundo, de 1998 até 2006.

Cada artilheiro retrata uma época, um estilo de jogo, uma identidade tática, uma pegada pessoal. O baixinho Gerd Müller por exemplo, também era um tormento... Trombador, veloz, predestinado. Aparecia na área como se fosse um raio e finalizava com eficiência do jeito que dava. De canela, de cabeça, de pé esquerdo, de pé direito. Brilhou na Alemanha das Copas de 1970 e 1974. Marcou 14 gols neste período.

Falar de Pelé é sempre difícil... O Atleta do Século, o Melhor de Todos, definido por um amigo, diretor de uma grande emissora de TV mexicana que o viu atuar em seu país na Copa de 70 como "um extraterrestre". Pelé marcou 12 gols em copas, de 1958 até 1970. Logo em sua estreia, chapelou um zagueiro do País de Gales que jamais se esquecerá dele e marcou um "gol de placa", definição que se confunde com o seu próprio talento e arte de craque insuperável. O menino Edson chorou em 58, com a primeira grande conquista internacional do Brasil e o homem Pelé vibrou como menino no primeiro gol de cabeça contra a Itália no Estádio Asteca em 70. Para sempre... Um fora-de-série do futebol!

Sandor Kocsis é uma lenda húngara do tempo dos magiares da bola. Quando chegaram para disputar a Copa da Suiça em 1954 viviam a realidade de uma invencibilidade de 4 anos com o impressionante retrospecto de 23 vitórias, 4 empates, 114 gols a favor e 26 gols contra. Kocsis e seus companheiros se aqueciam para as partidas no próprio gramado com alongamentos e outros exercícios físicos, antes dos jogos, enquanto os adversários ainda estavam nos vestiários. Começavam os jogos "quentes" e determinados. Sandor era forte, rápido e dotado de um poderoso chute. Marcou 11 gols na Copa do Mundo de 1954 pela Hungria.

Jüergen Klinsmann jogava como atacante e meia-atacante. Marcou 11 gols pela Alemanha de 1990 até 1998. Graças aos cabelos loiros e a sua habilidade de fazer gols recebeu o apelido de Bombardeiro Dourado. Também é carinhosamente conhecido como "O Filho do Padeiro", já que a família é dona de uma padaria em Stuttgart. Foi determinante na campanha da sua seleção na segunda Copa da Itália em 1990. Jogava bem pelas duas pontas e sua entrada rápida na área pela diagonal fazia com os zagueiros dos times inimigos sempre quebrassem a cara.

Todos goleadores, todos artilheiros, todos razões de ser do bom futebol! Todos dignos de lembrança neste espaço.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A pátria de chuteiras

Toda forma de brasilidade é sempre bem-vinda. Mas porque será que só vemos os brasileiros vestirem o verde e amarelo na época das Copas do Mundo, de quatro em quatro anos? Por que só o futebol é capaz de aglutinar e sensibilizar tanta gente, em nome desta brasilidade conhecida como a pátria de chuteiras? Por que o objetivo maior é o torcer por um time de futebol com jogadores profissionais envolvidos em uma evidente estrutura comercial?

De quatro em quatro anos, a ideia da seleção brasileira de futebol campeã no maior torneio de futebol internacional é "vendida" e "comprada" por todos nós que abraçamos o sonho lúdico da conquista como eternas crianças insatisfeitas. Embora filho de uma brilhante socióloga, vou me furtar de tentar responder a estes questionamentos diretamente. Como disse ao lado, na descrição de meu perfil, amo o futebol enquanto esporte deste criança.

Também tenho fascinação especial pela movimentação dos atletas nesta modalidade esportiva única que põem em enfrentamento durante noventa minutos, (salvo na ocasião das prorrogações especiais) 11 homens contra 11, em uma luta constante pelo domínio da bola e a árdua busca da arquitetura do gol.
Mas porque não nos preocupamos tanto e igualmente com a alta taxa de tributos imposta a cada um de nós brasileiros, direta e indiretamente, todos os dias, e que influi até no valor final (confesso que não tenho noção de quanto custa) de uma vuvuzela?

A paixão por um time de futebol só é explicada através da análise de aspectos lúdicos na personalidade de cada um de nós. O que iguala e diferencia flamenguistas, corintianos, colorados, gremistas, atleticanos, cruzeirenses, botafoguenses ou santistas parece mais fácil de explicar, do que o nacionalismo exacerbado da pátria de chuteiras.

As empresas dispensam seus funcionários em dias de jogos do Brasil na Copa do Mundo, o trânsito nas grandes capitais vira um inferno, vão todos beber nos botecos, assistir as partidas de toda forma e se transformam em cento e noventa milhões de Dungas, muito mais "competentes", é claro, do que o próprio.

Juro que faz lembrar o panen et circensis, o "pão e circo" dos antepassados romanos da civilização ocidental. Todos se esquecem das coisas mais importantes da vida. Será que futebol e política não se misturam mesmo em ano eleitoral e ano de Copa do Mundo? Bem, acho melhor parar com os questionamentos e também torcer pelo escrete nacional, antes que seja taxado no mínimo, de "esquisito", para não acabar dizendo baixarias.

Só gostaria que a cidade permanecesse pintada de verde e amarelo, 365 dias no ano, em todos eles e não apenas respeitando um intervalo de quatro em quatro. Afinal de contas, toda esta manifestação de brasilidade... Um pouco de nacionalismo, bem dosado, é sempre muito bem-vindo!

terça-feira, 15 de junho de 2010

A evolução dos esquemas táticos


O jogador brasileiro se destacou mais internacionalmente no mundo do futebol, em função de sua extrema habilidade em lidar com a bola. Desde o sucesso de Garrincha e Pelé em 1958, somos tidos como verdadeiros artistas, malabaristas no trato com a pelota. Talvez por isso, sempre tenhamos menosprezado a importância dos esquemas táticos e de sua evolução dentro da história do esporte das multidões.

22 jogadores, 11 de cada lado, cumprindo as mais variadas funções numa "batalha campal" organizada... E tudo em função da posse de bola e da busca do "ponto", ou melhor do gol...
A evolução dos esquemas táticos também é muito interessante e pode ser vista aplicada ao estilo de jogo das principais seleções que disputam o Mundial da África do Sul. Do "WM" (ilustração) clássico dos ingleses, passando pelo Wunderteam dos austríacos, na década de trinta, os magiar da Hungria, em 1954 e o futebol total da laranja mecânica do técnico holandês Rinus Michels, em 1974. O quadrado mágico das seleções brasileiras de Telê Santana em 1982 e 1986, que não conquistaram Copas, mas maravilharam o mundo. De toda forma, o esquema de jogo até hoje continua se impondo. Existem claras inovações de tempos em tempos. Os italianos criaram a figura do líbero, um talentoso jogador que atua atrás da linha de zaga se o time está sendo muito atacado, mas que tem a liberdade de um atacante ofensivo se a partida está mais fácil. Os ingleses chamaram este zagueiro atrás de uma primeira linha de beques de "stopper", o "parador", mas por falta de criatividade, nunca o liberam.

Muitos esquemas, muitas formas de atuar, tudo para vencer no jogo. Alguns dão mais liberdade aos craques e outros pedem mais disciplina no seu cumprimento das táticas aos mesmos grandes jogadores. Existem retrancas e estilos mais agressivos. Muitos agradam e outros são repudiados. Eles podem ser aplicados nas mais variadas formações e podem ser alternados em função das necessidades de uma partida: 4-4-2, 4-3-3, 4-5-1, 3-5-2, 4-3-2-1, 4-2-4 etc.

De toda forma, os esquemas não podem ser analisados com preconceito já que são prerrogativas válidas de jogo. Os céticos sempre os vêem com restrições. Os estudiosos e apaixonados por táticas, os rotulam de grandes sacadas. E não há dúvida: só os grandes treinadores ou técnicos sabem aplicá-los e torná-los um trunfo. Fazer deles também a razão das grandes conquistas. Mas, o talento, nunca pode ser esquecido.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Do lado de Dunga

O treinador da Seleção Brasileira de Futebol é uma pessoa de valor. Merece respeito e admiração. Dos seus tempos de jogador do próprio Selecionado Nacional, Internacional, Vasco da Gama e Corinthians, guarda a determinação, a personalidade forte e a vontade de vencer sempre! É gaúcho e por isso mesmo aguerrido. Não tem medo de cara feia e não faz média com governantes. Sua integridade não se vende a qualquer preço. Pode até passar a imagem de teimoso, mas é coerente com aquilo que acredita e com a filosofia de trabalho que adota. Sabe defender de forma veemente os seus pontos de vista com argumentações firmes. Se conquistar a Copa será idolatrado pelos eternos puxas-sacos do País do Jeitinho, da Malandragem e da Esperteza. Se for derrotado, e deixar de conquistá-la (como se isso fosse fácil ou obrigação), será desprezado de forma acachapante por todos eles. Dunga agiu como outros treinadores especialistas da história do futebol brasileiro. Experimentou muitos jogadores, nas mais variadas posições e das mais consagradas equipes de futebol do Brasil e do Mundo, no período de preparação de sua equipe. Tem o respeito dos seus convocados e vetou aqueles que poderiam não respeitá-lo ou que iriam para África do Sul, só pela farra! Procurou chamar aqueles em quem deposita a sua confiança.

Goleiros: Julio César, Gomes, Doni/ Laterais: Maicon, Daniel Alves, Michel Bastos, Gilberto/ Zagueiros: Lúcio, Juan, Luisão, Thiago Silva/ Meio-campistas: Felipe Melo, Gilberto Silva, Ramires, Elano, Kaká, Josué, Júlio Baptista, Kleberson/ Atacantes: Robinho, Luis Fabiano, Nilmar, Grafite.

Aqueles em quem acredita. Seu único pecado até agora foi não atender ao clamor popular e não convocar jogadores como Neymar e Paulo Henrique Ganso, do Santos FC, que jogam um excelente futebol de momento, mas não faziam parte do grupo de atletas experimentados e que disputaram com sucesso, a Copa das Confederações e as Eliminatórias da Copa do Mundo. Mais uma vez, demonstrou a sua coerência, que muitos populistas e populares confundem com teimosia. Mas quem disse que treinador da Seleção Nacional tem que seguir a opinião pública? Ele não precisa da aprovação popular, não necessita de bajulação. É um funcionário, um profissional remunerado pela CBF - Confederação Brasileira de Futebol. Por tudo isso, pela seriedade de seu trabalho, pela busca do seu sucesso pessoal, gostaria muito que ele atingisse seu maior objetivo, conquistasse o título desta edição do torneio e calasse seus críticos impiedosos e a intolerância de seus opositores. Chega de patrulhamento de todas as formas! Não existe um único jeito de ganhar ou de vencer. No campo de jogo, são muitas as variáveis que acabam por determinar um resultado. Mas, mesmo se não trouxer a taça, estarei sempre do lado de Dunga. Parece que ele não é mesmo da turma do ôba-ôba! Doa a quem doer...

domingo, 13 de junho de 2010

A maior festa da Copa do Mundo

Começou mais uma edição da Copa do Mundo de Futebol da FIFA e, desta vez, as trinta e duas nações participantes se reúnem em nove cidades da África do Sul: Johannesburgo, Cidade do Cabo, Durban, Port Elizabeth, Pretoria, Rustemburgo, Bloemfontein, Nelspruit e Polokwane.

Durante o primeiro final de semana de competição, muitos bons destaques. E mais uma vez, o clima de festa tomou conta do país anfitrião do evento, com a maravilhosa confraternização entre os povos. Africanos, europeus, sulamericanos, norte-americanos, asiáticos, árabes e eslavos.

Todos vibrando o seu nacionalismo esportivo e a alegria de integrar a elite internacional do melhor futebol de seleções do planeta. Além de demonstrar que podem conviver em harmonia sempre que existe um objetivo em comum. África do Sul, México, Uruguai, França, Argentina, Nigéria, Coréia do Sul, Grécia, Inglaterra, Estados Unidos, Argélia, Eslovênia, Alemanha, Austrália, Sérvia, Gana, Holanda, Dinamarca, Japão, Camarões, Itália, Paraguai, Nova Zelândia, Eslováquia, Brasil, Coréia do Norte, Costa do Marfim, Portugal, Espanha, Suiça, Honduras e Chile irão lutar pela melhor classificação possível e até pelo título máximo da Copa do Mundo 2010.

A garantia é mesmo de emoção sem limites. Acredito que nenhum fã verdadeiro do futebol de competição poderá reclamar.